Bastaram dois anos em campo para a gestora de lixo britânica Veridor jogar a toalha no ringue: anunciou fim de linha para sua indústria de reciclagem mecânica de embalagens plásticas residuais em Avonmouth, no Reino Unido, conforme noticiado pela edição do último bimestre do ano de Plastics Recycling World. “A operação foi vergada pelas desafiadoras condições do mercado e pela falta de legislação focada no incremento dos volumes gerados de material reciclado”, apontou a Veridor em release.
A unidade recicladora foi inaugurada em março de 2022 com pompa e circunstância e direito a púlpito para a ministra Jo Churchill discursar, tendo como âncora a capacidade ali instalada para recuperar 80.000 t/a de refugo de embalagens rígidas de poliolefinas e PET. Na ponta do lápis, porém, a operação ficou distante dos volumes traçados dois anos antes para seu desempenho. No mais, pontuou o comunicado à praça da Veridor, medidas aventadas pelo poder público britânico para insuflar os números da reciclagem de plásticos pós consumo acabaram proteladas. “ O atraso na implementação dessas normais e a redução da demanda por plástico reciclado para uso em bens de consumo colapsaram a viabilidade financeira da unidade”, vaticinou a Veridor no release.
Para a matéria de Plastics Recycling World, pesou no ocaso da planta recicladora inglesa o irremovível excedente global de resina virgem, depressor dos preços e demanda dos polímeros recuperados. Como desgraça pouca é bobagem, o balanço da planta da Veridor foi ainda mais turvado por importações europeias de reciclado de países com custos mais acessíveis de processamento (energia, por exemplo), o que desarranjou o suprimento no continente de resina ali recuperada.