Um prato sempre cheio

Unanimidades no Brasil, massas e biscoitos não sucumbem à crise. Para alegria de BOPP

Alimentos industrializados constituem a razão de ser dos filmes de polipropileno biorientado (BOPP), que fazem a sua parte garantindo o controle da qualidade, consistência, custo, integridade e vida útil. Entre as frentes desse setor em que a embalagem flexível reina absoluta, massas e biscoitos, irmanados pela farinha de trigo como matéria-prima, pintam como caso à parte de resistência ao endividamento das famílias. Fala por si a musculatura de indicadores como os do ano passado. Em biscoitos, as vendas em volume totalizaram 1.157.051 toneladas e R$14,332 bilhões em receita, enquanto massas faturaram R$6,320 bilhões, cifra traduzível em 916.000 toneladas. Com cadeira cativa na cesta básica, as duas categorias de alimentos acessíveis, de consumo bombeado tanto pela indulgência como pela saudabilidade, captam as mudanças nos hábitos de consumo do brasileiro em cena desde a crise iniciada em 2015, uma camisa de força da qual o país ainda não se desvencilhou. Informações cruciais para o setor de embalagens plásticas, o perfil da demanda e os meios trilhados pelos fabricantes para esporear as vendas desses dois alimentos com quase 100% de penetração nos lares são dissecados nesta entrevista pelo seu maior porta-voz, Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos industrializados (Abimapi).

Zanão: há espaço para fomentar o consumo de massas e biscoitos.

A pesquisa “A Mesa dos Brasileiros”, da Fiesp/Ciesp, afirma que lasanha e macarrão só perdem para arroz e feijão como as comidas favoritas da população. Por que estes dois tipos de massas ganharam a predileção dos consumidores, entre mais de 60 produtos existentes nessa categoria?
De início, é importante explicar que lasanha é um tipo de macarrão. De forma geral, hoje você encontra lasanha nos pontos de venda de diversas maneiras: seca (lâminas que precisam ou não de pré-cozimento antes de irem ao forno, após a montagem da receita), fresca (lâminas que necessitam apenas de montagem do recheio e molho e já vão ao forno) e congelada (já vem pronta, basta aquecer e consumir). Como evidenciam essas opções, trata-se de um prato versátil.
Quando falamos sobre macarrão, é de uma maneira bem genérica; basicamente significa espaguete, tipo de massa equivalente a 50% do consumo no Brasil (entre os 60 tipos). Uma pesquisa feita em 2017 pela Kantar Worldpanel, apontou que, em São Paulo, por exemplo, a receita de macarrão à bolonhesa é a mais preparada (78% das ocasiões de consumo). Foi seguida pelo macarrão ao alho e óleo (11%). Ambas costumam utilizar espaguete. De todo o modo, devido à atual conjuntura econômica, o consumidor saiu menos para restaurantes e se permitiu experimentar em casa alimentos com maior valor agregado. Neste cenário, as massas frescas e mais elaboradas atraíram novos lares e ganharam mercado.

O hábito de cozinhar em casa, efeito da crise, tende a perdurar mesmo depois que a economia volte a crescer?
A meu ver, não. Em momentos de crise, a população foca no consumo dentro do lar, passando a cozinhar mais, experimentando novos ingredientes. Mas brasileiro adora comer fora e só não mantém este hábito devido aos altos custos. Quando você pensa em “gastronomia domiciliar”, consta de um nicho que uma pequena parte da população segue. É o que costumamos chamar de “efeito Master Chef”. A grande maioria prefere comer em restaurantes.

Quais as principais mudanças de hábitos trazidas pela crise iniciada em 2015 e ainda percebidas nas compras de massas?
A massa seca é o tipo mais barato encontrado no varejo. Depois, por unidade, temos as instantâneas e, por último, vêm as massas frescas, de maior valor agregado por serem recheadas. Para se ter uma noção, de acordo com a Kantar Worldpanel, do volume total de macarrão comercializado em 2017, quando separamos os tipos de massas em secas (tradicional, caseira, sêmola, integral, grano duro e com ovos), instantâneas e frescas (recheadas, dependentes de refrigeração), o primeiro grupo representa 82% do consumo, enquanto os demais equivalem a 14% e 3% do mercado, respectivamente.
Nas subcategorias das massas secas, o macarrão de sêmola foi o mais consumido em 2017, representando 27,9% do mercado. Logo em seguida, apareceram as versões tradicionais, com 26,9%, e com ovos, detentoras de 24,5% do volume de vendas. A Kantar também nos mostrou que o brasileiro ainda se adapta a algumas versões diferenciadas: em 2017 foram consumidos aproximadamente 7.000 toneladas de macarrão grano duro (muito tradicional em países europeus) e 3.000 de massa integral, com maior apelo nutritivo.
De acordo com a consultoria Nielsen, o setor de massas alimentícias registrou em 2018 aumento de 1,3% em volume de vendas , quando comparado com 2017, atingindo 916.300 toneladas. Devido ao baixo preço unitário, o crescimento foi impulsionado principalmente pela categoria de massas instantâneas, que faturou R$ 1,8 bilhão (7,1%) e vendeu 127.200 toneladas (3,7%).
Apesar disso, as massas secas ainda foram as mais consumidas, com 732.500 toneladas. As vendas dos tipos comuns cresceram 5,2%, enquanto as de grano duro aumentaram 5,5%. Nesse contexto, a Nielsen nos mostrou o efeito ampulheta, referente ao aumento simultâneo de produtos mais baratos e mais caros. Já o mercado de massas frescas conquistou receita de R$ 789 milhões com produção nacional de 56.500 toneladas.

Hábito de cozinhar em casa: massas bafejadas pela retração do poder aquisitivo.

Quais as principais mudanças de hábitos trazidas pela crise iniciada em 2015 e ainda percebidas nas compras de biscoitos?
A conjuntura econômica enfrentada pelo país desde 2015 trouxe a racionalização do consumo, movimento enraizado hoje no mercado. Podemos notar nitidamente este hábito de compra com o crescimento do segmento rosquinhas (13,6% em volume e 10,5% em faturamento no exercício de 2018), muito em função das embalagens grandes, os pacotões, disponibilizados no varejo por menor patamar de preços. Aqui temos a famosa relação custo versus benefício. Destaca-se também o desempenho dos cookies, de maior valor agregado, cujo aumento de 4,5% nas vendas foi impulsionado por marcas estreantes. No plano geral os biscoitos mais vendidos em 2018 foram os recheados (287.360 toneladas), água e sal / cream cracker (253.460 toneladas) e secos / doces especiais (160.406 toneladas).

Pelo monitoramento da Abimapi, a penetração de biscoitos e massas nos lares é quase absoluta no Brasil e os volumes de vendas em 2017 e 2018 revelam um cenário de estabilidade. Isto traduz um consumo na curva da saturação? Quais as saídas, fora o fluxo de lançamentos constantes, para o setor desfrutar taxas mais atraentes de crescimento do consumo?
Os biscoitos estão presentes em 99,7% dos lares. Mesmo assim, há espaço para fomentar o consumo. O consumidor está cada dia mais exigente. Quer qualidade, mas não se descuida dos preços. A tendência de saudabilidade veio para ficar. Não estamos falando de uma categoria de alimentos voltada apenas para o mercado premium, mas de produtos enriquecidos com fibras, vitaminas, minerais e grãos que tendem a ocupar cada vez mais espaço nas gôndolas. As porções diferenciadas também caíram na preferência dos brasileiros e são um caminho sem volta. O destaque fica para as monoporções – embalagens que facilitam o consumo de pequenas quantidades. Elas são práticas e ajudam o consumidor a se alimentar sem exageros, na medida adequada.
Quanto ao macarrão, apesar de presente em 99,5% dos lares, ainda existe no uma barreira cultural que tende a restringir seu consumo aos finais de semana, à macarronada de domingo com a família. Mas o macarrão é muito versátil (pode ser preparado de diversas maneiras e complementado com vários ingredientes), além de prático e barato. Tem todas a condições de ocupar lugar na mesa diária do brasileiro. Esse trabalho de estímulo ao consumo do macarrão de maneiras diferentes e sua inclusão no dia a dia das famílias é um dos principais focos da indústria. As empresas brasileiras modernizam-se a cada ano e oferecem mais de 60 formatos de macarrão, com ingredientes diversos em sua composição. Seguindo a tendência de saudabilidade, cresce também a gama de produtos enriquecidos com fibras, vitaminas, minerais e farinha e grãos integrais, etc.

Como as indústrias de biscoitos e massas encaram a crescente rejeição global a embalagens flexíveis descartáveis por parte dos defensores da economia circular?
A indústria está preocupada com as questões ligadas à reciclagem e sustentabilidade e por isso, além de atenta às boas práticas de produção, procura novos materiais para as embalagens que possam satisfazer as necessidades de preservação e manejo dos produtos e, ao mesmo tempo, não prejudiquem o meio ambiente. Os fabricantes de biscoitos e massas não se limitam a cumprir uma lei que os obriga a se comprometerem com o esforço para reciclar as embalagens. Eles estão, de fato, em busca de materiais e produtos de qualidade. Além disso, a Abimapi participa desde 2013 do Programa de Responsabilidade Pós-Consumo de embalagens Dê a Mão Para o Futuro, coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos(Abihpec) e com apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla). Como se pode ver, estamos engajados em colaborar com a melhoria do panorama nacional em relação à correta destinação de resíduos sólidos urbanos. A participação dos nossos associados colabora diretamente com a redução do volume de materiais recicláveis que seriam destinados aos aterros.

Filmes de superação

Massas e biscoitos degustam avanços de BOPP

Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto. Às voltas com crônico descompasso entre capacidade e produção no Brasil, o destino de filmes de polipropileno biorientado (BOPP) está nas mãos de alimentos como biscoitos e massas, de tiragens elevadas e bombeados por uma torrente constante de lançamentos e exigências de melhor performance sem respingos nos custos. Por sua vez, massas e biscoitos dependem de BOPP para brilhar nas gôndolas, preservar sua integridade, cumprir o prazo de validade e estar ao alcance do bolso de baixa renda que garante aos dois produtos penetração praticamente absoluta nos lares do país.
Sebastian Ruthland, gerente comercial da alemã Brückner, quintessência global em máquinas para BOPP, calcula a atual capacidade instalada do filme no país em torno de 230.000 t/a a cargo de quatro transformadores. Entre eles, desponta na pole a Polo Films, usuária de três linhas Tenter da Brückner em sua fábrica de 78.000 t/a na ativa há 19 anos em Montenegro, na serra gaúcha. Antonio Tulio Jou Inchausti, CEO desta transformadora controlada pelo fundo de investimentos Geribá, projeta a produção nacional de BOPP na faixa de 170.000 toneladas em 2018 para uma demanda interna da ordem de 150.000, evidenciando um excedente de 12-13%.Pela régua da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), foram importadas 19.600 toneladas do filme em 2018 e 18.000 em 2017, enquanto as exportações totalizaram 29.000 toneladas no ano passado e 27.400 precedentes. “A América Latina foi o principal importador de BOPP do Brasil”, distingue Jou.

A categoria de massas alimentícias compreende as versões instantâneas, refrigeradas e, locomotiva das vendas, as secas. Para estas, retoma o fio Jou, a Polo tem trabalho com intensidade na melhoria do filme em termos de estabilidade térmica, brilho e desempenho nas linhas de envase. “Constam de propriedades intimamente ligadas às condições da máquina durante o processo produtivo e, por isso, concentramos esforços no ano passado em recuperar nossos equipamentos, aumentando assim a qualidade da película percebida pelo cliente”. Para massas instantâneas, segue o CEO, a Polo tem focado em melhorias da processabilidade e propriedades ópticas dos tipos de BOPP adequados ao alimento. “Desenvolvemos um filme transparente com coeficiente de atrito (COF) estreito e estável, que permite uma variação mínima durante sua conversão e uso no cliente final”.

O segmento de biscoitos também é tratado com esmero. “Além dos desenvolvimentos na campo dos filmes transparentes, trabalhamos no apuro dos tipos de BOPP metalizado, com ênfase na estabilidade do COF e excelência da barreira ao vapor d’água”, completa Jou.
Henrique Lewi, diretor comercial da Vitopel, fabricante de BOPP há sete anos sob comando do fundo Vision Capital, endossa a estimativa de 150.000 toneladas para o consumo interno de BOPP em 2018. “Em 2017, o volume rondou 142.000 toneladas, configurando crescimento de 6% entre os dois anos com base nas vendas do filme a clientes e distribuidores”. Lewi se esquiva de abrir a capacidade nominal provida por quatro linhas de BOPP em suas duas unidades em São Paulo. “O potencial varia de acordo com a complexidade das formulações e quantidades do filme no mix de produção”.

Números à parte, a Vitopel também assedia o embalamento de biscoitos, massas secas e instantâneas com soluções singulares de BOPP. “Por exemplo, o filme HIS35 atende embalagens com demandas mecânicas superiores aos atributros do BOPP convencional, caso da elasticidade aperfeiçoada, excelente hot tack e alto brilho, transparência e resistência de selagem e ao impacto”. Com tais predicados, acentua, torna-se viável a substituição de laminados como BOPP/CPP (filme plano ou cast de PP) por uma camada de HIS35, seja a película transparente ou metalizada e sem prejuízo para as propriedades de barreira. “Outra vantagem desse filme é a possibilidade, em algumas aplicações, de transformar uma embalagem trilaminada e contendo vários substratos num laminado monomaterial, proporcionando ganhos de rendimento e reciclagem simplificada”, assegura Lewi.
Na raia específica de biscoitos, um troféu no showroom da Vitopel atende pelo codinome TS20HSWRN e resultou de ação a quatro mãos com não revelada indústria do interior paulista. “O desenvolvimento visou resgatar a eficiência de determinada linha de acondicionamento com BOPP do cliente para biscoitos que utilizam embalagens primárias não impressas agrupadas numa embalagem secundária impressa. “As perdas concentravam-se no deslizamento das embalagens unitárias sem impressão em relação ao multipack”, descreve Lewi.”Isso causava encavalamento das embalagens e consequente parada da linha de empacotamento e quebra dos biscoitos. “A mudança aconteceu com a reformulação da embalagem primária possibilitada pelo filme transparente TS20HSWRN, de excelentes propriedades de deslizamento e dissipação da carga estática”. Por seu turno, a embalagem impressa multipack era constituída por um laminado de dois tipos seláveis de BOPP- um filme transparente outro metalizado, com aplicação de verniz deslizante na conversão, “para adequar a embalagem às necessidades do processo de empacotamento”, completa o diretor. “Com o novo filme utilizado na embalagem primária e o uso dos filmes de deslizamento controlado na embalagem multipack, eliminou-se o uso do verniz deslizante e, por extensão, seus efeitos colaterais na etapa do empacotamento”. Única transformadora de BOPP na Zona Franca, a Innova não deu entrevista, praxe aliás mantida pelo menor produtor do filme no país, o conglomerado Valgroup.

Produção orientada para vencer

Linha com 10,4 m de largura:
redução de custos e alta velocidade.

Formadora de opinião na tecnologia de produção de BOPP, a alemã Brückner participa da escalada do filme no Brasil desde os primeiros estágios de sua nacionalização. Nesta entrevista, Sebastian Ruthland, gerente comercial da empresa aponta os rumos da evolução do processo.

Como avalia a vida útil e competitividade das máquinas de BOPP em ação no Brasil?
Através da empresa irmã Brückner Servtec, oferecemos auditorias de linha nas quais engenheiros avaliam a fundo as condições reais da máquina em relação ao desgaste, instalação da parte elétrica e mecânica, configuração do processo, etc. O resultado da análise é muito útil para o transformador, pois recebe recomendações para uma produção econômica e de maior eficiência e qualidade. Em geral e se bem conservadas, linhas de alongamento biaxiais têm vida útil muito extensa. No Brasil, a idade média de um equipamento de BOPP é de 17,5 anos (para comparar, na China são 10 anos) e a primeira linha opera desde 1991. A forte concorrência de preços nos mercados de filmes commodities de embalagem pressiona por baixos gastos operacionais e, com isso, o custo reduzido de produção é essencial. Portanto, novas linhas com alto rendimento e baixo consumo de energia estão um passo à frente.

O grupo peruano Oben Holding Group parte ao final do ano, a primeira máquina para BOPP colocada pela Brückner na América do Sul com largura útil de 10,4 m. Quais as vantagens proporcionadas por esta medida perante as larguras inferiores disponíveis no Brasil?
Além da largura de trabalho de 10,4 m, nossa linha é capaz de produzir em velocidade máxima de 540 m/min. Um equipamento de saída tão alta é também muito eficiente em matérias-primas e, portanto, prova-se mais adequado para produzir um grande volume de filme de embalagem de produtos commodities a custo muito competitivo. E quanto maior o volume de produção, menos impacto terão os custos de energia, de pessoal e despesas gerais.

Quais as soluções mais recentes em suas máquinas para BOPP visando a economia de energia, redução de aparas e de etapas do processo?
Em primeiro lugar, com uma produção maior, o consumo específico de energia por kg de uma linha de alongamento biaxial será automaticamente reduzido. Além disso, as linhas da Brückner são equipadas com um forno de estiramento especialmente projetado, chamado Transversal Direction Orienter (TDO), munido de um sistema de recuperação de energia para reutilização de ar aquecido no processo e melhora do isolamento do forno. Também empregamos a mais recente tecnologia de acionamento elétrico para aumentar a eficiência da economia energética e monitoramos todo o consumo de eletricidade no processo. Alcançamos assim mais de 30% de redução no consumo de energia nas linhas de alongamento de filmes.
Quanto à redução do desperdício de matéria-prima e das etapas do processo, ofertamos diversas soluções. Por exemplo, um sistema especial de manuseio de resina com alimentação direta, para aumentar o conteúdo da quantidade de flocos, reduzindo ou evitando o desperdício durante a produção do filme. A tecnologia Brückner também viabiliza a produção de tipos de filmes de alta barreira, à base de materiais altamente recicláveis, e que permitem diminuir vários passos na fase de conversão / laminação.

Quais as inovações marcantes em suas linhas de BOPP?
Alcançamos sucesso em 2018 com uma tecnologia de maior velocidade , 600 m/min, e uso de largura de 10,4 m com produção máxima de 61.000 t/a. Também introduzimos o sistema de controle de linha “Easy Operation”, para visualização rápida dos parâmetros essenciais do processo e do histórico de produção.

Nos bastidores da filmagem

As resinas e auxiliares que dão show nas embalagens de massas e biscoitos

Com seu consumo no Brasil há bom tempo estacionado na casa de 150.000 t/a, filmes de polipropileno biorientado (BOPP) formam entre os mercados que decidem o jogo das vendas da resina, um posto ainda mais valorizado perante as múltiplas aplicações desse termoplástico. Daí porque o nicho dos flexíveis biorientados forma entre os centros de atenção mais detida da Braskem, único produtor de PP no país.

Para o livre trânsito de BOPP em biscoitos e massas, a empresa acena com homopolímeros de estrutura molecular específica para o processo de alongamento biaxial e que proporciona as propriedades mecânicas e ópticas no nível requerido para a apresentação e proteção dos dois alimentos em foco.

Para uso em BOPP de restrita variação de espessura, em especial com parede acima de 25 mm, a Braskem indica o homopolímero PF320, pois proporciona maior rigidez e reduzidas propriedades de alongamento. Também sobressai no quesito da transparência por possibilitar o trabalho com forno de orientação do filme em temperaturas menores. Desse modo, o grade alcança maior orientação molecular sem comprometer sua processabilidade. Na esfera de BOPP de altíssima barreira a umidade, gases e odores, a pedida da Braskem é o homopolímero HP427J. Apresenta baixa quantidade de componentes migratórios, viabilizando um filme metalizado com melhor adesão do alumínio à resina e reduzidas taxas de decaimento das polaridade superficial da película BOPP também é menina dos olhos das especialidades da LyondellBasell. Entre as joias da coroa do seu portfólio, o diretor comercial Roberto Castilho para América do Sul acena para embalagens de massas como espaguete com o masterbatch de resina hidrocarbônica CS60. “Amplia a resistência do filme, sem risco de perfuração”, ele acentua. No plano do apelo visual para BOPP na apresentação de massas, Castilho enaltecer os predicados de três masters: o tipo deslizante KER5, o antiestético ASPA 2485 e o antiblocking ABVT 22 SC. “Eles ajudam a preservar a transparência da embalagem”, assinala. Para BOPP em biscoitos, Castilho pondera que, como em regra utilizam-se filmes metalizados, o já citado concentrado ABVT 22 SC preenche as expectativas de performance do filme submetido a altas velocidades de envase.

Entre os avanços mais recentes em auxiliares da LyondellBasell talhados para BOPP em massas e biscoitos, Castilho distingue o master ABVT 0502 SC, que promove deslizamento superior ao provido pelo tipo ABVT 22 SC, e o concentrados KER 5TS e SPER 6TS, ambos integrantes de nova geração de auxiliares migatórios que mantêm os filmes mais transparentes, sendo que o último acena com 0,15 de coeficiente de atrito (COF). “Para o embalamento de produtos com maior apelo de valor, sugerimos dois masters mate para BOPP que passamos a produzir no Brasil: DUL 3636 LT2 e DUL 3636 LTX-4, respectivamente para selagem a 115ºC e 105 ºC”. Castilho arremata sua vitrine de inovações para BOPP com Polibatch®SI 1540 SC. “Consta de um concentrado deslizante com propriedade de antibloqueio e que contém goma de silicone de ultra alto peso molecular em base de copolímero random ”.

Wagner Catrasta, gerente comercial da brasileira Termocolor, assedia embalagens de BOPP, como as de massas e biscoitos, com uma bateria de auxiliares especiais. É o caso de masters de efeitos perolizados e opacos. “Permitem o desenvolvimento da cor desejada incorporando os aditivos especificados pelo cliente”, ressalta. No compartimento dos aditivos de cunho básico, ele enfatiza a performance em BOPP de seus aditivos antibloqueio, antestático, auxiliar de fluxo e, em determinados casos, do tipo antioxidante.
A Cromaster aperta seu cerco a BOPP com aditivos para resguardar a excelência do processo. “O filme sofre dupla orientação, fazendo com que as moléculas do polímero se agrupem com forte intensidade, conferindo a resistência de tração e elongação que integram os diferenciais da embalagem de BOPP”, pondera José Fernandes, diretor da componedora. “Devido à biorientação, esses filmes tendem a sofrer um pouco de tensão superficial, o que exige a utilização de aditivos em destaque no nosso portfólio, como dissipadores de carga estática e modificadores do COF”. •

 

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