Praia frequentada por filmes de PE e PP (em especial CPP e BOPP), alimentos derivados de trigo, alguns deles integrantes da cesta básica, degustaram, no mercado interno do ano passado, de faturamento empinado (reflexo em especial da alta dos custos repassada aos preços) e de um volume de vendas condizente para uma conjuntura de consumidor-padrão de bolso apertado pela carestia. Este saldo entre moderado e cantante aflora do recém-divulgado balanço da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi). Numa alusão direta ao plástico, análise sobre as entrelinhas do levantamento pela consultoria Kantar assinala que a preocupação do público empobrecido com o preço impacta as embalagens numa circunstância de redução de compras. Desse modo, produtos com aura de inovação e decorrente valor agregado maior, a tendência é de adesão a embalagens menores. “As embalagens estão sendo muito mais caracterizadas pelo ambiente do varejo do que pela necessidade do comprador”, frisa o estudo da Abimapi.
Ancoradouro para BOPP, o reduto brasileiro de biscoitos faturou R$ 29.209 bilhões em 2022 contra R$ 23.943 bilhões um ano antes. Em volume de vendas, foram 1.555 milhão de toneladas no último período, de leve abaixo das 1.592 milhão precedentes. Entre os destaques em faturamento, o balanço aponta para subida de 27% na categoria dos salgadinhos e de 21% na dos biscoitos recheados salgados no ano passado. No embalo, a Abimapi constata que, em volume, o consumo dos salgadinhos saltou 12,8% em 2022, atingindo penetração em cerca de 95% dos lares. Outro lance relevante, desvenda o balanço foi a ocorrência do chamado efeito ampulheta: alta presença na praça de biscoitos mais refinados e caros em embalagens menores e de tipos baseados em receitas mais simples ofertados em pacotes família, de melhor custo/benefício.
A Abimapi situa em 1% o aumento do volume de vendas internas de massas alimentícias em 2022, enquanto a receita pulou 23%. Números: o faturamento passou de R$10.784 bilhões em 2021 para R$13.462 bilhões no exercício seguinte e, no plano quantitativo, o movimento zarpou de 1.250 milhão de toneladas em 2021 para 1.284 milhão em 2022. Mereceu atenção no balanço da entidade o salto no volume de vendas das acessíveis massas instantâneas: 2,8%, acima da média da categoria e mérito atribuído, em particular, à demanda encabeçada por consumidores jovens e pessoas que trabalham fora de casa.
A varredura da Abimapi fecha com o retrospecto dos seus dois menores segmentos: pães e bolos industrializados. Quanto aos primeiros, o faturamento de R$ 9.905 bilhões em 2021 saltou para R$1.713 bilhões no período seguinte e o volume de vendas passou de 669.000 toneladas dois anos atrás para 723.000 em 2022. Na subcategoria dos bolos industrializados, a receita de 2021 fechou em R$ 1.469 bilhão e a de 2022 em R$ 2.141 bilhões. Já o volume de vendas progrediu de 48.000 toneladas em 2021 para emplacar 59.000 no último período.