Em sua caça ao maior valor agregado, indústrias de alimentos industrializados depositam fichas em refeições congeladas e resfriadas a vácuo, à venda nos supermercados. É um maná para laminados flexíveis, postos cara a cara agora com novas diretrizes para desenvolvimentos pela simbiose da comida pronta com a internet. É o que prenuncia a escalada iniciada em 2016 pela startup Liv Up, um ponto fora da curva nesse contexto, devido ao menu no site, com mais de mil opções de alimentos saudáveis congelados para o internauta montar seu prato pago on line com cartão de crédito e entregue no dia seguinte. Na entrevista a seguir, Henrique Castellani, um dos fundadores e sócios da Liv Up descreve a bem sucedida operação e a relevância das embalagens para preencher as expectativas da clientela regida pela nova geração.
Como dimensiona o crescimento do negócio da Liv Up?
Em 2017 a empresa faturou R$ 6,5 milhões e atendeu mais de 4.000 clientes. Para este ano, o objetivo é quadruplicar a receita, o que equivaleria a cerca de 1.100.000 refeições vendidas.
Quais as condições de atuação geográfica e como viabilizá-las com uma única cozinha industrial sediada na capital paulistana?
A Liv Up atua na capital de São Paulo, Grande São Paulo, cidade do Rio de Janeiro, Niterói e Belo Horizonte. Nossa cozinha central nos possibilita garantir o alto padrão de qualidade dos nossos produtos e facilitar a compra de orgânicos de pequenos produtores rurais familiares. Eles estão pulverizados pelo Brasil e nossa cozinha central viabiliza a organização mais fácil dessa logística de suprimento.
Indústrias alimentícias têm ingressado no segmento de comida pronta congelada. Como a Liv Up faz para se diferenciar?
O foco da Liv Up não é apenas comida ultracongelada. Somos uma marca de alimentos saudáveis, vendemos refeições e snacks práticos e gostosos. Nosso diferencial é o contato direto com o consumidor e assim conseguimos aprender e personalizar ainda mais a experiência dele. O processo começa com a busca da melhor matéria- prima, através do relacionamento direto com produtores rurais familiares, passando pelo preparo das refeições criadas por chefs e nutricionistas e compradas através do site ou aplicativos, com dia e período de entrega agendados.
Como avalia o efeito em seu movimento da redução nos gastos da população com refeições fora de casa?
De fato, comer fora de casa tem ficado cada vez mais caro. Por isso, quando começamos o negócio da Liv Up focamos na oferta de um preço competitivo de alimentação saudável e prioritariamente orgânica que pudesse preencher essa lacuna.
Qual o perfil-padrão do internauta atendido pela Liv Up?
Pessoas de vida corrida e que procuram se alimentar de forma melhor no dia a dia. Em geral, têm de 25 a 35 anos e moram em grandes centros urbanos.
Qual a composição de materiais utilizados na embalagem dos alimentos integrantes das refeições congeladas entregues pela Liv Up?
A composição das embalagens é polipropileno biorientado (BOPP) mate (sem brilho) na camada externa; poliamida (PA) na intermediária e polietileno no substrato interno, em contato com os alimentos. Chegamos a essa solução a partir de muitas pesquisas de mercado, visitas a fornecedores e feiras do setor.
Quem produz as embalagens e quais os eventuais aprimoramentos concretos e práticos já cogitados para aprimorá-las?
Hoje, o principal fornecedor é a Maquiplast. Já mudamos o tamanho e as espessuras, tanto a parede total como entre camadas, visando aumentar a resistência do material em condições extremas. Já realizamos ensaios de pressão e largura de soldas, para garantir melhor eficiência no momento de colocar vácuo. Em relação ao design, realizamos constantemente testes com os usuários para entender sua percepção em relação às mensagens. •