Piora o desafio da desova do excedente mundial de PEAD

Efeitos da retração da China e sua autonomia crescente na produção da resina
China: importações de PEAD caíram 20% nos 5 meses iniciais de 2023 perante mesmo período em 2022.
China: importações de PEAD caíram 20% nos 5 meses iniciais de 2023 perante mesmo período em 2022.

Mal superado o pasmo geral com a arrancada de suas importações de PEBDL dos EUA, salto de 220% entre janeiro e maio último versus o mesmo período em 2022, a China aumenta o estupor em outra frente das poliolefinas. Lapidados os devidos indicadores, o país importou nos primeiros cinco meses de 2023 uma quantidade 335% maior de PEAD que a do intervalo igual um ano antes, conclui a consultoria Icis.

No pano de fundo, a China comprou dos EUA 2,5 milhões de toneladas da resina entre janeiro e maio do ano passado, saldo emagrecido para 2 milhões de toneladas no balanço dos mesmos cinco meses de 2023. Conforme noticiado à exaustão, transparece dessa queda a crescente autossuficiência chinesa na produção do polímero entrelaçada economia em ressaca do país, atolado em crise demográfica e imobiliária, governos estaduais e municipais endividados, anemia no varejo, 20% de desemprego entre os jovens e insuficiência de novos investimentos múltis, hoje redirecionados em grande parte a outros países vinculados às cadeias globais de manufatura, como Índia, México e Coreia do Sul. Na calculadora da Icis, a China fecha 2023 com importações totais de 4,3 milhões de toneladas de PEAD.

A propósito, no retrospecto das importações da resina entre janeiro e maio de 2022, os EUA ficaram em nono lugar (61.843 toneladas) entre os 10 principais remetentes de PEAD para o mercado chinês. Já na foto do balanço dos primeiros cinco meses de 2023, a resina norte-americana foi a vice-líder, com 388.516 toneladas, atrás apenas da Arábia Saudita, com 413.171 toneladas internadas.

O caldo engrossa e escurece com o vozerio de analistas duvidando que o PIB da China cresça 5% este ano, índice originalmente previsto em janeiro por arautos do parlamento chinês Em decorrência desse zumbido indigesto, o governo de Xi Jinping trombeteia na mídia a intenção de liberar subsídios a uma profusão de setores para reerguer a economia e o ânimo do consumidor. No entanto, o mercado financeiro internacional olha com reserva para estes planos, sob o divulgado argumento de se tratar a situação com medidas paliativas em lugar de se atacar a sério as mudanças estruturais requeridas para um reerguimento consistente do país a longo prazo.

Os EUA, por sua vez, precisam exportar 45% de sua produção de PEs para operar com ocupação no nível economicamente aceitável da ordem de 90% a sua capacidade instalada do polímero, expõe John Richardson, analista blogueiro da Icis. No âmbito de PEAD, ele distingue, a capacidade norte-americana engorda 7% este ano perante uma demanda doméstica que deve fechar 2023 apenas 1% maior. Ou seja, os EUA precisam exportar este ano 1,3 milhão de toneladas de PEAD, volume 200.000 toneladas acima do resultado atingido em 2022 e empatado com os saldos de 2020 e 2021. A propósito, no atlas da Icis a América Latina (exclusive México) desponta hoje como, fora a China, a maior importadora de PEAD do planeta. Com a contribuição inestimável dos desembarques em Manaus.

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