Uma pergunta para Aldo Mortara, gerente de vendas e desenvolvimento de novos negócios da Vitopel.
PR – A Videolar-Innova informa ter acionado sua terceira e última linha de BOPP. Qual passa a ser agora o gap % entre a nova capacidade instalada total e o consumo brasileiro de BOPP estimado para este ano e quais as saídas concretas para o produtor local de BOPP combater a erosão de suas margens sob crise e superoferta interna e excedente externo do filme?
Mortara – O problema da indústria brasileira de BOPP não está relacionado ao número de players locais, mas na capacidade instalada. Um substrato de uso tão abrangente como o filme biorientado requer alternativas de fornecimento para mitigar riscos de desabastecimento ou de falta de opções técnicas e comerciais. Sem dúvida, no atual cenário recessivo o aumento da oferta trará sérios problemas à indústria de BOPP como um todo. A despeito das vantagens competitivas de cada produtor, todos perdem numa conjuntura de sobreoferta, principalmente se considerarmos o panorama global, indicando excedente na oferta do filme em várias regiões. A comoditização de BOPP, fruto de uma concorrência acirrada, gera um atraso tecnológico e, em decorrência, de competitividade, em toda a cadeia de fornecimento de embalagens flexíveis. Os usuários passam a focar unicamente o preço de aquisição do substrato e os produtores, por sua vez, perdem a motivação para investir em inovações e melhorias tecnológicas. Assim, o que parece ser um benefício no curto prazo, trará um ônus para a competitividade do mercado inteiro de embalagens flexíveis no médio e longo prazos. Estamos caminhando para uma sobre capacidade instalada de BOPP muito superior a 50%, o que não é nada saudável. A concorrência tenderá a ser muito mais predadora do que empreendedora.