Natalidade mundial em queda e aumento da população idosa viram de ponta cabeça o mercado de fraldas, xodó de filmes gofrados de PE e nãotecido de PP. Em linha com a nova realidade, esse segmento de descartáveis higiênicos passa a priorizar lançamentos de perfil geriátrico e breca o fluxo das novidades para bebês, ex-líderes no pedaço. Essa sacudida é um exemplo do microcosmo do impacto das mudanças demográficas sobre os rumos do plástico. Uma paulada, dada a presença do material em todos os bens duráveis ou não, pois idosos gastam e consomem menos que jovens, são menos impulsivos nas compras e não correm atrás de lançamentos do que quer que seja.
A população idosa acima da faixa na flor da idade, rumina o analista Al Greenwood em artigo no portal Icis, refreia o crescimento econômico, estreita o mercado de trabalho e prolonga a permanência desse bode na sala da petroquímica que é o mega excedente mundial de poliolefinas. Na calculadora de Harrison Jacoby, outro porta-voz da Icis, 61 milhões de toneladas serão acrescidas à capacidade global de PE entre 2019 e 2028 perante demanda aumentada em 39 milhões de toneladas no mesmo período. Por sua vez, seu colega Ramesh Iver projeta em torno de 50 milhões de toneladas o adicional à capacidade mundial de PP da 2019 a 2028, acima do incremento em paralelo de 30 milhões de toneladas na demanda do polímero.
Uma planta de classe mundial de PE ou PP atualmente roda com capacidade mínima aproximada de 500.000 t/a, no consenso dos experts da Icis. Hoje em dia, eles sustentam, os redutos mundiais de PE e PP operam, respectivamente, com excessos de 48 e 45 fábricas com este perfil.
Os berçários esvaziam no I Mundo, cena que começa a extrapolar para América Latina e China. Diante dos partos em recesso, os consultores da Icis consideram que a continuidade do crescimento da capacidade americana de PE e PP, embalada pelo gás natural ultra em conta, deve ativar, sob pressão do excedente mundial espezinhando os spreads das duas resinas, o fechamento de plantas fora do padrão de classe mundial em regiões não competitivas em matérias-primas. A propósito, o site Chemical Week postou em 15 de agosto a decisão da holandesa Rompetrol de reduzir a produção de sua unidade romena de PE devido as condições cavernosas do mercado até segunda ordem.