Petroquímicas de raízes locais estão sendo atropeladas por distribuidores no mercado europeu de polímeros, aponta relatório liberado no início de novembro pela empresa americana AMI Consulting. O quadro é de sarabanda intensificada pela resina virgem barateada pelo mastodôntico excedente global, trazida dos EUA e Ásia, e pelo declínio do consumo europeu de bens duráveis, ambiente intoxicado ainda pela cara energia elétrica local, escalpelando a competitividade de qualquer manufatura no continente. Por essas e outras, arremata o levantamento, distribuidores comercializaram no ano passado 4,6 milhões de toneladas de polímeros na Europa, volume equiparável a 17% da demanda total interna e a uma receita orçada em €10 bilhões.
Apesar da anemia econômica do continente, o momento é de arrancada para distribuidores parceiros de petroquímicas dependentes de frete transoceânico para chegar nos portos europeus, observa o estudo da AMI. Os motores dessa ascensão têm sido as importações crescentes de resinas hiperofertadas e acessíveis dos EUA, Oriente Médio e Extremo Oriente, China à frente. Importadores adepto de programações a longo prazo têm estreitado laços com distribuidores europeus, incumbindo-os de destoar no continente volumes de robustez impensável três anos atrás, antes da invasão das Ucrânia por Putin e da guerra no Oriente Médio, turbulência que periga aliás piorar sob a artilharia tarifária prometida por Trump de volta a Washington. No mais, a situação é agravada pela insuficiente produção europeia de PE e, em curto prazo, de PP, assinala a pesquisa da AMI. Em 2023, a Itália liderou, respondendo por 20% do total, as compras europeias de resinas internadas por distribuidores. Corpos atrás vieram, entre os indicadores mais significativos, a Alemanha, com 16%; Espanha, com 11% e, Polônia e Reino Unido, com respectivas fatias de 6%.