Estudo prevê que consumo das famílias brasileiras deve recuar 8 anos

Sensor extraoficial da economia, dada a sua diversidade de aplicações em bens duráveis e de consumo rápido, o plástico deve sofrer uma queda de rara intensidade no movimento interno este ano, deixa entrever a radiografia sobre o consumo das famílias brasileiras revelada pelo IPC Maps 2020, estudo anual da IPC Marketing Editora.

De acordo com o levantamento, os gastos das famílias fecharão dezembro em patamares equivalentes aos atingidos de 2010 a 2012, devendo comparecer com R$4,4 trilhões na economia, cifra que traduz recuo de 5,39% em relação a 2019, escorada numa taxa também de negativa de 5,89% para o PIB. No início de março, antes da propagação da pandemia, o Banco Central previa crescimento de 2,17% para 2020 o que resultaria numa projeção do consumo brasileiro da ordem de R$ 4,9 trilhões, superando os R$ 4,7 trilhões obtidos no ano passado. Ainda segundo a nova edição do IPC Maps, as capitais seguirão perdendo espaço no consumo, respondendo por 28,29% desse mercado.

Enquanto isso, o interior avançará com 54,8%, bem como as regiões metropolitanas, cujo desempenho equivalerá a 16,9% este ano. O estudo também ressalta a redução na quantidade de domicílios das classes A e B1, antevendo consequente aumento do número de residências nos demais estratos sociais.

Para Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing, “essa migração impactará positivamente o consumo da classe B2, com uma vantagem de 6,8% sobre os valores de 2019”, explica. As outras classes, por sua vez, terão queda nominal do potencial de consumo de 2,94% em relação a 2019. A classe B2, assinala a pesquisa, lidera o cenário de consumo este ano, representando mais de R$ 1 bilhão dos gastos. Ela e a classe B1 estão presentes em 20,9% dos domicílios, sendo responsáveis por 41,1% (R$ 1,7 trilhão) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras até dezembro.

Se para a classe média a migração da classe alta para os demais estratos é positiva, para quase metade dos domicílios (48,7%), caracterizados como classe C, o total de recursos gastos cai para R$ 1,475 trilhão (35,6% ante 37,5% em 2019). Já a classe D/E, que ocupa 28,3% das residências, consome cerca de R$ 437,9 bilhões (10,6%). Mais enxuto, em apenas 2,1% das famílias, o grupo A reduz seus gastos para R$ 528,6 bilhões (12,8% contra 13,68% do ano passado).

A pesquisa IPC Maps também detalha como os consumidores gastam sua renda. Dessa forma, os itens básicos aparecem com grande vantagem sobre os demais, conforme os indicadores a seguir: 25,6% dos desembolsos destinam-se à habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás); 18,1% outras despesas (serviços em geral, reformas, seguros etc); 14,1% vão para alimentação (no domicílio e fora); 13,1% a transportes e veículo próprio; 6,6% são medicamentos e saúde; 3,7% materiais de construção; 3,4% educação; 3,4% vestuário e calçados; 3,3% recreação, cultura e viagens; 3,3% em higiene pessoal; 1,5% eletroeletrônicos; 1,5% móveis e artigos do lar; 1,1% bebidas; 0,5% para artigos de limpeza; 0,4% fumo; e finalmente, 0,2% referem-se a joias, bijuterias e armarinhos.

Deixe um comentário