Luminária chinesa

De janeiro a julho último, aponta John Richardson, analista do mercado asiático do portal Icis, a China importou cerca der 2,5 milhões de toneladas de polipropileno (PP), volume basicamente equiparável aos embarques no mesmo período em 2014.Mas Richardson chama a atenção, em particular, para um número pouco relevante do ponto de vista quantitativo, mas digno de considerações se tomado como tendência. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações chinesas de PP subiram 38% perante as remessas de janeiro a julho de 2014, perfazendo 114.000 toneladas. Richardson salienta que  os embarques deste ano são dominados por produtores de PP atrelados à rota do carvão, hoje de competitividade fragilizada perante os custos da rota nafta e acentuada pela localização dessas empresas, com fábricas distantes da costa e,portanto, de logística demasiado onerosa para o comércio internacional. É uma demonstração típica do jeito chinês de construir grande participação de mercado antes de pensar em gerar lucro, analisou uma fonte do setor de poliolefinas para o consultor da Icis. Além do mais, ela apimentou, como todas essas indústrias são estatais, não operam com a obrigatoriedade de gerar retorno. Além de sinalizarem o empenho do país em conquistar autossuficiência na produção de PP, pondera Richardson, essas unidades afastadas da orla desfrutam de uma regulamentação ambiental mais benevolente e casam com objetivo do governo de proporcionar à população distante dos grandes centros não só fonte de trabalho, mas de uma qualidade de vida  nas pegadas da classe média fincada nos maiores centros do país.

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