Já condecorado como único polímero reciclado permitido para contato com alimentos, PET ganha chances de aumentar seu cacife de plástico sustentável aproximando-se da condição de biomaterial. Até hoje um brilho nos olhos de seus idealizadores, o poliéster de fonte renovável ensaia florescer com o desenvolvimento a quatro mãos da norte-americana Origin Materials, focada em soluções químicas e poliméricas avessas a fontes fósseis, e a canadense Husky, regente mundial dos sistemas de injeção de pré-formas e embalagens. O sonho ganha contornos de realismo com o anúncio, pelos dois parceiros, do vitorioso desenvolvimento de um polímero híbrido, à base de PET reciclável e do biomaterial ácido furandicarboxílico (FDCA), originário de respíduos de madeira e que, via plataforma tecnolóogica da Origin, transforma o carbono gerado pelo refugo em materiais úteis. Conforme noticiado no site da Origin, FDCA é um insumo químico, também definido como copolímero pela empresa sua criadora, e ressaltado como adequado a aplicações como em poliésteres, poliamidas, poliuretanos, resinas de revestimento (coating) e plastificantes. FDCA também é o precursor do biopolímero denominado polietileno furanoato. A mistura de PET convencional com FDCA resultou numa bio solução reciclável. Origin e Husky enaltecem propriedades de seu material híbrido como superiores às do PET derivado de fontes fóssseis, caso de características mecânicas e poder de barreira, convergindo para maior shelf life. O grade de PET/FDCA passou pelo crivo de corridas em linhas de injeção de pré-formas da Husky, a seguir convertidas em garrafas em sopradora à parte. Para engrossar o vento a favor da resina sem DNA no petróleo, vale lembrar que já está disponivel na praça internacional a versão bio de monoetileno glicol (MEG), matéria-prima que, aliada ao ácido tereftálico púrificado (PTA), resulta em PET.
O crescimento impensável da petroquímica russa
Performance do setor deve superar a da União Europeia este ano