Convertedora Finepack ingressa na reciclagem de aparas

Desenhada para eliminar a incidência de aparas de material rígido ou flexível nas plantas de transformação, a linha de reciclagem ChallengerRecycler Geração II, com capacidade alojada entre 800 a 1.500 kg/h, é o lançamento nas asas da economia circular da Wortex. Na ativa há 29 anos em Itupeva, interior paulista, a indústria de flexíveis Finepack adquiriu a primeira unidade da máquina. Nesta entrevista, Edmur Batista do Carmo, diretor geral da convertedora, justifica o investimento e adianta o plano de incrementar sua sustentável verticalização no reaproveitamento da sucata plástica gerada em linha.

Edmur Batista do Carmo.

Por que passou a reciclar internamente as aparas de filmes em lugar de terceirizar esta atividade?
Eu me sinto até constrangido em dizer isto, mas, até o momento de nossa decisão, não havíamos encontrado alguém que pudesse nos atender com a qualidade desejada. Como a ideia era reciclar as aparas geradas no nosso processo de extrusão, ou seja, um material totalmente limpo e sem contaminação, imaginávamos ter um resultado de material reciclado considerado virgem e que pudesse voltar ao processo sem comprometer nosso produto final.

Qual a capacidade da Finepack para flexíveis laminados e qual é, em média, o volume de aparas geradas na produção?
Nossa capacidade produtiva total de embalagens impressas, laminadas ou não, gira em torno de 800 a 1.000 t/mês, sendo nossa capacidade de extrusão de 350 t/mês. Como vamos recuperar apenas as aparas da extrusão, nossa expectativa é de reciclar aproximadamente 30 a 35 t/mês.

O plano de produzir filmes de PE à base de teores de material reciclado e virgem é um dos motivos da aquisição da nova linha de reciclagem da Wortex?
Sim. Instalamos a recicladora ao lado da extrusora, para que 100% da sucata gerada no acerto do balão ou transição de um serviço para outro seja reciclado e reutilizado imediatamente. Estamos dando o primeiro passo com um teor aproximado de 15% de resina reciclada na camada central do filme, o que representa 9% no total da massa. A grande vantagem é que, trabalhando dessa maneira, temos perda zero sem comprometer a qualidade óptica e mecânica da película que, por sua vez, pode ter espaço em laminados como os de sacos de pet food.

PET food: laminado na mira de filmes com PE reciclado.

Essa proposta de reciclar aparas refere-se apenas a polietileno ou também envolve as aparas das embalagens já laminadas e impressas?
O trabalho com aparas de PE é nosso primeiro projeto de reciclagem.Para evitar qualquer tipo de contaminação, estamos reciclando,como já disse, apenas aparas geradas na extrusão. Estamos muito felizes com os resultados, suponho que, em breve,investiremos na reciclagem das sucatas impressas e laminadas, tornando assim nossa cadeia produtiva mais sustentável. Hoje em dia, vendemos esse refugo para recicladoras.

Quais as justificativas para a selecionar a máquina da Wortex para reciclar as aparas da extrusão?
Este modelo nos atendeu como se tivesse sido feito sob medida, munido de recursos de automação, controle preciso de temperatura e pressão da massa, desenho de rosca especial e comprimento ideal para o material permanecer por um tempo muito pequeno de residência dentro do canhão, sofrendo assim a mínima degradação possível. Considerando que passamos a ter  perda zerada no processo de extrusão, o custo/beneficio da linha se torna muito interessante. Estimamos o payback em menos de três anos.

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