Fatores como o foco dominante em produtos commodities, incidência da informalidade, capitalização restrita e margens inferiores às encontradas no setor de serviços formam entre as justificativas para o distanciamento mantido em geral pelo mercado financeiro das oportunidades de negócios na cadeia plástica do Brasil. Na contramão desse afastamento, o setor plástico norte-americano agita a disputa entre fundos privados por investimentos em empresas, mesmo aquelas desprovidas de grande porte. Um dos empreendedores mais ativos no pedaço é o fundo Platinum Equity. Presente na transformação de resinas com o controle da empresa de soluções de aspersão de plantios Orbit Irrigation, ele acaba de adquirir, por montante não revelado, o comando societário da indústria de médio porte HC Companies, com seis plantas nos EUA e Canadá e dedicada à transformação de potes, jarros, vasos e demais acessórios plásticos de cultivo para hortifrutis e floriculturas. A propósito, um dos atrativos do balanço da HC é a série de produtos específicos para o cultivo de maconha (cannabis), legalizado desde 2014 nos EUA e que inclui estrados/bandejas, vasos, baldes e contêineres termoformados, injetados e soprados. Relatório da consultoria Learfly lista o plantio de maconha como o sexto maior cultivo em valor dos EUA no ano passado, estimado em US$ 5 bilhões.
O fundo Platinum Equity também cisca em bens de capital para o setor plástico. Esta aparição é assegurada pelo controle do capital da canadense Husky, trem-bala global em sistemas completos de injeção, moldes, robôs e periféricos. A trajetória da Husky, por sinal, há bom tempo transcorre sob a batuta de fundos privados. O fundador Robert Schad vendeu a empresa em 2007, por US$ 960 milhões, ao fundo Onex que, em 2011, a entregou, por US$ 2 bilhões, aos fundos Berkshire Partners e Omers Private Equity. Em 2018, eles repassaram a Husky ao fundo Platinum Equity por US$ 3.85 bilhões.