China: incógnitas em torno de PP.

Governo de Pequim avalia mudanças com base na descarbonização e rentabilidade da resina
PP na China: autossuficiência em homopolímeros viabiliza exportações regulares do excedente.
PP na China: autossuficiência em homopolímeros viabiliza exportações regulares do excedente.

Nas pegadas do estupor geral com a economia da China, atordoada por crise demográfica, estouro da bolha imobiliária, governos endividados e desemprego recorde entre os jovens, grassa a boataria de uma remexida na petroquímica local, relata em artigo John Richardson, blogueiro do portal Icis. Pois corre que, em busca de eficiência na economia de carbono e com nervos em frangalhos com a queda recorde nos spreads e margens de PP, o governo de Pequim estaria propenso a instaurar uma onda de fechamento de plantas. A descarbonização também explicaria, segundo o analista, as dificuldades crescentes com que investidores deparam para homologar junto ao poder público chinês  a operação de fábricas de resinas, como PP, agendadas para partir após 2025.

A importância desse suposto reposicionamento oficial é evidenciada pela autossuficiência da China em PP (homopolímero), da ordem de 95% e atingida em 2021, deixando portanto de ser o maior importador mundial da poliolefina e entrando para o time dos principais exportadores regulares, o que resulta numa enxaqueca excruciante para os países que, até então, remetiam à China o grosso de seus excedentes de PP. Afinal, eles precisam, daqui por diante, desencavar destinos alternativos para tentar compensar a perda dos volumes antes consumidos pela transformação chinesa – parada duríssima, pois não existe mercado isolado páreo para os bíceps da China. O drama fica explícito no ranking do consumo mundial de PP desenhado pelo banco de dados da consultoria Icis. Em 2022, a China consumiu 35 milhões de toneladas de PP, enquanto o time dos emergentes (China exclusive) fechou o período com 28 milhões de toneladas e o I Mundo registrou 23 milhões de toneladas. A Icis também projeta que, de 2024 a 2040, o mercado chinês de PP deve crescer à média anual de 3,3% com índice de ocupação de 79% de uma capacidade acrescida em 26.8 milhões de t/a, inclusos projetos apresentados até o momento e plantas existentes. No fecho de sua análise efetuada sob o horizonte ainda incerto, John Richardson deixa em aberto se o pouso da expansão da China em PP será suave ou brusco.

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