Pela bola de cristal partilhada pelas entidades European Bioplastics e Nova Institute, a capacidade global de bioplásticos deve pular de 2.1 milhões de toneladas em 2020 a 2.8 milhões em 2025. Até o momento, rastreiam as mesmas fontes, plásticos biodegradáveis abocanham 60% dessa capacidade e os 40% restantes ficam com os tipos não biodegradáveis de fontes renováveis. No balanço de dois anos atrás, embalagens mobilizavam 47% da produção mundial de bioplásticos. Titã da distribuição brasileira de resinas petroquímicas, a Piramidal remodelou seu perfil nos últimos anos, recorrendo a plásticos de engenharia e materiais não commodities, por ora de baixa escala e demanda, mas de futuro azulado pelo ambientalismo para bombear seu crescimento com menor dependência da disputa a ferro e fogo entre poliolefinas nacionais e importadas. Em linha com este foco, a empresa acertou com a alemã BIO-FED a exclusividade na comercialização no Brasil de seus compostos de bioplásticos. “Hoje em dia, a Piramidal atua como fonte de soluções completas para o cliente, daí a coerência da parceria com a BIO-FED complementando nosso portfólio de resinas sustentáveis”, interpreta o gerente de soluções circulares Fábio Koutchin.
Do ponto de vista mercadológico, ele reconhece que compostos de bioplásticos, pelos preços e disponibilidade limitada, ainda são destinados a aplicações de nicho. “Mas seu potencial é grande no contexto da economia circular, devendo ocupar cada vez mais espaço no mercado de resinas”. Koutchin ressalta que o mostruário da BIO-FED não colide com os demais materiais virgens e reciclados distribuídos pela Piramidal. “Nosso acordo abrange todo o portfólio de produtos M-Vera, integrado por compostos de bioplásticos diversos, como ácido polilático (PLA), blends de amidos ou celofane, em especial os tipos biodegradáveis.
A vitrine atual de M-Vera aloja seis linhas vistosas de especialidades: série A, para agrofilmes; B, para sacos/sacolas; BR, para filmes de alto teor de bioplásticos para embalagens flexíveis; F, para aplicações de monofilamento (caso de impressão 3D) e a série carbonato de poliftalato/homopolímero de polipropileno (PPC/PPH), compostos da poliolefina com biomassa para injeção, extrusão e fibras, acenados a itens de bens duráveis. “O Brasil tem potencial para todas as aplicações citadas e a proposta é aliar o conhecimento do setor plástico acumulado pela Piramidal com a experiência internacional da BIO-FED para desenvolver propostas que viabilizem aqui o uso das soluções M-Vera”, amarra as pontas Koutchin. “Por se tratar de um mercado ainda incipiente, pretendemos trabalhar por projeto e de forma bem próxima do cliente para dar conta da parte técnica, com suporte da BIO-FED, e atingir a viabilidade comercial do produto final”. No embalo, o gerente admite, a depender do projeto e interesse da clientela, ofertar um pacote dos biocompostos com os masters biodegradáveis AF Eco, também da parceira alemã. Tratam-se de concentrados de cores, preto e aditivos contendo bioplásticos como veículo e livres de metais pesados e ftalatos.
Kotchin traça uma linha divisória entre os clientes de plásticos pós-consumo reciclados, alojados na série Eccoar da Piramidal, e os receptivos a bioplásticos, “Ambos os materiais constituem soluções circulares complementares que devem ser avaliadas conforme aplicação em vista e o grau de maturidade do mercado”, ele pondera. “Mas essa análise só é válida se considerarmos o uso de resinas recicladas por empresas em busca do conceito de sustentabilidade para seus produtos, uma postura bem diferente daquelas que estão atrás do material para reduzir custos”. •
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