Quando o carro ganhou as ruas, charreteiros viraram taxistas e os cavalos foram embora do mercado de trabalho. Corte para o futuro cada vez mais perto: não há ofício imune ao tsunami da inteligência artificial, tornando computadores mais rápidos, inteligentes e integrados em redes. Mais que isso: a neurociência progride rápido na decifração dos algoritmos bioquímicos que moldam as emoções e outros sentimentos humanos. A confluência dessas informações desvendadas pela biotecnologia para a inteligência artificial, aposta uma penca de visionários, desembocará em computadores capazes de substituir pessoas em encargos baseados em habilidades físicas algo padronizadas, caso de várias funções na manufatura, e em habilidades cognitivas, sinalizando fim de linha para profissionais de toda ordem, a exemplo de motoristas e caixas de banco ou supermercados até médicos, advogados, recrutadores de pessoal e por aí vai. Esse turbilhão global instaurado pela inteligência artificial vem alimentando uma torrente de rupturas na sociedade que podem resultar numa multidão de cavalos, a massa de desempregados sem preparo para se recolocar, e/ou num contingente de taxistas, gente que se qualifica para trabalhos ainda não abocanhados pela inteligência artificial. Resumo da ópera: é esta encruzilhada que pinta cada vez mais visível para definir a sorte de quem trabalha no chão de fábrica de transformadoras de plásticos.
“Percebo uma pequena parcela dos profissionais realmente antenada nessa tendência”, atesta Anderson Felizardo, supervisor de engenharia industrial da Sulbras, fera na injeção de peças técnicas. “Muitos até comentam superficialmente sobre a ameaça das soluções digitais para seus empregos, mas o que mais me espanta é que grande parte desse pessoal trata este tema como algo referente a um futuro distante, razão pela qual não estão se preparando para esta realidade,embora a experiência histórica mostre que quem se prepara com atencedência se adapta com mais facilidade e sofre menos nos ciclos de evolução ”.
Transformadoras já consolidadas no mercado, distingue Felizardo, são as que mais demonstram comprometimento em prover a capacitação do chão de fábrica para operar num ambiente dominado pela inteligência artificial e robótica. “Possuem esta visão porque tiveram de se adaptar a cada avanço surgido na manufatura, caso de normas, certificações e exigências do mercado que levaram à incorporação de equipamentos de ponta e investimentos em capital humano”, pondera o técnico. Tal como muitas tecnologias acabam obsoletas, assinala Felizardo, alguns ofícios têm prazos de validade. “Daí porque hoje são valorizados os profissionais multifuncionais, com versatilidade para atuar em diversas áreas e que se preparam para as novas necessidades, ficando menos à mercê das possíveis mudanças no cenário”.
O clima para o chão de fábrica de transformadoras se alinhar com a inteligência artificial começou a ser armado pela entrada em cena de ferramentas digitais no cotidiano do processo. “Por exemplo, antes da implantação da coleta automatizada dos dados de produção em tempo real, dispúnhamos de uma pessoa que recebia relatórios em papéis com estes indicadores e os repassava a planilhas gigantescas, com inconvenientes como erros de digitação e dificuldades para interpretar o que estava escrito, retardando assim o tempo de resposta para a tomada de decisões dependentes de rapidez”. Daqui para a frente, Felizardo enxerga algumas tarefas na linha de produção em contagem regressiva. “Podem estar com os dias contados devido ao surgimento de tecnologias que tornam as máquinas mais autônomas, como dispositivos para checagem visual da qualidade da peça combinados com robôs que recebem as informações e as aprovam ou não com base em tolerâncias pré-estabelecidas, sem falar em sistemas de contagem ou pesagem automática dos produtos já embalados”.
Felizardo discorda de que o risco de perda de emprego para soluções inteligentes influi para desinteressar jovens por cursar ensino técnico e fazer carreira em linhas de transformação de plástico. “Sempre pode haver um equilíbrio, pois noto muita atenção despertada nas novas gerações por várias vertentes das cadeiras de Engenharia e nunca esmorece a necessidade e valorização de profissionais diferenciados para tornar simples e rápidos trabalhos complexos e demorados”.
Geração mais curiosa
Karine Grison, supervisora industrial da transformadora de injetados Ciberplast, encara o desafio de atrair novos talentos para o chão de fábrica sob outro prisma. “Noto nos jovens grande facilidade em usar a tecnologia digital disponível e pouca curiosidade em saber como funcionam os equipamentos da produção”, ela assinala. “A automatização é bem-vinda mas pouquíssimas empresas capacitarão um funcionário a resolver todos os problemas relativos à manutenção desta tecnologia. Minha geração era mais curiosa – detectava um problema pelo ruído da máquina e já desconfiava qual seria o motivo, eliminando as possíveis causas por etapas. É um aprendizado que ninguém tira, mas precisamos evoluir e tentar auxiliar os jovens que nos substituirão”.
No plano geral, Karine percebe uma comedida inclinação dos transformadores por treinar o chão de fábrica nessa fase de transição rumo a um ambiente regido pela digitalização e robótica. “Vejo uma evolução gradativa, com treinamentos no momento em que essas melhorias são implantadas, caso da minha empresa, mas também é preciso avaliar de forma isolada, por setor da linha de produção e por tipo de solução digital, para decidir se o caso é de pré-treinamento, treinamento in loco ou de reciclagem dos conhecimentos dos funcionários”.
Boa parte do pessoal do chão de fábrica ainda não se preocupa com o cerco cada vez mais apertado pelas soluções inteligentes sobre seus afazeres, sustenta Karine. “Em particular, trabalhadores com funções dependentes de menos conhecimentos específicos não estão totalmente inteirados dessa situação e são eles que podem sofrer mais rápido o impacto inicial desse caminho sem volta da automação do processo”, distingue a supervisora da Ciberplast. “No momento, estão tranquilos por supor que essa evolução transcorre em etapas e eles podem acompanhá-la aperfeiçoando seus conhecimentos ou deixando a mudança acontecer na expectativa de serem deslocados para outros postos quando uma parte expressiva das atribuições que hoje exercem passar para a inteligência artificial”.
Injeção é o processo de moldagem de plásticos com maior número de transformadores no planeta. A realidade dessa indústria no Brasil leva Karine a concluir ainda que o erupção da inteligência artificial não tem, por ora, como cobrir de ponta a ponta as etapas da produção.
“Um exemplo dessa escalada gradativa é a incorporação de injetoras apropriadas para o trabalho com matrizes tornadas mais precisas e complexas pela interação software/molde”, ela expõe. “Nessas circunstâncias, ou se conhece a operação como um todo ou o posto fica para quem se atualizou ou tem facilidade com a tecnologia”. Para bom entendedor, trata-se de uma típica função em vias de ser disputada entre humanos e computadores. “O ideal seria as empresas investirem nos colaboradores mais interessados e pró-ativos, caso contrário demissões ou a realocação de pessoal para outras funções serão inevitáveis”.
Sobrevida pela especialização
A velocidade estonteante com que novas as linhas tecnologias de digitalização invadem os parques industriais acentua o risco de perdas de postos de trabalho e de atividades repetitivas e braçais, percebe Valdecir Gonçales Flores, líder de produção e preparador de injetoras da Skylux Luminárias. “Várias funções tendem a acabar, enquanto outras decerto surgirão”, ele antevê. “Os trabalhadores devem reagir a essa tendência incrementando sua especialização e conhecimento técnico, pois as atribuições tendem a ficar mais flexíveis com mais máquinas e sistemas inteligentes e menos pessoas no chão de fábrica”, ele pondera.
Flores ressalta a urgência de indústrias transformadoras investirem na capacitação da mão de obra menos especializada para evitar seu desemprego. “A alteração na formação técnica e profissional viabilizaria o equilíbrio entre as atividades repetitivas a cargo da digitalização e automação e o trabalho intelectual dependente da insubstituível intervenção humana”, ele propõe. “Caso isso não ocorra e considerando a rapidez com que as novas tecnologias invadem a linha de produção, todos nós corremos o risco de entrar na lista de dispensa de pessoal. Desse modo, devemos buscar alternativas de ocupações com as novas tecnologias e processos. Dispomos de capacidade intelectual e profissional para caminhar para o futuro da tecnologia sem ser esmagado por ele”.
Jovens desinteressados
A depender da tecnologia e do grau de capitalização da empresa, praticamente todas as operações do chão de fábrica já poderiam ceder lugar a soluções digitais ou de automação, assegura Pedro Luiz Biancardi, CEO da transformadora Sulplast. “As indústrias que não se modernizarem e investirem de forma contínua na melhoria dos processos produtivos e administrativos serão engolidas em curto tempo pela concorrência”. Para ilustrar a disposição da Sulplast de embarcar nessa canoa, Biancardi distingue a compra da segunda célula robotizada para corte e furo de peças rotomoldadas e termoformadas. “Também está em análise a construção de uma cabine de pintura automatizada, com transportadores e aplicação por robô”, ele adianta. “Tratam-se de investimentos que implicarão cortes de postos de trabalho sem chance de repor esta mão de obra em outras funções”.
Apesar dessa invasão da inteligência artificial e robótica no chão de fábrica, Biancardi concorda com Valdecir Flores que a mão de obra não sumirá de cena. “Há determinadas competências essenciais que são atributos exclusivos de humanos e irreplicáveis por robôs, como cooperação e trabalho em equipe, criatividade, habilidades como empatia e sensibilidade e capacidade de avaliar a qualidade das informações geradas pela digitalização”.
Biancardi enxerga poucas transformadoras no Brasil com conhecimento e fôlego para investir na qualificação de seus funcionários nas competências exigidas pela inteligência artificial e robótica. “É muito mais fácil comprar uma solução pronta de fornecedores especializados em automação e serviços digitais do que dispor de pessoal interno para conceber uma solução caseira, como prova a oferta de ferramentas prontas de sistemas integrados de gestão empresarial (ERP), permitindo o processamento de dados e interligação dos processos”, ele comenta. A estratégia mais satisfatória, ele prossegue, seria que todas as empresas dispusessem de funcionários com alto nível de especialização para conceber produtos e serviços customizados e com plena aderência ao processo produtivo. “Mas hoje em dia, os caros encargos trabalhistas e a carência de gente qualificada entravam esta solução”, ele completa, lastimando as grades de ensino obsoletas e a ausência de políticas públicas de incentivo à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias digitais e de robótica.
Apesar da informação hoje ao alcance de um clique, muitos dos funcionários da Sulplast e outras indústrias da região de Rio Claro, interior paulista, continuam alheios ao divisor de águas da inteligência artificial, atesta Biancardi. “O desconhecimento no chão de fábrica é mais evidente entre o pessoal menos especializado e o de maior faixa etária, este em regra de menor escolaridade e mais dificuldade para se atualizar”, distingue o transformador. “Mesmo entre os jovens, são poucos os funcionários antenados nessa nova tendência, culpa em especial do péssimo ensino público e da baixa disponibilidade de cursos técnicos de qualidade para as áreas de tecnologia e processamento de dados”.
Para engrossar o caldo, a ideia de ralar no chão de fábrica não faz brilhar os olhos da nova geração, admite Biancardi. “Os jovens vivem hoje 24 horas on line, em redes sociais, YouTube etc”, ele observa. “Buscam resultados e crescimento profissional mais rápidos, sem o amadurecimento e conhecimento requeridos para cargos de alta responsabilidade nas empresas e, por isso tudo, o trabalho no chão de fábrica não atrai. Qual jovem, em sã consciência, gostaria de um trabalho repetitivo na produção?”
Trava dos gargalos estruturais
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) não vê a nova geração tão inacessível assim. “Nas empresas que estejam implementando essas tecnologias na linha 4.0, o conhecimento trazido por estudantes é fundamental para melhor a compreensão delas”, ele assinala. “Para isso, porém, esses jovens precisarão de habilidades como pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas complexos. Além do mais, um ambiente de trabalho mais moderno, regido por processos rápidos e estratégicos, torna-se mais atraente para a nova geração”.
O conceito de Indústria 4.0 tem pouco a ver com a aquisição em massa de novos equipamentos ou de soluções como as da robótica e inteligência artificial, julga o dirigente. “A proposta se estende a tecnologias como Big Data, internet das coisas, impressão 3D e simulações virtuais”, ele exemplifica. “Elas traduzem uma demanda maior de funcionários cada vez mais qualificados e dotados de habilidades diferentes das antes valorizadas; não significam necessariamente redução de empregos”. No momento, encaixa Roriz, o setor transformador não destoa da indústria nacional como um todo, alojando-se numa fase transitória da trajetória 4.0 em que as companhias procuram atualizar o conhecimento da mão de obra, via treino a cargo de equipe interna ou empresa especializada, quanto a funções que já requerem essas informações tecnológicas. “Em meio a esse contexto, cabe levar em conta os gargalos estruturais do Brasil em termos educacionais e de internet das coisas e que dificultam a transição de todos os setores para a Indústria 4.0 como a qualificação de pessoal”.
Roriz nota que transformadores do Brasil já se abrem a soluções inteligentes desenhadas para processos de moldagem de plásticos. “Servem de exemplo a análise de dados, sistema modular com controle de processos, documentação de padrões e comunicação em rede e o sistema de planejamento e monitoramento da produção que também dá conta de projetos para reduzir o tempo de serviços de manutenção e correção de problemas via portal”.
A conjuntura atual da transformação e reciclagem de plástico envolve mais de 12.000 indústrias no Brasil, das quais 95% são micro e pequenas. “Como em qualquer setor industrial, entre estas empresas menores consta um efetivo de baixa automação e digitalização, onde tarefas hoje providas por facilidades inteligentes continuam muito efetuadas pelo chão de fábrica”, comenta o presidente da Abiplast. “Por sua vez, em grande parte da transformadoras maiores as soluções digitais já estão em cena, reduzindo o quadro de funcionários e, quando necessário, realocando-os após treinamento para outras funções e trabalhos complementares das tarefas repassadas aos novos mecanismos”.
A soma que multiplica
O entrosamento do chão de fábrica com a manufatura aditiva prenuncia postos de trabalho mais valorizados
Alimentado por uma legião de futurólogos, o pesadelo desencadeado pela inteligência artificial no mundo do trabalho, traduzido em alto desemprego de mão de obra pouco qualificada com carência de pessoal habilitado em manufatura aditiva, não tem razão de ser, tranquilizam Hélio Samora e Ruslan Segursky, respectivamente CEO e especialista em vendas técnicas da i-IOT Solutions, representante da Oden Technologies, empresa norte-americana focada na inteligência artificial industrial e cuja carteira de clientes da sua ferramenta revela penetração crescente em transformadoras dos EUA. Nesta entrevista, os dois técnicos delimitam o impacto positivo trazido pela plataforma de inteligência artificial às linhas de produção, deslocando o contingente do chão de fábrica para funções dependentes de mais habilidades cognitivas e dando um up na rentabilidade da industrialização.
Como enxerga o futuro do chão de fábrica em transformadoras de plástico diante do acelerado avanço da inteligência artificial, digitalização e integração de etapas e processos?
Samora O operador continuará essencial para o processo fabril. No entanto, o que o futuro reserva a essa profissão será a obtenção de dados mais precisos para a configuração de máquinas e seus ciclos, conferindo ao setor transformador uma produtividade sem precedentes e queda de desperdícios de matéria-prima e energia. Com isso, será possível melhorar a estabilidade financeira da companhia e, por extensão, do trabalhador.
Como essa mão de obra do chão de fábrica afetada pela escalada da inteligência artificial vem sendo retreinada e para que tipo de função em transformadoras nos EUA?
Samora Como comprovado pelos baixíssimos índices de desemprego nos EUA (inferiores a 4%), essa mão de obra não está perdendo seus empregos nem isso acontecerá nas empresas dos demais países que adotarem a inteligência artificial. Esses profissionais apenas se tornarão mais eficientes e se incumbirão de tarefas mais nobres, pois saberão o que fazer em cada momento do processo, mantendo alto índice de qualidade, eficiência e disponibilidade e aumentando significativamente o indicador OEE (Overall Equipment Effectiveness – Eficiência Geral de Equipamento) do parque industrial. A reeducação desses funcionários se dá no âmbito da aplicação dos parâmetros sugeridos pelo sistema de inteligência artificial e, mais importante, cabe também a reeducação dos gestores para utilizar esses dados gerados de modo a melhorar o processo como um todo.
Segursky Um exemplo é o de uma empresa nos EUA onde se exigia que um operador ficasse 24 horas por dia, sete dias por semana, durante todo o ano, para testar fisicamente a densidade de uma amostra a cada hora para cada linha. Qualquer problema não podia ser corrigido até a próxima verificação de densidade. Apesar de inúmeras tentativas de automatizar o processo de medição, nenhuma foi bem-sucedida. Para solucionar o problema, a empresa procurou a Oden que, por sua vez, criou um cálculo para determinar a densidade do material em tempo real, com base nos dados coletados também em tempo real direto do equipamento de produção. Isso eliminou a necessidade de verificações por hora, liberando 9.000 horas de trabalho. Assim, o operador pôde se concentrar em outras atividades de maior valor agregado. A Oden capacita os operadores a detectar problemas de imediato e a corrigi-los, economizando valiosas horas de produção, e matéria-prima, além de aumentar a utilização das máquinas durante o processo produtivo. O sistema balizado por inteligência artificial também plota automaticamente medições em tempo real da taxa de transferência e distribuição de compostos, permitindo aos fabricantes visualizarem a imagem completa do processo, aumentando assim o seu controle. O rastreamento contínuo desses dados também possibilita que os processos sejam otimizados em termos de velocidade e material, mantendo a densidade necessária.
No Brasil, a venda de lotes de aparas plásticas industriais para recicladoras ainda é atividade comercial corriqueira, efeito inclusive da defasagem tecnológica do parque fabril. Diante da inescapável globalização da inteligência artificial, contribuindo para reduzir nas plantas transformadoras o consumo de matéria-prima e a geração de refugo em linha, o comércio de aparas deve entrar em contagem regressiva?
Samora Aparas plásticas continuarão a existir, pois são intrínsecas ao processo produtivo. O objetivo de um sistema como o da Oden Technologies é aumentar a lucratividade de seus usuários e uma das formas de alcançar isso é a eliminação do desperdício. Dessa maneira, entendemos que cairá muito a comercialização de aparas para o reprocesso.
Quais as etapas mais habituais da produção de artefatos plásticos transformados que vêm desaparecendo ou encolhendo drasticamente nos EUA devido à escalada da inteligência artificial, digitalização e TI nos processos?
Samora As principais mudanças ocorrem nos departamentos de qualidade e manutenção, pois as horas de inspeção nas linhas e nos produtos são radicalmente reduzidas. Também as intervenções eletromecânicas são evitadas, permitindo que esses departamentos se dediquem a funções mais nobres e lucrativas para a empresa. Com o uso do sensoriamento, integrado à internet das coisas e à inteligência artificial, temos todo o controle dos processos em tempo real, através de qualquer dispositivo conectado à web e podemos prever qualquer problema que a linha ou máquina venha a ter, evitando paradas no processo.
Segursky A Lake Cables, uma indústria norte-americana de cabos elétricos, recorreu a Oden para resolver problemas de qualidade em sua fábrica, decorrentes do excesso de refugo de material, além de despender muitas horas com a área de engenharia para identificar e solucionar os entraves na produção. De forma simplificada, o problema ocorria na etapa de isolamento dos cabos (aplicação de plásticos especiais ao redor do encordoamento). Constavam de defeitos na superfície que aconteciam de forma inconsistente e eram pequenos demais para o operador medi-los durante o processo. Os engenheiros da Lake Cables trabalharam arduamente para identificar as causas e gastavam muito tempo levantando variáveis e fazendo testes, porém não chegaram a qualquer resultado satisfatório.
Solução da Oden que foi aprovada: uma nova forma de analisar cada variável durante o processo. Com a nossa plataforma foi possível mensurar as informações em tempo real, sem parar a produção ou precisar da intervenção da engenharia de processos. Ou seja, diminuiu o tempo improdutivo. Com a inteligência artificial embarcada na plataforma foram identificados os erros no processo, que puderam ser corrigidos. Os ganhos foram altíssimos: 8% na capacidade produtiva mensal e aumento de 30% na produtividade da área de engenharia. •