K´2022: Lindner dá o tom do futuro da reciclagem
Lado a lado com o suprassumo em resinas recuperadas e aditivos do processo, se há uma linha divisória a ser traçada pela reciclagem mecânica na montagem de outubro da feira alemã K’2022 é a da máquina multifuncional. Ou seja, equipamentos que conjugam on-line determinadas etapas e atribuições disponíveis no passado recente apenas em equipamentos específicos e individuais. Entre os catalisadores desse caminho sem volta despontam as tecnologias de trituração e lavagem de resíduos patenteadas pela austríaca Lindner. Na entrevista a seguir, Frederico Hartmann, diretor da empresa para a América Latina, dá uma prévia dos avanços nessa direção a postos em seu estande no show do plástico global em Düsseldorf.
Quais as etapas do processo de reciclagem incorporadas ao modelo avançado do equipamento da série Jupiter BW a ser apresentado pela Linder na K 2022?
A Lindner introduzirá na feira a série atualizada de trituradores Jupiter BW, cujo destaque em inovação é o aprimoramento do manuseio de filmes para posterior classificação óptica por infravermelho próximo (NIR). Além de garantir fluxo e volume constantes e tamanho homogêneo de partículas A4 e A3, isso inclui a otimização do tamanho das partículas para a classificação NIR. Trata-se de um avanço que melhora o desempenho do sistema posterior de separação instalado na linha. Além disso, a nova configuração disponível para o Jupiter BW reduz a proporção de finos em 50%, o que baixa bastante as perdas geradas em regra nesse processo, quando realizadas em moinhos de faca tradicionais.
Quais são as tecnologias de trituração e lavagem do Jupiter BW?
Ao lado da trituração e classificação, a lavagem constitui um critério de qualidade fundamental para a produção de plásticos pós-consumo reciclados de alta qualidade. Não é um desafio fácil se considerarmos que os plásticos que ganham a reciclagem são cada vez mais contaminados, dada sua origem pós-consumo e extraídos em muitos casos do resíduo urbano (RSU), através das cooperativas ou linhas de separação mecanizadas (MRFs). Dentro desse contexto, nosso patenteado sistema de pré-lavagem Rafter exemplifica a integração de várias etapas em apenas um equipamento ao unir os conceitos de remoção de contaminantes pesados, (pedras, vidro, metais etc) e os de uma lavadora. Assim, após a remoção dos contaminantes pesados, o material já passa por lavagem por fricção na mesma linha. Isso diminui de forma drástica a quantidade de contaminantes que chegarão à etapa seguinte do processo. Todos os contaminantes que sairão pelo Rafter irão para um sistema de extração e serão removidos do processo, não indo portanto para o tratamento de água. Na K 2022 será apresentador o novo modelo do Rafter, dotado de rotor maior e possibilitando o aumento dos tempos de permanência dos materiais, trunfo para a profundidade da limpeza. O lançamento também melhora, de forma sustentável, a taxa de produção – 3 t/h nos filmes e 5 t/h nos plásticos rígidos.
Qual o ciclo e capacidade produtiva do equipamento Jupiter BW?
A capacidade produtiva varia de acordo com o material de entrada a ser processado, mas pode atingir até 40 t/h. O equipamento Jupiter BW agrega os modelos 1800, 2200 e 3200, números referentes ao comprimento em mm do rotor. Quanto à potência, a versão 1800 opera com 160kW; o modelo 2200 com 200kW e o 3200 com 250kW. Todos eles possuem diferenciais como rotores com 740mm de diâmetro; facas utilizáveis nos quatro lados sem necessidade de afiação; portas hidráulicas com abertura para o interior da maquina; limitador de torque por embreagem de segurança; PLC inteligente com acesso remoto e peneiras seccionadas e com remoção hidráulica.
Fique ligado
A tendência de equipamentos de reciclagem mecânica agregarem várias etapas do processo compõe a pauta de uma das principais reportagens da próxima edição (nº 690) de Plásticos em Revista.
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