Alheia às sustentáveis louvações a fontes renováveis e convicta de que as fontes fósseis ainda tardarão a sair de cena, a petrolífera norte-americana ExxonMobil, formadora mundial de opinião e tecnologia em poliolefinas e sua reciclagem, formalizou em 11 de outubro a transação já considerada a maior do mundo este ano em termos de fusões e aquisições, atestam os sites da Reuters e Infomoney. A operação envolve a compra por US$ 59,5 bilhões, mediante troca de ações, do controle da conterrânea Pioneer Natural Resources, dínamo no fracionamento hidráulico de xisto para obtenção de óleo e gás natural (shale gas), a rota que brindou a petroquímica dos EUA com o eteno mais barato do planeta.
No universo da Exxon, a aquisição da Pioneer só perde para os US$ 81 bilhões desembolsados pela companhia para embolsar a concorrente Mobil Oil em 1998, investida considerada à época a nº1 do mundo em termos de aquisições e fusões. A compra da Pioneer, conforme foi divulgado, casa em cheio com a estratégia capitaneada pelo CEO Darren Woods de concentrar o foco da Exxonmobil na produção de óleo e gás, sob o embalo dos altos preços de energia. Vale considerar que a instabilidade política e econômica mundial também tem contemplado, no plano recente, a cadeia do petróleo com cotações com viés de alta, como ilustram as tendências entoadas por analistas para o preço do barril sob a guerra iniciada este mês entre Israel e a organização terrorista Hamas. De acordo com o site Informoney, a incorporação da Pioneer eleva a ExxonMobil à liderança na mineração de xisto na bacia do Permiano, no sudoeste dos EUA, o maior e mais lucrativo campo petrolífero do país. Pelo flanco da petroquímica, a compra da Pioneer fortalece financeiramente a ExxonMobil na atual fase de mega excedente mundial de poliolefinas, por meio do aumento da integração a montante (upstream) de suas resinas norte-americanas com as matérias-primas.