Selo verde escuro e claro

Van Roost: o aval que o mercado ansiava.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deu tiro de bazuca numa corrente de figurões do setor plástico nacional ao conceder seu selo ecológico ao aditivo oxibio d2w, formulado pela inglesa Simphony e comercializado aqui pela agente Res Brasil. Apesar de contar com transformadores licenciados da fina flor das embalagens no país, esse auxiliar volta e meia tinha seu desempenho contestado, em especial pelo flanco das resinas, alvejado com bola nas costas com esse certificado. Ele permite a rotulagem ambiental tipo I para artefatos plásticos produzidos exclusivamente com d2w, uma vantagem de ecomarketing que a Res Brasil vai explorar a fundo, promete seu presidente, Eduardo Van Roost, nesta entrevista.

PR – Várias representações do plástico no Brasil sempre resistiram a aceitar a validade da contribuição ambiental do aditivo oxibio d2w, alegando motivos como a ausência de degradação total dos resíduos. A aprovação da ABNT anula o mérito dessa rejeição?
Van Roost
– Essa certificação é mais um fato somado a uma série de outras credenciais do d2w. Por exemplo, a existência de normas relacionadas à terminologia oxibiodegradável e o cumprimento das diretrizes que relacionam os testes relativos à degradação e biodegradação e ausência de resíduos nocivos, sem falar em artigos publicados em revistas científicas de renome. A indústria que produz e as marcas que utilizam plásticos contendo d2w o fazem por conta de fatos e provas de sua eficácia.

PR – A partir de agora, a Res Brasil tem permissão para comercializar o aditivo d2w com o rótulo ecológico concedido pela ABNT?
Van Roost – Sim, a certificação concedida pela ABNT permite que plásticos produzidos corretamente com d2w recebam a logomarca do Programa de Qualidade Ambiental da entidade. O modelo de rotulagem onde constam as marca ABNT e d2w já está aprovado pela associação e disponível aos fabricantes licenciados pela Res Brasil. Empresas cientes do valor de uma rotulagem ambiental passarão a preferir os plásticos contendo d2w. É exatamente isto, aliás, o que elas procuravam: um selo ecológico emitido por entidade reconhecida. É um marketing ambiental suportado por certificação, a exemplo do selo FSC visível em muitos artigos de papel.

PR – O credenciamento dado pela ABNT significa que a entidade nada tem contra o d2w, em termos ambientais, e/ou que recomenda seu uso como solução ambiental?
Van Roost – Significa que a Symphony, a Res Brasil, o d2w e os plásticos agregando o aditivo oxibio cumpriram os itens previstos do procedimento criado pela ABNT. O processo, muito similar a uma Análise de Ciclo de Vida, contemplou auditorias no Brasil e Inglaterra, avaliação de documentos e laudos, além da realização de testes de oxibiodegradação de amostras de plásticos acrescidos de d2w e coletados no mercado brasileiro. Até o momento, o plástico não possuía um selo ecológico desse tipo no Brasil. O cenário muda agora e os plásticos contendo d2w já podem levar impresso um selo ecológico de uma entidade reconhecida como a ABNT. Trata-se de grande benefício para a imagem do plástico. Além do fato de o programa de qualidade ambiental ser acreditado pelo Inmetro, é importante ressaltar a filiação da ABNT à Global Ecolabelling Network, entidade que reúne e promove a rotulagem ambiental tipo I ao redor do mundo. Assim, o plástico com d2w passará a ser fortemente considerado como opção por setores que valorizam selos ecológicos e, por conta disso, mais mercados se abrirão ao aditivo. •

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