As feições da Bálsamo Reciclagem mudaram de A a Z em dois anos de ativa do separador óptico Titech autosort 4 1400, assinado pela norueguesa Tomra Sorting Recycling. O equipamento automatizou a triagem de resíduos, antes 100% manual na recicladora localizada no município de Bálsamo, no oeste paulista. O processamento de material saltou assim de menos de 3 t/dia para 1 t/hora, o que impulsionou aportes em maquinário de trituração e extrusão. De início, rodava ali apenas um moinho que não funcionava todos os dias. “Agora possuímos dois em linha em tempo integral e temos um terceiro em fase final de instalação”, avisa Marcilio Patriani, sócio-diretor da recicladora.
“Dispomos de capacidade instalada para 5.520 t/a e operamos com três extrusoras em dois turnos, cinco dias por semana”, ele assinala. Antes da chegada de Titech autosort 4, ele repassa, havia um gargalo significativo nas atividades, limitando as etapas de produção subsequentes à separação de material. Com isso, a empresa acabava comprando matéria-prima já triturada, em regra mais cara e de qualidade inferior, para fazer com que as linhas de extrusão rodassem com alto nível de ocupação. “Além disso, é difícil saber o que há misturado a produtos fornecidos por terceiros”, complementa Patriani. Há possibilidade de aumentar mais a automação em linha, ele julga, mas a aquisição de Titech ainda está em maturação. “Estamos em processo de maximizar a utilização do equipamento”.
A Bálsamo opera com 47 funcionários, contingente necessário para triagem de sucata mais volumosa de polipropileno (PP). “Se trabalhássemos somente com polietileno de alta densidade (PEAD), a quantidade de colaboradores seria bem menor”, insere Patriani. A empresa recebe refugo sem ser lavado e tritura 90% da produção. A capacidade de estocagem da Bálsamo, dimensiona o reciclador, chega a 100 toneladas de material pronto, mas o volume armazenado nunca passou de 20. Na Bálsamo, detalha Patriani, o processo começa com a remoção de tampas e etiquetas de frascos de PEAD. Da primeira vez que o material passa pelo separador óptico, todos os demais tipos de plástico são segregados. Na segunda vez, PEAD é fracionado por grupos de cores e, a seguir, está pronto para trituração, lavagem e extrusão. Com PP, ele encaixa, o processo é similar. Sem passar pelo equipamento que retira etiquetas e tampas, os resíduos são cortados manualmente em frações menores, enquanto os materiais impróprios são eliminados.
Apesar do aumento nos custos de energia no Brasil, Titech não deixa de ser vantajoso, pois aumenta a produtividade da etapa de triagem, assegura Carita Arita, diretora comercial da Tomra Brasil, à frente de 14 separadores ópticos colocados para rodar no país. “Nossos sistemas de seleção baseados em sensores apresentam consumo elétrico inferior a 1,5kw”, ela situa. O modelo instalado na planta da Bálsamo faz parte da quarta geração de Titech autosort, ela esclarece, primando pelos aumento de eficiência e estabilidade, bem como redução de consumo de eletricidade de 20 a 40 vezes em comparação a sensores similares disponíveis no mercado. O investimento do reciclador no sensor óptico retorna, segundo a porta-voz, em até dois anos.
A capacidade de separação por cores de Titech é outro plus da tecnologia norueguesa e, assim, preencheu uma demanda específica da Bálsamo. O amplo espectrograma do sistema diminuiu a necessidade de posterior pigmentação da resina. O equipamento também minimiza a frequência de manutenção por parte do reciclador e, por tabela, reduz custos operacionais. Segundo a Tomra, Titech requer uma limpeza diária e calibração uma vez ao mês, a cargo do próprio cliente.•
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