2024 abriu indigesto para o conglomerado mexicano Orbia, forçado a uma incisão sem anestesia na carne de seu planejamento estratégico. Conforme noticiado no site Plastics News, o grupo anunciou ao final de fevereiro a decisão de sustar todos os projetos acalentados de produção de PVC em razão da demanda mundial pálida e sem virada prevista até segunda ordem. Entre os empreendimentos engavetados, consta uma integrada planta de 1 milhão de t/a do grade do vinil em suspensão em área do Golfo dos EUA, localidade justificada como a única no paleta para dotar a Orbia de competitividade para duelar com PVC do rolo compressor da China sob a escora de energia, gás natural, eteno e salmoura norte-americanos ultra em conta. “A parada do projeto está mantida até os preços do polímero se estabilizarem acima de US$ 1.000/t”, determinou o CEO Sameer Bharadwaj em coletiva para analistas de investimento.
A propósito, fontes da Orbia relataram ao site Plastics News que a China está pisando fundo em suas exportações do vinil, em decorrência da economia doméstica anêmica, ilustrada pela derrocada do seu setor imobiliário, aliás quintal cativo de PVC. Daí as atuais exportações chinesas da ordem de 2 milhões de t/a, “situação capaz de estender-se pelos próximos dois ou três”, acentua o CEO da Orbia. O histórico está do seu lado. Pela calculadora da consultoria Chemical Market Analytics, com base no cenário de 2023, a capacidade global de PVC dobrou em 20 anos e a China octuplicou os investimentos no mesmo período e hoje desfruta de plena autossuficiência produtiva no polímero. Por tabela, segue a consultoria, a taxa de operação global de PVC, sob impacto das expansões na China, acusa queda drástica desde 2018, assim como preços abaixo do retorno mínimo esperado, em linha com a constatação de Sameer Bharadwaj.
Ainda em fevereiro último, sob a alegação de condições desafiadoras de mercado, a Orbia comunicou à praça o fechamento da fábrica de cerca de 60.000 t/a de PVC em emulsão em Pedricktown, no estado de Nova Jersey. O rol de suas unidades deste grade agora englobam duas no México, uma na Alemanha e uma nos EUA. Na Colômbia, sob tecnologia licenciada da BF Goodrich, a Orbia opera a única fábrica local, de 420.000 t/a de PVC (grades suspensão e emulsão) e atual líder nas exportações da resina para o Brasil, onde um dos seus principais clientes é a Wavin, também controlada do grupo mexicano e nº1 latino americana em tubos vinílicos. Em 2022, a fábrica em Cartagena carimbou 190.000 das 330.000 toneladas de PVC internadas no Brasil.