Resinas Commodities: a robustez das importações brasileiras em 2022

Apenas dos EUA vieram quase meio milhão de toneladas de PE
Resinas Commodities: a robustez das importações brasileiras em 2022
Zona Franca: importações de 425.000 toneladas de PP em 2022.

 

As importações brasileiras de resinas commodities refletiram, em 2022, uma conjuntura energizada pela oferta interna insuficiente de determinados grades, pressão do excedente global e, para ficar no básico, os cafunés no consumo de baixa renda e respiros tarifários em compras internacionais ativados pelo governo Bolsonaro na reta final da sua gestão. De acordo com o meticuloso levantamento empreendido pela equipe de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), as importações de PP totalizaram 396.410 toneladas em 2020; 463.206 em 2021 e 425.215 em 2022. Em PVC, foram 407.684 toneladas em 2020; 597.251 em 2021 e, queda brusca, 351.094 no ano passado. No campo dos estirênicos, foram desembarcadas 209.363  toneladas do monômero em 2021, acima das 185.088 trazidas em 2022. No compartimento de PS, a Abiquim indica importações de 39.087 toneladas em 2020; 41.507 em 2021 e 42.064 em 2022.

PET grau garrafa: as importações brasileiras somaram 84.513 toneladas no pandêmico 2020; 120.630 em 2021 e 74.430 no ano passado, perfazendo chamativo pano de fundo com base numa capacidade instalada total do poliéster da ordem de 1 milhão de t/a e uma produção da ordem de 692.000 toneladas em 2022, inquietadora ociosidade da ordem de 30%.

PE sempre foi o polímero mais importado pelo Brasil. Em PEAD, o rastreamento da Abiquim aferiu 336.211 toneladas internadas em 2020; 330.490 em 2021 e 360.239 em 2022. Por fim, quanto a PEBD, poliolefina de capacidade local aquém da demanda, o Brasil importou 164.761 toneladas em 2020 e 215.642 em 2021. Na raia de PEBDL, foram desembarcadas 245.939 toneladas em 2020 e 318.746 em 2021. A metodologia do cálculo para 2022  foi alterada pelo governo (Gecex) por decidir incorporar os indicadores de PEBD e PEBDL na mesma categoria. A soma dessas importações, um revés para a transparência dos dados do setor, totalizou 397.695 toneladas em 2022.

Entre as origens campeãs das importações brasileiras, sobressaem, por cortesia do Mercosul, os dados relativos à Argentina.  Em PP, os volumes trazidos do altar de Messi totalizaram 67.374 toneladas em 2022 contra 51.829 em 2021 e 29.234 em 2020. A produção de PE da Argentina é monopolizada pela Dow. Quanto ao binômio PEBD/ PEBDL, o saldo emplacou 40.598 toneladas no último período.

Em 2021 vieram 29.733 toneladas e em 2020, 39.228 de PEBD, perante 29.733 precedentes. Quanto a PEBDL, a Argentina despachou para cá 12.073 toneladas em 2021 e 10.656 em 2020.  Em PEAD, essas importações brasileiras atingiram 74.862 toneladas em 2022, pouco acima das 70.050 em 2021 e 101.461 em 2020. Por fim, no rincão de PVC, produzido na Argentina apenas pela brasileira Unipar, as remessas contabilizam 36.572 toneladas embarcadas do país vizinho para cá no ano passado, alguns degraus abaixo das 45.255 registradas em 2021 e 40.912 no ano anterior.

Pulando para a aduana dos EUA, influencer-chave na formação de preços petroquímicos no Brasil, suas remessas de PEBD e PEBDL para cá, levanta a Abiquim, alcançaram 268.902 toneladas em 2022. No ano anterior, o Brasil importou dos EUA 109.699 toneladas de PEBD e 82.729 em 2020. Em PEBDL, o país trouxe da mesma origem 220.770 toneladas em 2021  e 192.267 um ano antes . Os desembarques de três dígitos também deram as caras nos grades de PEAD norte-americano: foram 192.030 toneladas no ano passado, à frente das 148.540 internadas em 2021 e 178.916 em 2020.

Em meio à chiadeira geral em vão contra a guerra fiscal legitimada, as internações de poliolefinas importadas por portos incentivados têm ganho tração. O esmerado pente-fino da Abiquim revela que, em 2022, entraram por Manaus 87.569 toneladas de PP contra 75.232 em 2021. Em termos de PEAD, entraram pelo porto de Manaus 128.542 toneladas no último período versus 94.098 precedentes. Por sua vez, a soma de importações de PEBD e PEBDL recebidas pela Zona Franca chegou a 214.092 toneladas em 2022, quase o quádruplo das 59.334 anteriores. Os portos incentivados de Santa Catarina também estão entre os xodós dos importadores de poliolefinas. No ano passado, mostra o radar da Abiquim,  entraram por eles 216.639 toneladas de PP  versus 221.838 em 2021. Quanto a PEAD, desembarcaram por ali 118.090 toneladas no último período perante 125.956 anteriores. No arremate, portos catarinenses internaram 66.323 toneladas em 2022 e 64.926 em 2021 de PEBD em conjunto com PEBDL.

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