Tubos de PVC imunizados contra o pessimismo
Vacinação e crédito imobiliário devem tonificar a demanda por tubos vinílicos no segundo semestre, sustenta nesta entrevista Ruy Cesar Feuerschuette, diretor comercial da transformadora paranaense Plastilit, com 33 anos de estrada.
Quais as perspectivas para as vendas do setor de tubos plásticos neste ano marcado pela pandemia, auxílio emergencial menor, desemprego recorde, queda brava no poder aquisitivo, inflação e crise de energia?
O país já provou que a demanda existe. Claro que ela tem sido muito influenciada pelo comportamento das pessoas sob a pandemia, mas o déficit habitacional e as reformas residenciais prosseguem motivando compras de materiais de construção. Aliado a isso, pesa o otimismo dos investidores em obras no saneamento básico.
Qual o panorama notado na saída do primeiro semestre?
Já se percebia aquecimento e boa projeção de crescimento da economia, incutindo mais confiança no setor de materiais de construção com a queda do número de infectados e consequente aumento da circulação de pessoas e da disposição para consumir. Temos visto muita movimentação no setor de lançamentos imobiliários, efeito da maior disponibilidade de créditos para financiamento aliado à procura de um “lugar melhor” para se viver e trabalhar, pois o “home office” continua e a conciliação da moradia com atividade profissional hoje forma entre os fatores predominante na escolha de uma habitação. O encarecimento dos imóveis não deve inibir de modo significativo a evolução dos lançamentos, pois a oferta de crédito também está em alta para pessoas físicas, fazendo que o artifício de parcelamento a juros atrativos mantenha acesa essa movimentação. A procura por materiais de construção para reformas residenciais devem manter o pique habitual, porém o destaque nas vendas do nosso setor virá dos novos empreendimentos imobiliários.
Continua comedida a disponibilidade mundial e local de PVC. Diante disso, porque os preços médios do polímero não têm aumentado este ano com a intensidade notada em 2020?
Tal como em 2020, os transformadores recorrem à importação de PVC, mesmo encarecidas pelos reajustes nos fretes, para aliviar o entrave do gargalo do fornecimento interno da resina, por sinal favorecido com demanda doméstica menor no primeiro semestre. Acho que a evolução do preço do PVC chegou num patamar de máxima e recentemente atingiu uma estabilidade.
Pelo monitoramento do setor pela Plastilit, quanto aumentou em 2020 o preço médio do tubo de PVC para esgoto de 150 mm de diâmetro? E qual o reajuste acumulado nesse preço de janeiro a junho de 2021?
Para o ano de 2020 o aumento do preço desse tubo ficou em torno de 60%. Em 2021 o repasse acumulado de janeiro a junho foi de 13%, sempre acompanhando, dentro da sua proporcionalidade, os aumentos de PVC.
PVC é resina de produção eletrointensiva. A Plastilit antevê para o segundo semestre o risco de reajustes no preço interno de PVC em razão da crise de energia elétrica?
Acredito estarmos todos saturados de tantos aumentos, porém será lógico esperarmos um repasse no preço da matéria prima caso venhamos a ter novas crises que impactem sua produção. Torcemos para que não.
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