Gazprom corta gás natural para Europa em 31 de agosto

Com tarifa hoje em torno de 440 euros por megawatt-hora, os preços da eletricidade na Alemanha e França, as locomotivas da União Europeia, andam 1.000% acima do valor médio transacionado nos últimos dois anos, situa o consultor Adriano Pires. Mas tristeza não tem fim, diz o samba, e o encarecimento deve piorar na zona do euro antes mesmo da pedra cantada que é a alta dos preços sob racionamento agravado de gás no próximo inverno.

O sufoco começa no próximo dia 31 de agosto, quando o gasoduto russo Gazprom iniciará parada total de três dias sob questionável alegação de manutenção e cortando assim o já inseguro despacho de gás natural para a Europa.

A iminência da abrupta suspensão aumentou o desassossego das cotações dessa fonte vital de energia para os europeus e o stress tende a catapultar seus preços na vigência da parada do gasoduto russo, tanto pela escassez corrente do insumo como por dúvidas quanto ao cumprimento do prazo de retorno do Gazprom prometido por Moscou e, por fim, pesam no encarecimento as artes de especuladores oportunistas em manobras com contatos futuros.

O fechamento temporário do Gazprom, assinala o portal Icis, cai feito um maná no colo dos fabricantes asiáticos do já valorizadissimo gás natural liquefeito ofertado spot, com baixa disponibilidade internacional e já dirigido para a formação de estoques para a Europa não paralisar na temporada do frio intenso no Hemisfério Norte.

Para eriçar os nervos ao extremo, análise de Adriano Pires lembra que o desastroso descomissionamento de usinas nucleares e de térmicas a carvão na União Europeia exigirá o religamento daquelas movidas pelo gás natural já racionado por Putin, fonte de energia aliás sem condições de substituição imediata no continente.

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