A gema do novo
Ativo fixo entre as lideranças globais em poliolefinas, a LyondellBasell apalpa por enquanto com discrição as exportações de PP e PE para o Brasil. Em contraste, não economiza esforços para disseminar no setor plástico nacional uma profusão de materiais do estado da arte que substituem com folga grades commodities e as estruturas multimaterial, estas hoje repudiadas em embalagens flexíveis pelos arautos da economia circular. Uma panorâmica dessa vanguarda que começa desembarcar no país é desnudada na entrevista a seguir por Roberto Castilho, diretor comercial da LyondellBasell para masters, compostos, materiais em pó e resinas especiais para América Latina, e Ademir Livio, gerente de marketing para poliolefinas.
Quais os mais inovadores tipos específicos de resinas derivadas da tecnologia Cattaloy introduzidas no Brasil em 2022 e quais as novidades engatilhadas para trazer este ano?
Ademir Livio: Em 2022 tivemos a introdução de resinas de altíssima flexibilidade no segmento de geomembranas. Esta aplicação utiliza notadamente PEs. No entanto, grades como Adflex Q300F e Adflex Q100F aumentam bastante a vida útil dessas membranas, devido à maior resistência ao stress cracking, flexibilidade e variações térmicas. No segmento de revestimentos de tubos para o transporte de petróleo em projetos off shore, foram comercializadas alguns milhares de toneladas de materiais da linha Hifax para os campos de Bacalhau e Búzios na área do pré-sal. São campos fundamentais para a produção anual de milhões de barris e os produtos Hifax não tem concorrência em aplicações para transporte em altas temperaturas. Por fim, estamos abrindo caminho este ano no Brasil para nova família de terpolímeros, em especial para selagem e laminação de filmes planos e biorientados. Não se trata de aplicação genuinamente inédita no país, mas, sim, da oferta de grades que cobrem todo o range de selagem de 115 a 70ºC.
Quais os seus mais inovadores grades de compostos avançados de PP colocados recentemente no Brasil?
Roberto Castilho: O mundo busca soluções sustentáveis para as embalagens e, nesse sentido, há o desafio de substituir os filmes laminados multimateriais por estruturas monomaterial. A LyondellBasell tem uma série de resinas especiais e masterbatches que trazem soluções para esse desafio. Para soluções monomaterial base PP, laminações de BOPP com PP Cast podem ser utilizadas para substituir estruturas multimaterial PET com PE. A resina Adstif 712J provê à estrutura à base de BOPP maior rigidez e resistência à temperatura, além de poder de barreira 23% melhor ao vapor de água e 19,8% melhor ao oxigênio. O grau de barreira que pode ser ampliado com o uso da linha de produtos Polybatch® BAR em PP cast, incrementando a barreira ao oxigênio. PP cast pode receber uma capa com a resina especial Adsyl 6064, para ter selagem a menor temperatura e, em decorrência, maior janela de processabilidade.
Para que a solução seja completa, temos masterbatches que ampliam a barreira ao vapor de água, como o Polybatch® CPS 606, o Polybatch® NC44 e o Polybatch® M6020, três tecnologias diferentes com o mesmo propósito. Outro cuidado importante é com a estabilidade do alimento frente à influência da luz, a estabilidade de ácidos graxos insaturados. Para embalagens transparentes, recomendamos Polybatch® PAC 10537, absorvedor UV que protegerá e preservará as propriedades do alimento.
Quais os tipos mais avançados de PE e PP da LyondellBasell colocados no Brasil desde o ano passado?
Ademir Livio: Introduzimos a linha de copolímeros Clyrell de base buteno-1 para o segmento de laminação de filmes e selagem de películas cast. A diferenciação desta série de copolímeros randômicos está na sua capacidade de ser submetida a processos de esterilização em altas temperaturas (retort), quesito fundamental em aplicações alimentícias.
A LyondellBasell também forma opinião mundial em polímeros reciclados, resinas baseadas em insumos de fontes renováveis e compostos de plásticos reciclados. Poderia dar exemplos dessas soluções disponíveis para cadeia plástica brasileira?
Ademir Livio: A LyondellBasell tem na sua política de sustentabilidade a ambição de produzir 2 milhões de t/a de resinas de origem não fóssil até 2030. Para isto, dispomos da linha de polímeros Circulen dotada de três vertentes: Recover (reciclagem mecânica), Renew (utilização de biomassa na produção de materiais) e Revive (recuperação química). Estes materiais já são ofertados no Brasil, e esperamos para 2023 a consolidação dos primeiros negócios. Na Austrália, uma linha muito famosa de chocolates já recorre às nossas resinas circulares para reciclagem avançada.
Há oportunidades no Brasil para aplicações das especialidades Adstif e Clyrel? Quais os mercados mais receptivos e promissores?
Ademir Livio: Os produtos Adstif têm seus nichos em sistemas que requeiram resistência ao impacto e rigidez ao mesmo tempo. Estas duas dimensões não andam lado a lado nas resinas commodities e isto vai gerar alternativas para o segmento mobiliário e de embalagens monomaterial, pois esta linha se destaca também por melhores propriedades de barreira. Adstif 648P é a alternativa indicada de material. Do lado da família Clyrell, contamos com materiais de alta transparência e resistência mecânica. Tratam-se de características típicas dos copolímeros randômicos (transparência) e heterofásicos (impacto), mas a linha Clyrell vai conjugar estas duas propriedades no mesmo grade. As resinas hoje em desenvolvimento no Brasil são Clyrell RC213M e o Clyrell RC6142. •
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