PP: autossuficiência da China colapsa mercado mundial

Atual queda da rentabilidade da resina era previsível, julga analista da Icis
autossuficiência da China colapsa mercado mundial

De maio de 2019 a dezembro de 2021, período na boca do fim do superciclo global de investimentos petroquímicos (192-2021), as importações chinesas de PP somaram 14.9 milhões de toneladas trazidas dos 10 maiores países supridores, atesta a consultoria Icis. Corte para os desembarques da resina entre janeiro e agosto último: cerca de 11 milhões de toneladas. O declínio reflete a quase absoluta autossuficiência produtiva atingida em PP pela China em contraste com a redução do crescimento da demanda interna, julga o blogueiro John Richardson, no site da consultoria Icis, cujo banco de dados originou as projeções. Na mesma pegada, o analista salga a feirda lembrando que, durante o finado superciclo, o mercado chinês de PP evoluía à média anual de 11% e, numa perspectiva otimista, o índice deve estacionar em 4% anuais entre 2021 e 2030.

Apesar dos pesares, insere Richardson, a capacidade chinesa de PP continua a crescer, devendo fechar este ano 118% acima do consumo interno e 126% em 2025. Ele assinala que,10 anos atrás, o índice da relação era estimado em 89% e, em 2004, ficava em 63%.

Na areia movediça dos preços, Richardson registra, para PP homo e copolímeros (random e de bloco) preço médio CRF China de US$1.077/t entre maio de 2019 e dezembro de 2021, diminuindo para US$ 980/t entre janeiro de 2022 e agosto último. Quanto às margens, o blogueiro situa, tanto para PP base nafta ou desidrogenação (PDH), o índice na faixa de US$ 281/t entre maio de 2019 e dezembro de 2021, despencando pata US$ 12/t entre janeiro de 2022 e setembro de 2024.

Richardson fecha sua pensata, postada em 2/10,  ponderando que todos os produtores de PP podiam e deveriam perceber esta piora a caminho do mercado. Afinal, em 2014, em meio ao superciclo de investimentos, o governo de Pequim alterou sua postura na área com o intuito de favorecer a crescente autonomia produtiva do país em matérias-primas. Desse modo, deduz o analista da Icis, houve tempo suficiente para petroquímicas internacionais agirem para reduzir a dependência das compras chinesas. Muitas dessas empresas, completa o blogueiro, não perceberam sinais piscantes como a crise demográfica (idosos como força econômica maior que a nova geração) e o mega colapso imobiliário, e poucas estavam prontas para os ajustes necessários à nova realidade, como demonstra o naufrágio  da demanda, suprimento, vendas e margens de PP na China.

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