“Com o correr do tempo, a procura chinesa por petróleo vai mudar da mobilidade urbana para petroquímicos, devido à necessidade crescente de materiais como plásticos e fibras sintéticas“, vaticinou em 24/3 Amir Nasser, CEO do conglomerado petrolífero saudita Saudi Aramco, em fórum setorial. Ele justificou acenando com esta oportunidade sua estratégia de priorizar investimentos em petroquímicos na China, conforme relatou artigo postado no mesmo dia pelo site Chemical Week. Afinal, reforçou, o país é o maior importador mundial de petróleo bruto e responde por mais de 50% da demanda e produção globais de petroquímicos.
Rastreamento da consultoria S&P Global arredonda em 1.5 milhão de barris/dia as importações chinesas de óleo cru em fevereiro último, matéria-prima de origem predominantemente árabe. A mesma fonte sustenta que o PIB deste ano da China deve crescer 4,25%. “A estratégia para petroquímicos da Aramco casa com as ambições chinesas, por isso planejamos converter no país quatro milhões de barris/dia em químicos dede alto valor na próxima década”, sublinhou Nasser.
Entre os interesses do grupo saudita na China, figura o projeto Huagin Aramco Petrochemical Co. (Hapco), joint venture na qual a Saudi Aramco responde por 30% do controle. Ele visa a conversão em petroquímicos de 300.000 barris/dia de petróleo a partir do segundo semestre de 2026 e sua construção começou em 2023. Neste mesmo ano, aliás, o conglomerado saudita comprou participação de 10% na companhia Rongsheng Petrochemical Co., destinada a gerar subprodutos a partir do abastecimento de 480.000 barris/dia de petróleo. Também integram a estratégia traçada por Nasser para a China o acordo preliminar firmado para adquirir parcelas do controle nas unidades petroquímicas de três companhias: Hengli Petrochemical, Shandong Yulong Petrochemical Co. e Shendong Petrochemical Co., todas elas adeptas do refino do óleo cru importado para fornecer derivados de alta demanda, como termoplásticos.