Mais uma vez, capacidade demais e oferta de menos foram o fogo e gasolina causadores de queimaduras em carne viva nos números do setor automotivo brasileiro em 2022. Por tabela, foram a pique no período as expectativas de ressurreição do maior mercado para resinas e compostos de engenharia. No escrutínio da consultoria especializada Bright Consulting, as vendas de veículos fecharam o ano passado com 1,954 milhão de unidades ou 1,2% abaixo do saldo de 2021. Na medição da Anfavea, a produção totalizou 2,27 milhões de veículos (5,4% acima da soma de 2021), cargo de abarrotado efetivo 57 fábricas montadoras (inclusa categoria agro). Os números cruzados convergem para uma ociosidade de feiura evidenciada pela capacidade instalada de montagem arredondada em 4,5 milhões de unidades de veículos automotores. De acordo com a consultoria, o déficit nas vendas de 2022 é o terceiro seguido no gênero amargado pelo setor no Brasil. Seus principais motivos são de alcance mundial, a exemplo da escassez de semicondutores, repiques da covid na China, taxas de juros impensáveis para o comprador padrão e inflação engessadora. Alguns desses pesares não saem de cena no exercício atual, como atestam as recentes paradas de várias montadoras, forçadas por baixa demanda. Retomando o fio, a Bright Consulting crava as vendas de veículos elétricos em 46.868 unidades no ano passado e, desse total, os tipos movidos a bateria mobilizaram 17%; mild hybrid (motor a combustão e uma bateria), 18% e o restante coube a híbridos convencionais (motor a combustão em maior destaque que a bateria) e híbridos plug in (modelos de recarga externa).
O crescimento impensável da petroquímica russa
Performance do setor deve superar a da União Europeia este ano