União Europeia veta propaganda ambiental enganosa em rótulos

Nova legislação encurrala o marketing de produtos supostamente ecológicos
União Europeia veta propaganda ambiental enganosa em rótulos

Em votação parlamentar sem estardalhaço, a União Europeia (UE) determinou, a partir de 2026, a proibição em produtos de rótulos com dizeres como “bio”, “eco”, “ecológico”, “carbono neutro”, “clima neutro” ou “natural”, conforme noticiado no site do diário londrino The Guardian. Além de proibir o uso desses termos recorrentes no marketing ambientalista quando desprovidos das devidas evidências, a decisão da instituição em Bruxelas veta a menção nos rótulos de esquemas de compensação por emissões de carbono, argumento volta e meia utilizado para produtos apregoados como “carbono neutro”. Sob a nova diretiva, serão admitidos na UE daqui a dois anos apenas os rótulos de alusões sustentáveis embasados em certificações.

O resultado do pleito, nota a matéria do The Guardian, evidencia a influência de profunda perturbação da sociedade europeia com os estratagemas divulgados pelas empresas nos rótulos de produtos para compensar a liberação por eles causada de gases do efeito estufa na atmosfera, deixando implícito que o público pode optar por meios de transporte com base em energia fóssil ou adquirir determinados tipos de alimento ou vestiário sem considerar a piora nas mudanças climáticas advinda dessas suas condutas à margem dos preceitos da circularidade. “A nova legislação acaba com a propaganda enganosa de produtos supostamente ecológicos e assim capacita os consumidores a exercerem a escolha de produtos mais sustentáveis”, comentou na matéria Anna Cavazzini, integrante da bancada verde  do parlamento europeu e do seu comitê dedicado ao mercado interno e proteção do consumidor. “Investimentos de companhias em favor da proteção ambiental são bem vistos”, ela pontuou. “Com essa lei, no entanto, terminam práticas como alardear como compensação o plantio de árvores na Amazônia para incutir no público a noção de ‘clima neutro’ para indústrias como as de carros (nota: com motor a gasolina) e de cosméticos”.

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