Saúde não tem preço

Plástico barra contaminação cruzada com antiviral da Symphony
Van Roost: ausência de prata favorece especificação de d2pAM série 97000 em embalagens de alimentos.

Um efeito colateral do corona foi guindar aditivos bactericidas ao estrelato no setor plástico. Da noite para o dia, uma torrente de antimicrobianos, muitos deles sem as necessárias credenciais, ganhou a praça, na garupa da higienização preconizada para combater a covid 19. Representada aqui pela Res Brasil, a inglesa Symphony escapa dessa vala comum com o virucida d2pAM, chancelado pela nata global e local das entidades regulatórias. Sua estreia no Brasil, em sacolas descartáveis da Cotripal Agropecuária Cooperativa, conglomerado gaúcho com braço estendido em supermercados, promete deflagrar uma tendência no varejo nacional, deixa patente na entrevista a seguir Eduardo Van Roost, sócio administrador da Res Brasil.

A pandemia desencadeou uma febre de lançamentos de aditivos antivirais e bactericidas e de embalagens plásticas contendo esses agentes. Quando superada a crise sanitária, o interesse do mercado por esses produtos tende a esfriar ou não?
Acredito que deva permanecer e se tornar uma prática. Existem muitas outras doenças além da covid-19, causadas pela contaminação entre as pessoas, que a tecnologia d2pAM é capaz de reduzir. Não só aquelas endemias transmitidas por diversos vírus, mas as enfermidades geradas por bactérias e fungos, tão ou mais perigosas que a transmitida pelo coronavírus SARS-CoV-2. Os tempos que vivemos não serão de fácil esquecimento. As pessoas entenderam que aquilo que não podemos ver causam doenças e mortes. Nesse contexto, o agente d2pAM é uma ferramenta eficaz para proteger a saúde pela via do plástico.
Até quando as pessoas vão poder continuar a lavar, passar álcool 70% nas embalagens que chegam às suas casas e ficar confinadas? Elas têm de sair, trabalhar, tentar voltar para suas rotinas e, ao mesmo tempo, se sentir mais seguras em relação a embalagens, superfícies e produtos tocados por outras mãos ou que possam ter recebido gotículas contaminadas dispersas no ambiente. O plástico proporciona esta proteção adicional com o d2pAM. Até o momento, por sinal, desconheço outros materiais de embalagens que confiram essa característica que o nosso aditivo inoculou no plástico.

O virucida d2pAM foi aprovado pela Symphony por órgãos regulatórios de renome mundial, como a agência FDA. Diante disso, qual a necessidade de buscar aqui no Brasil a comprovação técnica da eficiência do aditivo no laboratório de virologia da Unicamp?
A aprovação requerida pela Symphony e concedida pelo FDA foi para embalagens do setor de panificação, pois, acrescidas do d2pAM, elas prolongam a validade de vários alimentos entre 40% e 70%. O aumento dessa vida útil decorre da eliminação de fungos e bactérias que deterioram os alimentos com rapidez.
A comprovação do desempenho do antiviral pela Unicamp soma-se `a avaliação positiva conferida ao aditivo pelos laboratórios do grupo europeu Eurofins. Dessa forma, d2pAM é, até agora, a única tecnologia no gênero testada e assegurada por dois laboratórios diferentes. Com o aval da FDA, temos então uma solução que prolonga a validade de diversos alimentos reduzindo suas perdas, além de proteger quem pega em embalagens que possam ter sido tocadas antes por pessoas doentes ou contaminadas. A combinação dessas características tem levado várias marcas a procurar a tecnologia da Symphony para suas embalagens de alimentos. Além disso, o agente d2pAM série 97000 não contém prata, metal visto com reservas pela indústria alimentícia e com teor de migração bastante reduzido nas determinações da resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para atender a estes limites, a quantidade de nanopartículas de prata em outros aditivos tem de ser diminuída e, portanto, sua eficácia antiviral e antimicrobiana pode ser comprometida.

A supermercadista gaúcha Cotripal lançou em setembro sacolas descartáveis anunciadas como biodegradáveis e a salvo de micro-organismos como o corona por conterem os aditivos d2pAM e d2w da Symphony, aliando assim a higienização pessoal e a proteção ambiental. Qual a receptividade desfrutada pelo lançamento?
A Cotripal utiliza sacolas biodegradáveis d2w há 14 anos, pelo menos. Em setembro, a rede passou a combinação desse aditivo com o d2pAM nas sacolas e, conforme ela constatou, a recepção foi excelente. Os consumidores entenderam o quanto a supermercadista se preocupa com a saúde deles e valorizam isso. Com a adoção do código QR impresso nas sacolas, vimos que, em menos de 20 dias, mais de 2.420 pessoas o escanearam para saber mais sobre o produto. Este número é muito significativo, até inesperado pela grandiosidade. Não imaginávamos que tantas pessoas iriam querer saber mais sobre sacolas plásticas antimicrobianas. Afinal, muitas vezes os consumidores nem lêem os rótulos das embalagens dos alimentos adquiridas. Conclusão: o público quer saber o que a Cotripal está fazendo por ele.

A sacola branca e reciclável da Cotripal contém muitas informações impressas sobre a proteção contra o corona e acena com mais esclarecimentos através do QR Code nela gravado. Quais são esses dados complementares?
A leitura do QR Code por um smartphone leva diretamente a um texto PDF que está em nuvem e provê mais informações sobre o d2pAM, os testes, resultados, laboratórios e normas. O público também fica a par do significado do conceito de Saúde Circular dos produtos d2pAM. Em suma, proteger quem toca o produto, desde a produção ao destino final. Além de reiterar que todas as medidas protetivas contra o coronavírus promovidas pelas autoridades devem ser seguidas e mantidas, completa o texto do QR code a recomendação para reutilização, descarte correto e destinação da sacola para a reciclagem.

Quais as chances da ação da Cotripal se alastrar no varejo nacional?
A iniciativa deve se espalhar a partir do momento em que o setor entender o valor que as pessoas dão às marcas preocupadas com a saúde. E isso já acontece. Transformadores de sacolas nos contam sobre o vivo interesse de clientes nos aditivos não apenas nas embalagens, mas também para bobinas picotadas. Outros fornecedores dos supermercados estão desenvolvendo produtos contendo d2pAM, a exemplo de filmes com e sem adesivo para proteção de superfícies, superfícies de corte, luvas, potes e tampas e para revestimento dos carrinhos e cestos de plástico.

Sacolas descartáveis de polietileno são uma embalagem commodity, movida a preço e economia de escala. Poderia estimar o impacto da adição de d2p e d2w no custo médio de produção da sacola da Cotripal?
Não temos a informação sobre o impacto da adição do d2pAM. As sacolas d2w da Cotripal sempre foram de excelente padrão, maiores e mais espessas. A rede sempre considerou falsa a economia na compra de sacolas mais baratas e de qualidade insatisfatória. O consumidor acabaria usando mais sacolas para compensar o tamanho menor e o risco de rompimento pela performance inferior. Como sacolas de qualidade superior têm custo maior, é provável que o impacto do d2pAM tenha sido mais reduzido do que seria sua adição em sacolas mais baratas. Saúde não tem preço para quem quer proteger as pessoas. O consumidor percebe e reconhece esse valor, levando a preferir aquela marca que investiu para o seu bem.

Aditivos da Symphony, como d2pAM são importados. O câmbio caro e volátil de hoje em dia não restringe suas vendas?
O câmbio desfavorável preocupa e pode inibir o uso do d2pAM em produtos de baixo valor agregado. De outro ângulo, notamos alta procura por sacos de lixo acrescidos do virucida. Isso mostra que, para proteger a saúde de todos, o consumidor aceita pagar a mais. Aliás, essa forma de prevenção é muito mais econômica que os custos dos tratamentos das doenças. Desse modo, d2pAM quebra o ciclo de contaminação entre pessoas, a chamada contaminação cruzada. •

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