Em medição de 2022, a consultoria Icis fixava a capacidade global de PP em 100 milhões de toneladas versus demanda estimada em 84 milhões de toneladas. Pois o inchado excedente da poliolefina deve aumentar em decorrência do salto previsto de 7% este ano na capacidade mundial aferida em 2023, equivalendo a um acréscimo de sete milhões de t/a a concretizar-se até dezembro próximo e com índice antevisto de ocupação de apenas 76% entre 2024 e 2030, arremata a mesma fonte de dados. A propósito, a China destaca-se nesse desequilíbrio comparecendo com 5.5 milhões de t/a em novas capacidades de PP no exercício atual, em busca de absoluta autossuficiência produtiva do termoplástico. Em rota de colisão com esse empenho, com base na sua economia hoje deprimida, a demanda chinesa do polímero deve avançar somente 1% em 2024 e na média anual de 1,3% até 2030, prognostica John Richardson, analista blogueiro do site da Icis. Pausa para suspiro nostálgico: entre 2000 e 2022, a mesma demanda evoluía à garbosa média anual de 10%.
Uma densa corrente de observadores atribui grande parte do descomunal excedente global de PP à baixa percepção de petroquímicas internacionais para determinados fatores de influência no atual enfraquecimento do PIB chinês, a exemplo do colapso imobiliário, crise demográfica e endividamento do poder público. Poucas ilustrações dessa derrocada, causada pelo excedente local, têm tinturas tão nítidas quanto os spreads (diferença entre preços do produto petroquímico e sua/s matéria-prima/s) entre o preço médio de PP CFR China e os custos de nafta CFR Japão atingindo US$ 191 entre 5 e 26 de janeiro último, o menor índice no histórico dessa medição pela Icis desde 1993 e que alcançou o ápice em 2006, com spread de US$ 654/t.