Desde os idos de 2018, quando o desastre geológico em Maceió aleijou a produção de PVC da Braskem, nº 1 nacional no vinil, as importações brasileiras do polímero se agigantam em decorrência da oferta doméstica insatisfatória. Os desembarques têm se mantido na casa dos seis dígitos, a exemplo das 597.251 internadas em 2021 e, queda brusca imposta pela carestia, 351.094 no ano passado. Apesar de arcar com sobretarifa antidumping vigente no Brasil para PVC em suspensão, a China preserva o assento entre os principais exportadores da resina para cá, ao lado de Taiwan, Colômbia e Argentina. Pois mesmo com o mico da sobretaxa nas costas, a China deve continuar muito bem nessa foto porque, em meio à carência de novas expansões na produção ocidental de PVC, a petroquímica chinesa planeja elevar de 1,5 milhão para 2 milhões de t/a a sua capacidade doméstica da resina até 2027, quando deverá operá-la com ocupação de 80%, reporta estudo divulgado pela consultoria Chemical Market Analysts. Quanto ao Brasil, suas compras externas de PVC também tendem a crescer para sustentar a gradativa implantação de projetos de saneamento à sombra do marco regulatório.
A intensificação dos embarques chineses de PVC também é determinada pelo seu hiper endividado setor imobiliário. Afinal, 70% do consumo global do vinil provém de materiais de construção e o governo Xi Jin Ping passou a combater o problema com subsídios e cortes de juros, medidas anotadas com entusiasmo pela mídia mundial no início de junho. Pelas elucubrações da Chemical Market Analysts, a avariada construção chinesa tende a reagir aos poucos à injeção de subsídios oficiais em 2023 e 2024 e, nesse cenário, as exportações de PVC devem subir, tanto os embarques da China como os dos demais países produtores da resina que antes tinham nos canteiros de obras chineses uma clientela preferencial.