“Os sinais de reação crescente da economia e as previsões positivas de setores importantes da transformação contribuem para nosso otimismo em relação a este ano”, argumenta Glauco Moraes, diretor comercial da Cromex, nº1 nacional em masterbatches, a tiracolo da capacidade de 75.000 t/a na matriz em São Paulo e de 25.000 t/a na filial na Bahia.
Se o plástico é um sensor da economia, dada a sua presença em todos os mercados, masterbatch, pelo mesmíssimo motivo, é uma bússola do consumo de resinas. Num rasante por esse quadro, Moraes assinala que a indústria de embalagens, maior consumidora de termoplásticos, sofre menos oscilações que os demais setores aos humores da política econômica, por atender em maior volume os redutos de bens de consumo e não duráveis. “Isso acaba gerando uma determinada estabilidade e um crescimento relevante”, defende o executivo. Seu parecer, aliás, é endossado pelo último balanço de um cliente platinum de masters sólidos: as embalagens flexíveis. Varredura recém-saída do pipeline da consultoria MaxiQuim confirma aumento de 4% na produção nacional, fechando 2017 na faixa de 1,9 milhão de toneladas, e com projeções no azul ultramar para todos os segmentos de flexíveis este ano, com destaque para descartáveis (varejo) e sacaria industrial. No mesmo diapasão, Moraes comenta presenciar significativo incremento na demanda de cores e aditivos da Cromex para o agronegócio e, lógico, embalagens.
Nos bastidores da cor, uma pedra no sapato dos componedores é a fieira de aumentos nos preços de um insumo que, na calculadora do consultor Amarildo Bazan, responde por volta de 70% dos custos dos concentrados, os pigmentos, cabendo às resinas o percentual restante. “De janeiro de 2017 a março de 2018, todo os pigmentos tiveram reajustes acima de 20%”, constata Moraes. “Para contemplar os clientes com o menor impacto possível nos repasses desses aumentos, a Cromex tem se valido de melhoras operacionais e do poder de negociação nas compras de pigmentos, baseado nos volumes e em parcerias com os fornecedores”.
Além da dianteira no front doméstico, a Cromex é ponto fora da curva no ramo pela atuação no exterior, pois sempre cultivou as exportações não como válvula de escape da demanda interna em baixa, mas como outra artéria femoral do negócio. “O câmbio mais favorável e o reconhecimento da marca reforçam a posição internacional da empresa”, assinala o diretor. “Usamos a planta na Bahia como base de exportação pois além dos ganhos de escala e produtividade, desfruta o acesso à matéria-prima muito próxima”. Entra aqui o polo petroquímico de Camaçari, com plantas de polietileno da Braskem e de dióxido de titânio,o pigmento branco, da fabricante Cristal, materiais que a filial da Cromex adquire à sombra de benefícios fiscais para o setor plástico local.
Na selfie atual, distingue Moraes, o portfólio da Cromex abriga mais de 13.000 cores e uma série completa desprovida de metais pesados. Em média, ele grifa, a empresa despeja perto de 200 novas cores ao mês. Entre os pontos altos recentes, Moraes brande, no cercado dos adtivos, um agente microbiano e, na ala das cores, masters termocrômicos, fotocrômicos e, acenados para frascos de cosméticos, de efeito holográfico (metalizado). Para a cadeia agro, inclusos filmes, silo-bolsa, mangueiras e dutos de irrigação, Moraes serve à mesa concentrados brancos, pretos e de aditivos, um misto quente com pitéus como tipos anti UV de alta resistência a pesticidas, absorvedores de raios infravermelhos, concentrados difusores de luz, antigotejo e antiestáticos. No compartimento das embalagens sopradas, ele chama a atenção para o aumento em curso da paleta de cores da Cromex para PET.
Na retaguarda de PET
PET está no genoma da componedora norte-americana PolyOne, estribada no Brasil em sua planta de masters líquidos e sólidos em Itupeva, interior paulista. “Temos observado o aumento de projetos de embalagens, alterando o design e/ou cor da garrafa de PET para destacar o produto final como premium”, expõe Cristina Sato, gerente geral da divisão de cores e e aditivos líquidos da empresa. “É forte a tendência em favor do consumo de bebidas naturais, dependentes de embalagens que assegurem barreira ao oxigênio, à luz e à radiação ultravioleta, condições preenchidas pelas soluções customizadas da PolyOne”.
Sobram provas dessa capacitação no mostruário de mais de 35.000 soluções para polímeros integrantes do mix de 71 plantas da PolyOne no planeta assinala a executiva. Na alçada de PET, por exemplo, Cristina revela introduzir no Brasil o aditivo ColorMatrix Lactra SX, vocacionado para bloquear a luz em leves frascos de PET monocamada para laticínios. Na esteira, a executiva enaltece as credenciais de outro aditivo para PET, ColorMatrix Triple A, no controle dos níveis de acetaldeído em garrafas de água mineral, reduzindo o risco de alteração de sabor. Cristina fecha o cerco das soluções líquidas da PolyOne acentuando a vastidão de alternativas de cores e efeitos especiais imersas nas linhas OnColor, OnCap e SmartBach.
Segundo pesquisa da Mintel, as bebidas mais saudáveis são os algozes dos refrigerantes, cujas vendas caíram em volume 4,6% em 2017 e o repique do recuo é pedra cantada para este ano. Em efeito dominó, a situação força o setor de PET, já assolado por excedente global, a buscar meios de compensar o enfraquecimento de seu maior mercado, as bebidas carbonatadas. “Apoiamos com soluções líquidas e sólidas, em cores e aditivos, os desenvolvimentos de garrafas PET para mercados de bebidas mais saudáveis”, coloca Junior Buzatto, diretor da divisão de cores e aditivos sólidos da PolyOne para a América do Sul. “Outra tendência pró PET notada nas prateleiras e no carrinho do consumidor é a ascensão de produtos ‘on the go’, para ingestão em movimento com praticidade e rapidez, na forma de embalagens menores”. Fora da seara dos alimentos, Buzatto enfatiza a penetração de suas cores e aditivos desenhados para acompanhar a expansão de PET no envase de cosméticos e produtos de limpeza e destaca a acolhida dispensada por transformadores aos auxiliares de processo da PolyOne. “Contribuem para reduzir gastos energéticos e o ciclo de suas máquinas”, sintetiza o executivo.
Corpo fechado
A subsidiária brasileira da componedora norte-americana A.Schulman tem o corpo fechado contra crises. “No início de 2015, faturávamos em média 250 t/mês e hoje estamos na faixa de 800, efeito de uma atuação calcada no uso em menor quantidade de concentrados de qualidade”, considera Roberto Castilho, gerente comercial de masterbatches para Brasil e Argentina. “No último trimestre de 2017, a receita superou em 300 toneladas o mesmo periodo em 2016 e foi, por sinal, quando nossa operação desfrutou maior demanda por master vermelho para nãotecido, efeito da decoração natalina, e de tipos brancos e opacos para filmes biorientados de polipropileno (BOPP).
Reflexo condicionado da fervura, a planta da Schulman em Sumaré, interior paulista, rodou no passado com ocupação média de 76,7% com pico de 93% no quarto trimestre, informa Castilho. Daí a aprovação da compra de um misturador contínuo destinado a duplicar a capacidade instalada para masters a partir de 2019.
Castilho reconhece que os reajustes nos preços de matérias-primas, caso de pigmentos, estorvaram a vida dos componedores no Brasil em 2017. “Sob recessão, o nível de competitividade cresceu muito no setor e as empresas não puderam repassar de todo os aumentos sofridos em seus custos”, ele sustenta. No âmbito de dióxido de titânio, o pigmento branco, alvo de intensos reajustes, a operação brasileira da Schulman saltou fora do quadrado dos componedores ao iniciar em 2017 as vendas de master branco de polietileno, concentrado commodity trazido de sua filial mexicana. “São importações desafiadoras num cenário de fortes subidas nas cotações internacionais de dióxido de titânio”, pondera o executivo. “Percebemos que nosso master PWI 8004 pode ser empregado em teores abaixo da concorrência para proporcionar o mesmo grau de opacidade”. Diante do ibope de tela quente alcançado aqui pelo produto, Castilho trombeteia agora a vinda do México de outra série de masters brancos Polywhite Optimum. “Além da alta capacidade de cobertura, confere maior brancura a filmes e transformados rígidos”, diferencia o gerente.
Retomando o fio da saraivada de reajustes nos preços de matérias-primas num mercado ainda não refeito da recessão, Castilho vislumbra uma saída para os componedores na prospecção de soluções para racionalizar custos dos clientes. “Nesse sentido, temos atendido o mercado de extrusão com auxiliares de fluxo com função antioxidante, como o tipo N02816, que reduz a frequência de paradas para limpeza da máquina, e com o agente Polyclean 80004, que reduz em 1/3 o tempo de purga e em ¼ o consumo de matéria-prima no transcorrer dessa eliminação de impurezas”, ele acentua.
Trocando em graúdos
Nº1 em embalagens plásticas no Brasil, o conglomerado nacional Valgroup sempre foi de evitar os holofotes, mas a envergadura de uma atuação múlti, com plantas na América e Europa, e uma capacidade total de transformação na órbita de 400.000 t/a, chegou ao ponto de exigir uma repaginada nessa postura. Um indício da mudança de atitude é o lançamento oficial da marca Valmaster B para a operação de masterbatches tocada até então sem alarde pelo grupo desde 2010 em Manaus e há dois anos enquadrada como unidade de negócios. “Pretendemos liderar em cinco anos o mercado brasileiro de masterbatches e daqui a 10 o da América Latina”, avisa Stefano Geronimi, diretor da Valmaster B. A propósito, as exportações de concentrados largaram 2017 com embarques para o Uruguai.
O flerte do grupo com concentrados não brotou da noite para o dia. Ele remonta a 1998, quando a unidade em Manaus da controlada Valfilm começou a produzir compostos de poliolefinas carregados com carbonato de cálcio para uso cativo das plantas da corporação. Ao sabor do acúmulo de conhecimentos sobre o beneficiamento de resinas, pintou o ingresso em masters brancos sete anos atrás e, em paralelo com o surgimento da marca oficial, entra agora em campo a produção de concentrados de aditivos. “O portfólio da Valmaster B cresce para atender o Valgroup e o mercado da transformação de plásticos”, assinala Geronimi.
Valmaster B sobe no ringue do setor com um armamento de intimidar. Sua capacidade para materiais beneficidos e aditivos sobe este ano de 3.000 para 4.300 t/mês e a excelência da manufatura é ilustrada pela certificação ISO 9001:2008 e o aval da agência regulatória norte-americana Food and Drug Administration (FDA). No pano de fundo, urge considerar que, a grosso modo, o custo de produção de masterbatch é decidido por pigmentos, com 70%, e resina, com 30%. Amarrando-se as pontas, a Valmaster B desfruta posição singular, pois o Valgroup adquire termoplásticos negociados a preços compatíveis com os megavolumes que consome e, para completar, a unidade no Polo Industrial de Manaus usufrui dois privilégios: pode importar com isenções tarifárias insumos como dióxido de titânio, o pigmento branco, e comercializa masters, compostos e aditivos para o restante do país na garupa de incentivos fiscais.
Fora compostos, o portfólio de brancos da Valmaster B alinha sete grades formulados com polietileno de baixa densidade linear (PEBDL) e acenados para filmes. A série envolve concentrados com teores de 30% a 75% de dióxido de titânio e de 50% a 5% de carbonato de cálcio, sendo que o tipo de maior índice de pigmento branco não contém a carga mineral. Por sua vez, o mix da estreia em aditivos alinha antiestático, deslizante, antibloqueio, auxiliar de fluxo e antioxidante.
No universo do Valgroup, a Valfilm é a maior cliente da Valmaster B, consumindo na média mensal 150 toneladas de master branco e 75 de aditivos. Por enquanto, os demais concentrados são adquiridos pelo grupo no mercado.
Pressão mundial
José Fernandes, sócio diretor da brasileira Cromaster, enxerga os componedores de mãos amarradas face aos reajustes de matérias-primas ditadas pela pressão mundial exercidas por economias do calibre dos EUA e China.” Do último trimestre de 2016 ao final de 2017 o preço do dióxido de titânio subiu além de 25% e, ainda no final do ano passado, vieram complicar o cenário de retomada os aumentos dos polímeros, de negro de fumo e outros pigmentos básicos”, ele descreve. “Ficou inevitável o repasse desse ônus aos clientes no começo do ano, mas não se consegue transferir nem a metade dos reajustes sofridos até o momento”.
Na carteira da Cromaster, a retomada começou dar as caras na segunda metade de 2017 no aquecimento dos pedidos de concentrados para segmentos como embalagens, brinquedos e autopeças. “A recuperação dos volumes no ano passado não correspondeu às expectativas, tanto assim que rodamos então com 60% de nossa capacidade efetiva”, avalia Fernandes. “Projetamos reação de 10% a 15% nos volumes de vendas este ano, devido a fatores como a Copa do Mundo e o consumo tradicionalmente maior em ano eleitoral”.
Bola nas costas
Sob o fogo cruzado da demanda ainda trôpega e da saraivada dos reajustes das matérias-primas, a Termocolor atravessou 2017 rodando sua capacidade com cerca de 70% de ocupação, situa Wagner Luiz Catrasta, gerente comercial para a América Latina da componedora brasileira. “A expectativa este ano é de redução da ociosidade, com base na reativação de projetos encostados pelos clientes em 2017”, ele confia. Na largada deste ano, ele distingue, chamaram a atenção a demanda de concentrados para componentes automotivos e a movimentação na ala dos aditivos e soluções de cunho especial.
Catrasta engrossa o coro dos injuriados com a bola nas costas dos componedores em forma de encarecimento dos ingredientes em 2017. “Foi um período de reajustes excessivos”, define. “No dióxido de titânio, ficou acima de 20%; demais pigmentos e aditivos seguiram em média a valorização do dólar, os preços internos de PP e PE subiram na faixa de 15% e o de poliestireno (PS), mais de 30%”. O executivo comenta não ter conseguir repassar por inteiro e numa boa esses aumentos aos clientes.
Para apertar a marcação sobre o mercado, conta o gerente, a Termocolor lança na praça um catálogo com as tendências em cores para a temporada 2018/2019 e novas opções de aditivos (antiUV, antiestáticos, bactericidas e absorvedores de luz) para agrofilmes e embalagens.
Misto quente de aditivos
Voltada para a cobertura de nichos dependentes de qualidade e atendimento personalizado, portanto fora do octógono dos concentrados commodites, a Pro-Color irrompe em 2018 com munição pesada em lançamentos. Em coloridos, a gerente comercial Elisangela Melo, promove a chegada ao mix de masters de alta transparência para PP e novas tonalidades para substituir junco em móveis. No âmbito dos aditivos, ela acena para recicladores com a introdução do supressor de odor Pro-Tech CPD 0134.Para PET, a novidade é o supressor de oxigênio de longa duração Pro-Tech CPD 1000.”Além de ampliar a vida útil da pré-forma, possui baixo índice de embaçamento e é de fácil manuseio”, ela coloca. Por seu turno, poliolefinas e resinas de engenharia compõem o foco do aditivo antirrisco Pro-Tech CPD 2000. “Melhora o acabamento superficial e contribui para reduzir o ciclo de produção, o desgaste das máquinas e sua limpeza”, apregoa Elisangela. O jorro de novos auxiliares se completa, por ora, com Pro-Tech CPD 4000, aditivo antifog esculpido para agrofilmes e embalagens de alimentos, e pelo agente combo Pro-Tech CPD 5000, que congrega deslizante e supressor de odor.
A marcação de redutos mais exclusivos e de maior valor agregado premiou a Pro-Color com a ocupação de 90% de seu potencial produtivo em 2017, afiança a gerente comercial. Com a largada da retomada este ano e novos projetos em carteira, ela assinala, a empresa precisou ampliar a capacidade ativando nova extrusora. “Já sentimos melhora, por exemplo, na demanda de materiais para produtos de limpeza, móveis de jardim e nos pedidos de coloridos e brancos azulados para uso em brinquedos”, aponta Elisangela. “Também tem aumentado a procura dos supressores de umidade CPD 0200 e CPD 0080 A, por parte de recicladores e transformadores de sacolas e sacos de lixo”.
A Pro-Color também não digeriu bem a carga pesada de remarcações nos preços de ingredientes em 2017. Pelos cálculos da gerente, a cotação de dióxido de titânio inflou na média de 23%; negro de fumo, 11% ; demais pigmentos, 35%; PP, 12% e PE, 10%. “Os impactos nos custos dos concentrados são consideráveis e difíceis de repassar, obrigando-nos a buscar reduções de gastos em outras frentes num cenário tumultuado por perdas de margens e concorrentes apelando para materiais de baixa qualidade”, ela lamenta. “Não contamos com estabilidade este ano nos preços dos pigmentos, mundialmente afetados por produção insuficiente, questões ambientais e rearranjo das empresas do setor”, vaticina Elisangela.
Vistamaxx™ toma assento em masterbatches
Rendimento e qualidade no processo e excelência na performance final. A ExxonMobil tem instilado essa síntese do êxtase profissional em componedores brasileiros de masterbatches com os resultados proporcionados pelos polímeros de alta performance Vistamaxx™. Com foco em concentrados de poliolefinas e na garupa de avais top para aplicações em contato com alimentos, a exemplo da referencial agência regulatória norte-americana Food and Drug Administration (FDA), Vistamaxx™ consta de transparentes polímeros base eteno/propeno compatíveis com polietileno (PE) e polipropileno (PP). “Seu uso como resina base em masters permite a adição de maiores teores de carga, diminuindo custos de produção e aumentando a dispersão de pigmentos”, sumariza Newton Atore, integrante do staff de desenvolvimento comercial da ExxonMobil na América Latina. “Ao longo do processamento dos concentrados, a ação de Vistamaxx™ possibilita o trabalho sob temperaturas menores (ponto a favor da economia energética), protege aditivos sensíveis ao calor empregados na fabricação e contribui para minimizar a incidência de géis de ligações cruzadas (cross-link)”.
Entre os pontos altos do mostruário desses polímeros avançados, o executivo distingue o tipo de alta fluidez Vistamaxx ™ 6502. “Seu uso em masters, esclarece Atore, não só aumenta a fluidez, mas permite incrementar o percentual de cargas como carbonato de cálcio no concentrado”, ele assinala, acrescentando que os grades existentes de PP e PE para uso como resina base em geral primam por uma aceitação limitada de cargas. Os polímeros Vistamaxx™ também são prezados por diminuir a geração de poeira na linha de produção do concentrado e por dispensar eventuais ajustes nos equipamentos disponíveis na planta componedora. Na forma de polímeros semicristalinos, Vistamaxx™, ao ensejar o uso de mais carga em masters de poliolefinas, em geral beneficiadas com carbonato de cálcio, contempla os produtos acabados finais com aumentos na tenacidade e resistência ao rasgo e ao impacto. No arremate, insere Atore, o emprego dos polímeros Vistamaxx™ baixa a temperatura de processo e o teor de resina base destinado aos concentrados, pelo que o bolso do componedor agradece.
Investimentos reanimados
Com pé no estribo de escritórios em Miami e São Paulo, a FG Resinas distribui no Brasil duas marcas norte-americanas. “Comercializamos U-Carb e A-Color, respectivamente responsáveis pela fabricação de compostos com cargas minerais e de masters pretos, brancos, de cores especiais e aditivos”, esclarece o diretor comercial Paulo Garnica.
Desde o último trimestre de 2017, ele nota uma volta dos investimentos em indústrias componedoras. “No geral, sentimos melhora nas vendas de segmentos como sopro, injeção e extrusão, com destaque para a linha de aditivos anti UV em fase introdutória em agrofilmes e ráfia”, observa o agente autorizado, brandindo uma gama de auxiliares que vão de dessecantes, deslizantes e tipos antibloqueio até antioxidantes e branqueadores ópticos “Ao optarmos por trabalhar com produtos importados, priorizamos o acesso a tecnologias e matérias-primas superiores às disponíveis no país, além da garantia de assistência técnica, pronta entrega e, quanto à logística do atendimento, dispomos de estoques armazenados em São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco”.
Controlada do grupo japonês Dainichiseika e com planta na Grande São Paulo desde 1975, a componedora de masters Daicolor não respondeu ao pedido de entrevista sobre a decisão, comentada por fontes do mercado, de colocar sua operação à venda.
No camarim da cor
O consenso entre os componedores de masters é de pasmo e inconformismo com os reajustes de dois dígitos em 2017 nos preços do seu principal insumo em custos, os pigmentos. Um viés de alta, aliás, sem previsão de arrefecer este ano. Entre os aumentos mais enervantes, despontam os do dióxido de titânio, o pigmento branco.
“No plano geral, a indústria de pigmentos consome bastante água e energia e o refugo gerado tem forte impacto ambiental”, pondera o consultor Amarildo Bazan, ex diretor da operação no Brasil da norte-americana PolyOne, brasão global em masters sólidos e líquidos. “Devido à conjugação desses fatores, ocorre um fechamento constante de plantas menos eficientes e, causa da diminuição da oferta, um movimento concentrador da produção de pigmentos em grandes competidores, como se observa na China e Europa. O desfecho desse quadro é o reajuste nos preços até nova rodada de expansões de capacidades. Dióxido de titânio é um caso à parte, distingue Bazan, por seu custo depender de dois minerais, rutilo e ilmenita, cujos preços inflaram muito nos últimos anos. “Além disso, são baixos os novos investimentos na produção global desse pigmento e há o peso de fatores sazonais no comportamento de seus preços, a exemplo da paint season, designação da melhor temporada para a pintura externa de casas no hemisfério norte”.
Única produtora do colorante no país, a Cristal Pigmentos negou entrevista. “Para se entender os movimentos do mercado de dióxido de titânio, é preciso analisar a influência de exercícios anteriores nos preços praticados no ano passado”, argumenta Fernando Andrukiu, gerente de marketing e inteligência de mercado da catarinense Interbrasil, distribuidora do pigmento tipos rutilo e anatase da chinesa Fangyuan e cujo movimento para plásticos deteve cerca de 16% de suas vendas do produto em 2017. “Em dólar, os preços do dióxido de titânio caíram mais de 50% entre 2013 e o início de 2016, quando chegaram ao nível mais baixo”. O declínio convergiu para fusões e aquisições de produtores de cacife global do pigmento. “O objetivo era aumentar a eficiência operacional, mas resultou num mercado muito mais oligopolizado, com poucos fabricantes exercendo alto controle dos preços”, descreve o especialista. “Dessa forma, um movimento para recuperar margens de lucro aconteceu em meados de 2016, elevando então os preços internacionais do dióxido de titânio”. O ano passado, segue Andrukiu, também marcou por fortes reajustes, nas pegadas do aquecimento da economia global. “Em contrapartida, registraram-se cortes na produção do pigmento, em especial na China, onde plantas foram fechadas por infringir a legislação ambiental sob fiscalização mais rígida. Para agravar o quadro, uma das maiores fábricas europeias de dióxido de titânio (planta finlandesa de 130.000 t/a da Huntsman) teve parada por acidente (incêndio sem vítimas) no início de 2017, pressionando as cotações do pigmento”. Noves-fora, amarra as pontas o porta-voz da Interbrasil, o desequilíbrio entre oferta e demanda ativou sucessivos aumentos a ponto de o dióxido de titânio alcançar no passado seu maior valor de mercado desde 2013, compensando seus fabricantes das quedas nos preços amargadas até 2016.
Imerys: rendimento macro com a Micron-Ita
Carbonato de cálcio não cabe mais na definição simplória de carga mineral. A evolução a passos largos das tecnologias de controle e distribuição de partículas consolidou o status do produto como aditivo de primeira linha para reduzir custos e afiar o desempenho de compostos e masterbatches. Além da participação detida no mercado de plásticos com seus carbonatos de cálcio (calcíticos, magnesianos e cretáceos), a capixaba Micron-Ita firmou em 26 anos de ativa a reputação de sensor nacional no emprego do mineral como ferramenta para ampliar o rendimento nos processos de transformação de plástico. Foram essas credenciais e a capacidade instalada de 250.000 t/a do produto que levaram a francesa Imerys Carbonates adquirir ao final de 2017, por montante não revelado, o controle da Micron-Ita, sua rival no Brasil em carbonatos de mínima granulometria e com receita divulgada na faixa de R$18,9 milhões. Nesta entrevista, Elton Belomi, gerente de vendas e marketing da Imerys para a América do Sul, explica a relevância dessa incorporação.
PR – Antes desse investimento, a Imerys detinha participação discreta no segmento de carbonato de cálcio para plásticos. Por quais razões?
Belomi – O objetivo da incorporação da Micron-Ita é fortalecer a Imerys como líder do mercado de carbonato de cálcio micronizado fino e ultrafino para plásticos – não só em volume, mas em serviço e tecnologia. Com a aquisição, expandiremos as vendas em novos mercados, aproveitando os recursos globais da Imerys para alavancar as oportunidades de exportação e entregar as sinergias identificadas no plano de negócios.
PR – Quais os ganhos trazidos pela Micron-Ita ao mix da Imerys Carbonates para plásticos?
Belomi – Os clientes no Brasil se beneficiarão de um conjunto de novas soluções dinâmicas. Por exemplo, a Imerys pode adicionar material cretáceo e produtos finos e ultrafinos revestidos ao seu portfólio.
PR – Qual a sua estimativa do consumo total de carbonato de cálcio micronizado em plásticos no Brasil em 2017 versus 2016 e perspectivas para 2018?
Belomi – Devido à dificuldade de definirmos com clareza os segmentos de utilização do carbonato, o número absoluto tem pouca relevância. Baseado nos mercados em que estamos inseridos, nossa perspectiva de crescimento é da ordem de 3% em 2018, em linha com o crescimento econômico do país.
PR – Quais as novidades da Imerys em produtos e serviços para o mercado brasileiro de plásticos, em especial masterbatches?
Belomi – Por meio da aquisição do líder em carbonato de cálcio natural micronizado no Brasil, nosso mostruário passa a contar com carbonatos finos e ultrafinos revestidos, características de produto essenciais para componedores de masterbatch. Além disso, estamos complementando a integração do negócio das Micron-Ita com o desenvolvimento de soluções e tecnologias a serem lançadas em breve.
Apesar da valorização, nota Andrukiu, o Brasil consumiu mais dióxido de titânio em 2017, à sombra da modesta retomada iniciada na construção civil e seu reflexo em segmentos do pigmento como tintas e cerâmica. Para este ano, “pelo menos até a metade do segundo semestre”, o executivo acredita na reprise do último período, com aumento da demanda e dos preços, com o movimento puxado pelos materiais de construção. Na esfera do setor plástico, ele põe fé em aumento ao redor de 10% no consumo do pigmento branco para masterbatches e PVC.
Antípoda de dióxido de titânio, negro de fumo, o pigmento preto, penou nos últimos quatro anos com a escuridão em seu principal mercado, os pneus, a reboque da concorrência importada e das vendas para as montadoras instaladas no país, sob ociosidade alarmante desde 2015. Na cola do setor automotivo, o cenário para os pneus começou a desanuviar desde a segunda metade de 2017 e, entre as boas novas, desponta o aumento da venda de pneus de agroveículos. O agronegócio, por sinal, é laje sólida para negro de fumo no cultivo protegido de legumes, frutas, verduras e flores. “O pigmento tem contribuído para aprimorar os agrofilmes”, confirma Wagner Paulo Bordonco, gerente de marketing e serviços técnicos para o mercado sul americano de plásticos da Cabot, sumidade global em negro de fumo. Dos pontos altos de seu portfólio para o campo, o executivo acena para mulching com grade desenhado para prover a adequada blindagem anti UV ao tempo de vida útil necessário a cada alimento cultivado. “Também assegura ao filme a opacidade para barrar a passagem da luz solar, de modo a evitar o crescimento de ervas daninhas por ausência do efeito de fotossíntese”, ele assinala, acrescentando que mulching preto também contribui para a retenção de umidade no solo. No embalo, Bordonco distingue os predicados de sua linha de negro de fumo de excelente dispersão para silo-bolsa, estocagem já entranhada no Brasil em culturas como milho, soja e arroz. “As propriedades de proteção UV do pigmento são decisivas para evitar a degradação do polímero”, reitera Bordonco.
Agrofilmes à parte, a Cabot trabalha na lavra de redutos como compostos condutivos para negros de fumo especiais. Bordonco exemplica com o grade Vulcan XC MAX 22. “Proporciona menor absorção de umidade e maior condutividade em reduzidas concentrações, aprimorando assim as propriedades mecânicas do produto acabado”. Concorrente da Cabot, a Aditya Birla negou entrevista.
Fora brancos e pretos, cresce a busca por pigmentos de efeito para masterbatches, constata Cristine Lopes Camargo, gerente comercial para a América Latina da Eckart, usina alemã de colorantes fora do quadrado. “O consumidor está mais atento às embalagens e à aparência de bens de consumo como eletrônicos, abrindo caminho para cores fora do convencional agregarem valor aos produtos finais”.
Entre as novidades ofertadas pela Eckart, com apoio da distribuidora Colormix, Cristine abre a vitrine com pigmentos de alumínio Stapa e em pó Standardt e os tipos concentrados inodoros Mastersafe, contendo teores aproximados de 80% e 90% para alumínio e bronze, respectivamente, em agentes de dispersão e cera de poliolefinas. “Facilitam a medição, dispersam-se com facilidade e são isentos de poeira e solvente, o que simplifica sua integração à formulação do master”, explica a executiva. O pipeline de avanços da Eckart, segue Cristine, também aloja os pigmentos de pérolas de vidro Luxan, magnetizantes pelo brilho e transparência, e o tipo Edelstein Ruby Red, cujos chamarizes são a durabilidade, saturação e intensidade de cor. A gerente insere ainda os pigmentos perolados e micas sintéticas da série Symic, também disponíveis em pellets. “Diferenciam-se pelo brilho de pureza inatingível pelos pigmentos tradicionais baseados em mica natural”, ela compara. No arremate, Cristine acena para poliolefinas e plásticos de engenharia com Lasersafe 040. “Trata-se de nova geração de aditivos de marcação a laser com base em pigmento sem metais pesados”, ela explica. “Permitem a criação de marcas e logotipos duradouros e ultra legíveis”.
De prontidão na raia vizinha, a IMCD distribui no país os pigmentos de cores e efeitos especiais da Basf. Os ímãs do mostruário incluem o lilás eleito pela Pantone como a cor fashion global, com ibope em redutos de plásticos como as embalagens de cosméticos. “Temos essa cor em dois pigmentos da série Cromophtal Violet: K 5700 e K 5800”, especifica Agnes Muciacito, executiva de suporte técnico para pigmentos da IMCD. Quanto aos lançamentos para o mercado de plásticos, Agnes destaca seis colorantes da série Lumina Royal: Blue 9680H, Aqua 9780H, Indigo 9580H, Copper 9390H, Magenta 9480H e, sacada mais recente, o tipo de alto brilho Dragon 9S282D.“A otimização do tamanho da partícula proporciona maior cromaticidade às suas aplicações”, completa a técnica. •