Se, de um lado, não se via um mercado consumidor de peso, do outro, por tabela, a concorrência era pouca no Sul. Diante desses pesos na balança e após queimar fosfato em pesquisas e viagens pelo país, o engenheiro Roque Eduardo Molinar bateu o martelo. Vinte anos depois, nem um pio para reclamar ou arrepender-se. A RMR, sua indústria de termoformagem pressure forming e vacuum forming em Caxias do Sul (RS) continua a florescer com viço, fertilizada pelo empenho no atendimento. “Desde a partida em 1995, a empresa trabalhou forte na qualidade e rapidez nas respostas aos clientes em termos de concepção e entrega dos pedidos”, analisa o dirigente. “Em 80% dos cases de desenvolvimentos, o interessado nos apresenta o produto ou a situação a ser resolvida”.
Molinar não caiu de paraquedas no plástico. Engenheiro químico especializado em gestão da qualidade, ralou por seis anos em transformadoras de termofixos e termoplásticos em São Paulo, antes de retornar ao Rio Grande Sul e, motivado pelo espírito empreendedor dos pais, erguer então as portas da RMR. “Vislumbrei oportunidades em blisters como embalagens promocionais, apoiado no início em parcerias com indústrias das áreas de cutelaria e ferramentas, e na substituição de peças resultantes de outros processos e materiais por soluções de vacuum ou pressure forming”, sintetiza. Molinar não abre o capital investido, mas situa sua volta ao bolso em sete anos.
A RMR entrou em campo com pavilhão próprio, de 400 m², três máquinas usadas, dois empregados no chão de fábrica, um na administração e com registro de 150 quilos no talonário de 1995, como sua primeira compra de resinas. Corte para hoje: “a empresa dispõe de 2.000 m² construídos, cinco termoformadoras pressure forming, oito linhas de vacuum forming, fora equipamentos de corte e funções auxiliares”, expõe Molinar. A capacidade instalada na serra gaúcha, por sua vez, saltou em 20 anos para 85 t/mês e, logo antes da Copa de 2014, a RMR emplacou consumo mensal recorde de 42 toneladas, negócio tocado com 20 funcionários na produção e sete na esfera administrativa. No estágio inicial da empresa, rememora o transformador, 85% do faturamento eram creditados às vendas de embalagens. Na partilha da receita não revelada de 2014. Molinar atribui 35% a blisters, 25% para o setor moveleiro; 20% a peças técnicas e, com fatias respectivas de 10%, fecham o bolo os setores automotivo e de alimentos.
Alguns anos após estrear com blisters, narra Molinar, a RMR desembarcou em peças técnicas, “de 1 a 7 mm de espessura de chapa conformada”, detalha o presidente. “Destinavam-se a indústrias de máquinas e componentes”, ele nota. Nos últimos cinco anos, assinala, a empresa fortaleceu-se como supridora de setores moveleiro, prata da casa da região sul, e uma de suas referências em termoformados complexos é a bandeja concebida para a infra logística de indústrias de refrigeração. Pelo flanco fabril, aliás, Molinar ressalta o fluxo de investimentos em automação do processo na RMR. “Nas áreas de embalagens e peças para mobiliário, o grau de automação é bem alto, mas no âmbito de baixos lotes de produção, caso de peças técnicas e determinados recipientes, a redução da intervenção manual ainda não é viável”. Mesmo assim, ele insere, já foram iniciadas melhorias a favor da automação no âmbito de peças técnicas, modernização a prosseguir ao longo deste ano.
Molinar abre parágrafos para determinados feitos na evolução de sua indústria. “Conseguimos grande parceiros para fornecer embalagens no terceiro ano de ativa”, ele ilustra. Outros capítulos à parte brotaram em 2004, ele encaixa, com o aumento da área fabril e o ingresso na termoformagem pressure forming, e na carga de investimentos tecnológicos no período 2013/2014 contemplando automação, melhorias e a segurança do ambiente de trabalho. “O planejamento para 2015 inclui investimentos em organização e busca do credenciamento da empresa na ISO 9001 e, em relação aos próximos cinco anos, um imperativo é aumentar nossa área ocupada”, completa o presidente. •
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