Cremoso e cai bem

Itambé e Logoplaste incrementam sopro in house de embalagens de iogurte

Menção obrigatória do sopro in house no país, a transformadora portuguesa Logoplaste firmou as vantagens desse sistema produtivo em lácteos, reduto vocacionado para essa atividade por ser regido por altas escalas e sem troca frequente de embalagens em linha. Das oito plantas da empresa no Brasil, seis operam in house e destas, quatro dedicam-se a lácteos. A mais vistosa delas foi inaugurada em agosto no complexo do laticínio Itambé em Pará de Minas (MG). Orçada em R$100 milhões aplicados nos últimos quatro anos, a unidade contém uma operação de sopro in house de frascos de iogurte montada ao custo de R$18,5 milhões repartidos entre a Itambé e a Logoplaste.
“Nossa parceria com a Itambé começou em 2002, através de uma planta menor de frascos, ligada diretamente à linha de envase”, rememora Fábio Salik, presidente da Logoplaste do Brasil. “Com a evolução do negócio nos últimos anos, foi preciso construir em Pará de Minas uma capacidade maior e dotada de tecnologia atualizada de produção e transporte das embalagens pela Logoplaste para o envase aos cuidados da Itambé”. A propósito, ele encaixa, essa nova unidade foi concebida com base em lay out capaz de viabilizar uma expansão com rapidez, “podendo quase dobrar a produção atual”.
Em suas novas feições, a unidade de sopro in house terá, segundo foi divulgado, aptidão para transformar perto de 2.000 t/a de polietileno de alta densidade (PEAD), polímero servido pela Braskem. “PEAD segue como a resina preferida no Brasil para frascos soprados dirigidos a lácteos”, constata Marcelo Neves, gerente de engenharia de aplicação de polietilenos-rígidos da Braskem. No ano passado, ele solta como referência, o mercado brasileiro de embalagens de consumo mobilizou de 190.000 a 210.000 toneladas de PEAD. “Frascos para lácteos representaram de 17% a 20% desse volume total”, distingue o executivo.
São quatro as versões das embalagens monocamada de iogurte em linha: 75 g, 170 g,
600g e 900 g. “Praticamente todos os equipamentos da operação in house anterior foram substituídos por máquinas da melhor tecnologia disponível”, enfatiza Salik.
A produção das embalagens está a cargo de cinco sopradoras Autoblow 600 D, entregues pela fabricante brasileira Multipack Plas. “Duas máquinas operam com cabeçotes de 11 parisons, o que equivale a 22 cavidades, e três sopradoras rodam com cabeçotes de oito parisons, correspondentes a 16 cavidades”, especifica Sérgio Luiz Pulini, executivo da Multipack Plas. Esse quinteto de sopro afinado para a Itambé, ele acentua, prima por ciclo rápido, estabilidade do processo, repetitibilidade e projeto hidráulico poupador de energia. “Outro ponto a favor é a força de fechamento aplicada no centro da placa porta moldes”, ele insere.
Na operação repaginada em Pará de Minas, expõe Salik, os frascos não são alvo de intervenção manual e a transferência entre as etapas produtivas transcorre de forma automática. Nas contas da Itambé, pelo visto, há 13 anos o braço assim estendido na produção de suas embalagens não nega fogo. “Em operações in house são zerados os custos de frete e armazenagem das embalagens de fornecedores externos”, considera Salik. “Embalagens secundárias para esse transporte tornam-se dispensáveis, a logística no site melhora com o fim do trânsito de caminhões trazendo frascos e, por fim, o capital de giro só tem a ganhar com a eliminação de estoque e o caráter just in time da operação”. Lucro cremoso feito iogurte.

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