Resinas: MaxiQuim prevê retomada acentuada do mercado interno em 2018
A maior recessão da história do Brasil continuou a vitimar, no primeiro semestre, o mercado doméstico de termoplásticos commodities, constata a consultoria MaxiQuim com base nas suas projeções do consumo aparente dos materiais de janeiro a junho último (ver quadro). Na entrevista abaixo, Solange Stumpf, interpreta as projeções e pressente vento a favor pela frente. Em paralelo, na Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a Comissão de Resinas Termoplásticas (Coplast) ingressou no último trimestre do ano ainda sem dispor dos indicadores do primeiro semestre para divulgar.
PR – Qual a estimativa da MaxiQuim relativa ao consumo aparente de resinas commodities no primeiro semestre versus o mesmo período em 2016?
Solange Stumpf – O consumo aparente de resinas termoplásticas no primeiro semestre é estimado em 2,7 milhões de toneladas, queda de 1% na comparação com o mesmo período de 2016. Conforme previsto no início do ano, o mercado não apresentou melhora significativa nos seis meses iniciais e a expectativa de uma recuperação mais sustentável ficou para o semestre atual. No entanto, podemos notar comportamentos diferentes de acordo com a resina. Os polietilenos, e uma forma geral, e polipropileno já mostram recuperação, enquanto PVC e PET grau garrafa seguem com demanda em queda comparado a 2016. O resultado mais animador coube a polipropileno, resina que estava até o ano passado com volumes internos muito baixos e, no primeiro semestre teve alta significativa, resultante da retomada dos setores de bens duráveis, fora o desempenho do agronegócio.
PR – Entre produção, importação e exportação de resinas quais desses três tópicos mais destoaram, em seu comportamento, das previsões originais da MaxiQuim para o primeiro semestre?
Solange Stumpf – Já era esperado um aumento gradativo das importações ao longo do ano, por conta do aumento da oferta competitiva de novas capacidades no mercado internacional. O que não se imaginava é que este aumento já fosse ocorrer no primeiro semestre, verificado especialmente no âmbito de polietileno de baixa densidade. De qualquer forma o efeito mais expressivo é previsto para este último trimestre e, especialmente, para o exercício de 2018, quando as importações de polietilenos deverão crescer significativamente.
PR – Com base na trajetória aferida do primeiro semestre, qual passa a ser a sua expectativa para o consumo aparente de resinas commodities no exercício completo de 2017 versus 2016?
Solange Stumpf – O semestre atual demonstra ser um período de recuperação gradual, por conta dos indicadores relativamente melhores da economia, aliado à alta sazonal esperada para o mercado interno de resinas. Para o exercício de 2017, esperamos que o consumo aparente das resinas cresça na média um pouco mais do que 1% na comparação com 2016. Nossa estimativa é baseada na previsão do comportamento dos principais setores consumidores das resinas. Já o ano de 2018 deve ser de recuperação considerável, devido à base fraca e a perspectiva de retomada da produção nos principais setores demandantes de produtos plásticos.
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