Europa: petroquímica se previne contra racionamento de gás natural

Europa: petroquímica se previne contra racionamento de gás natural

Acuadas pela ameaça de corte no suprimento de gás natural por Putin, petroquímicas europeias ainda não sustaram operações, mas mergulham em planos para enfrentar o eventual racionamento de energia, constata  em artigo John Richardson o analista blogueiro do portal especializado Icis.

O peso do ajuste é ilustrado pelo fato de a Europa ser o maior consumidor industrial de gás natural no mundo, sendo que sua indústria química responde por 15% dessa dianteira cujo flanco exposto é a irremovível dependência de gasodutos russos. Uma faceta mais nítida do drama emana desses indicadores do Icis: a Alemanha responde por 27% da capacidade europeia de eteno e 23% dos respectivos potenciais produtivos para  propeno e para benzeno.

A Holanda mobiliza 25% da capacidade continental de eteno; 13% da de propeno e 9% da de benzeno. Já a França detém 7% da capacidade continental de eteno; 10% da de propeno e 12% da de benzeno. Por fim, a Espanha abocanha 9% das respectivas capacidades da Europa para eteno e para propeno e 6% do potencial produtivo continental no âmbito de benzeno.

Richardson estima que, aturdida sob a mão pesada do destino, a Europa deve responder este ano por 15% da demanda mundial de benzeno, 12% da de eteno e 13% da de propeno. No plano do comércio exterior, o continente permanece grande importador de PEAD, PEBDL e PP, exportando regularmente PEBD. O blogueiro do Icis pondera que, com a China de freio puxado por lockdowns, exportadores globais de poliolefinas voltam-se para buscar um contrapeso na transformação europeia desde fevereiro, quando Putin invadiu a Ucrânia.

Entre estes fornecedores, Richardson destaca petroquímicas do Oriente Médio, Coreia do Sul, Tailândia, EUA e Singapura, país aliás com o qual o Mercosul acaba de firmar acordo de livre comércio. Para tornar o abacaxi mais espinhoso, Richardson comenta que, apenas este ano, partem novas capacidades de poliolefinas na China, Coreia do Sul, Malásia e EUA.

Sob a guilhotina da inflação e taxas de básicos nos picos dos Alpes e recessão socando o porta, o blogueiro prevê colapso até segunda ordem para a produção europeia de bens duráveis, como carros e eletroeletrônicos e materiais de construção, com maior procura pela população com perda de renda por bens essenciais, aquecendo assim os quadrantes dos plásticos de uso único no Velho Mundo.

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