EUA: PET do Brasil pode sofrer antidumping

Se há um polímero colhido pelas trapaças da sorte, o primeiro da fila é PET. Em meio às estilingadas volta e meia desferidas por ambientalistas, desponta agora uma ferroada pelo flanco do mercado. Conforme foi divulgado na mídia internacional, espera-se para o próximo dia 30 de abril a concessão de direito antidumping pelo governo dos EUA  a importações do poliéster originário da Coréia do Sul, Paquistão, Indonésia, Taiwan e Brasil.

Pelo radar governamental, este quinteto de nações  respondeu por cerca de 42% das compras externas de PET pelos EUA em 2017. O pedido de sobretaxa foi colocado em setembro passado sob a alegação de que o poliéster importado das cinco origens estava sendo vendido no país abaixo do preço convencionado como justo e causando danos aos produtores locais da resina. As empresas peticionárias do antidumping ao governo Trump são M&G Polymers USA LLC, Nan Ya Plastics Corp. America, DAK Americas LLC, Indorama Ventures USA. Acontece que, de setembro para cá, o destino fez das suas no âmbito do Brasil.Nesse ínterím, afinal de contas, as duas únicas fábricas de PET por aqui, antes pertencentes à M&G e PetroquímicaSuape, foram adquiridas justamente  por dois dos solicitantes do antidumping ao governo norte-americano: o conglomerado mexicano DAK e a petroquímica tailandesa Indorama.

Para completar o cenário, o grupo italiano M&G ingressou em outubro último com pedido  de recuperação judicial na Itália e EUA. De 2014 a 2016, assinala monitoramento dos órgãos de defesa comercial dos EUA, as importações norte-americanas de PET dos cinco países em questão  aumentaram da faixa de 67.000 toneladas para 272.000.No entanto, os desembarques de PET do Brasil, Indonésia e Taiwan zeraram no primeiro bimestre de 2018, enquanto as importações sul-coreanas caíram 27% versus o mesmo período em 2017, ao passo que as compras externas do PET paquistanês subiram por volta de 400%% no mesmo comparativo.

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