A lasanha, quem diria, serviu para doleiro confessor na Lava Jato apelidar a mala com camadas intercaladas de roupa e propina. Mas, nas gôndolas de pratos prontos, o status dessa iguaria italiana não poderia ser melhor, a ponto de ela puxar o movimento por um caminho sem volta: a substituição de cartão por filme laminado na embalagem impressa. A mineira Maricota Alimentos entra com tudo na onda ao introduzir em setembro, nos supermercados, a sua lasanha à bolanhesa 500 g acondicionada em flow pack. “Estamos seguindo a tendência no ramo, favorável a soluções de plástico flexível, e o uso de flow pack é recente entre fabricantes de alimentos com projeção nacional”, pondera Denis Goulart, gerente de marketing da Maricota. “Decidimos começar pelas lasanhas por liderarem nossas vendas de pratos prontos, sobretudo o sabor bolonhesa. Mas vamos utilizar flow pack em todos os sabores na linha completa de pratos prontos, entre eles panquecas e escondidinhos, inclusive em versões de gramaturas diferentes”.
A motivação chave para banir a embalagem cartonada não podia ser outra: redução de custos, confirma Goulart. “O mercado está cada vez mais competitivo e grande parte dos consumidores busca sempre o menor preço”. Na retaguarda da produção, ele conta, a economia com a mudança pintou para a Maricota em ganhos de produtividade. “Reduzimos etapas no processo e a velocidade do embalamento aumentou”, coloca Goulart. A nova embalagem resultou de concepção costurada pelos departamentos de marketing, controle de qualidade e de pesquisa e desenvolvimento da Maricota. “O filme para flow pack é produzido pela Piloto Plásticos”, indica o executivo. Com nove anos de estrada, essa convertedora de Goiânia hoje extruda 250 t/mês de polietileno (PE), possui laminadora solvent less, impressão flexo e capacidade produtiva na faixa de 250 t/mês de flexíveis. “Flowpack é uma embalagem impressa na película de PET biorientado (BOPET) laminada com filme de PE para selagem”, observa Paulo Godeguêz, diretor da convertedora “O diferencial no caso é a empacotadora flow pack, cuja alta produtividade requer de resinas especiais na extrusão do filme”.
Retomando o fio, Denis Goulart informa que a estrutura desse laminado, fechado por ação de temperatura, alinha BOPET/tintas + adesivo/PE pigmentado. “O poliéster proporciona as barreiras a gases e gorduras, enquanto o filme de PE possibilita que o flow pack não abra com facilidade, como um pacote de biscoito, mas nem tão difícil como uma embalagem de molho de tomate”, exemplifica o gerente de marketing. Por sua vez, a embalagem primária da lasanha inclui a película de BOPET que sela a bandeja, adequada ao forno convencional ou microondas, constituída em 95% de papel cartão e 5% de PET. “O poliéster ocupa a área interna da bandeja em contato direto com o alimento”, explica Goulart.
Com base nesses substratos, ele afirma que a vida de prateleira da lasanha pronta não foi alterada no deslocamento do cartão por flow pack. “O prazo de 365 dias permanece, pois a vida de prateleira é determinada pela embalagem primária, que não foi modificada”. E o consumidor também saiu ganhando. “Com a mudança de cartão para flow pack, o preço de venda da lasanha cai 5%”, completa Goulart. •