Coronavirus desestabiliza mercado mundial de PP e PE

O mercado mundial de poliolefinas bambeia com o soco no queixo desferido pela China enfraquecida pelo coronavirus. Na raia de polipropileno (PP), John Richardson, analista blogueiro da consultoria Icis, argumenta que o surto do vírus leva a petroquímica chinesa a recorrer a exportações para o sudeste asiático para amenizar a anemia da demanda interna do termoplástico. Segundo o consultor, o agudo recuo nos níveis de ocupação das plantas chinesas de PP decorre das restrições impostas pela política de quarentena ao setor de mineração de carvão, matéria-prima da rota petroquímica prevalecente na China.

Além disso, a redução nos índices de produção das refinarias no país ricocheteia na abrupta queda na disponibilidade de nafta, gases petrolíferos liquefeitos e propeno, com efeito dominó sem atenuantes na produção local de PP, assinala Richardson. Por essas e outras, ele amarra as pontas, embora a China deva fechar 2020 respondendo por 41% das importações globais de PP, a sua demanda doméstica da poliolefina, penalizada inclusive pela paralisação de montadoras automotivas no país, deve encolher 2.9 milhões de toneladas da resina este ano, uma perda que não tem como ser reposta por outro lugar no planeta.

Desde 2008, a China tirou a Europa da dianteira mundial no consumo de PP e este ano, na estimativa do Icis, deve responder por 38% da demanda global do polímero. Na esfera do polietileno (PE), resina já estropiada por mastodôntico e crescente excedente, Richardson projeta que, por malefícios do coronavirus, o consumo chinês deve recuar em torno de 2.25 milhões de toneladas este ano, sem falar nas cerca de 800.000 toneladas que o país deverá deixar de exportar.

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