Incógnitas rondam o mercado de PVC
Por malfeitos e desfeitas do corona, o Brasil fechou 2020 com o pior PIB desde o monitoramento do índice iniciado há 25 anos pelo ara PVC IBGE. No plano setorial, entre os efeitos mais nefastos da queda de 4,1% do PIB desponta a menina dos olhos de PVC, a construção civil, com declínio acumulado de 7,8% no ano passado, excetuado o flanco das atividades imobiliárias, pois cresceu 2,5% no último período.
A conjuntura brasileira do vinil fechou o ano passado com um clima de morde e assopra. De um lado, armou-se a chamada tempestade perfeita sob a conjunção da pandemia, dólar na lua e nervoso, insuficiente produção brasileira do polímero (efeito da capacidade da Braskem afetada pelo desastre geológico em Maceió) e escassez mundial de resina e frete – um bando de revezes que deu a PVC a coroa de resina mais cara do planeta. Do outro lado, auxílio emergencial, imobilismo social e home office influíram para o varejo brasileiro de materiais de construção sair de 2020 com faturamento acima do saldo de 2019. A Associação Nacional de Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) atribui o azul do balanço a pequenas reformas e entrega de imóveis novos.
2021 ainda engatinha, mas algumas condições para se vislumbrar o desempenho de PVC no corrente exercício pairam nítidas sobre o mercado. Na esfera mundial, prossegue a parca disponibilidade de resina e transporte marítimo, sendo que, no âmbito do polímero, apenas Shintech e Formosa anunciam investimentos na sua capacidade nos EUA com entrada efetiva na praça agendada para 2023. No Brasil, importadores continuam a enfrentar câmbio hostil e pífia oferta internacional do vinil, transformadores torcem pela retomada gradual da produção da Braskem e o varejo de materiais de construção anseia, inquieto com a persistência do desemprego recorde, pelas vendas movidas pelos quatro meses do auxílio emergencial II, de R$ 250,00 por beneficiário.
Medição da consultoria Platt’s constata subida de 3% no preço médio internacional de PVC entre 31 de janeiro e 24 de fevereiro último. Por sua vez o Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon) do Estado de São Paulo divulga que o preço em reais do tubo de PVC aumentou 2,65% em janeiro e 23,32% no acumulado de 12 meses até janeiro de 2021. A mesma entidade calcula que o tubo de PVC encareceu 7,40% no primeiro bimestre e 29,02% no acumulado de 12 meses até fevereiro passado.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.