Oral Gift cresce à margem da crise

Nilson de Souza

Na ativa desde 2001 no reduto de produtos de higiene bucal, a curitibana Oral Gift tem contornado a crise há três anos seguidos  com uma operação bem balanceada entre a capacidade crescente de injeção e fornecedores por ora terceirizados. Nesta entrevista, o diretor comercial Nilson Altair Souza expõe seu plano de investimentos a curto prazo.

Nilson de Souza
Nilson Altair de Souza

PRComo explica a ascensão do seu negócio em plena crise, a ponto de comprar ao final de 2015 a  planta na qual terceirizava parte de sua produção de estojos e acessórios para produtos de higiene bucal?
Souza
 – O crescimento das vendas está em curso  este ano. 2016 foi um período muito difícil,  mas nossa empresa acredita no negócio e fez outros investimentos, como a compra da fábrica  mencionada e colocou 3 novos produtos. Os investimentos superaram a casa de  R$ 1 milhão em ferramental e máquinas. A compra da planta por R$ 490.000 foi  uma grande oportunidade, não tínhamos como recusar a oferta.

PR – Salvo engano, antes de comprar esta unidade a Oral Gift tinha 5 injetoras, uma impressora tampogáfica, 21 moldes e consumia  de 3 a 4 t/mês de resinas, confere?
Souza
– Não, a OralGift recorria a serviços de terceiros; era o parceiro quem disponha de cinco injetoras. Nós compramos um dos fornecedores possuidor de três injetoras Romi: duas de 170 toneladas e uma de 80. Continuamos a utilizar serviços de terceiros. Contamos agora  com 32 moldes e o consumo total  de resina em 2016 foi muito pouco, da ordem de  25 toneladas. Já compramos  este ano mais de 35 toneladas, ou seja, no primeiro trimestre já superamos o saldo das compras do ano passado e o o mesmo aconteceu nos pigmentos.

PR A Oral Gift acabou ou não com a terceirização em seu negócio?
Souza
 – Continuamos terceirizando parte de injeção, devido à quantidade de moldes que possuímos. Trata-se, basicamente, da produção de estojos para transportar escova, creme e fio dental.

PR – Qual o plano de compra de equipamentos este ano?
Souza
 – Pretendemos adquirir três injetoras hidráulicas acima de 280 tonelads, encomendar a construção de dois moldes grande e investir na robotização e tecnologia de  dispersão de materiais. A  justificativa é, atender a demanda de programação de pedidos existentes em carteira e internar os processos, reduzindo principalmente custos logísticos e melhorando a qualidade.  Infelizmente usamos capital próprio, pois anda  inviável pagar juros para comprar equipamentos produtivos, além do desgaste de lidar com a burocracia bancária, garantias exigidas etc.

PRQuais os lançamentos agendados para este ano e qual o faturamento em vista para a Oral Gift?
Souza
 – Estamos colocando dois  novos estojos,  um adulto e outro infantil e continuamos comercializamos  modelos de escovas importadas da China com diferencial de qualidade nas cerdas. Não temos competitividade  para produzir escovas de dentes no Brasi). Também prosseguimos terceirizando a produção de fia dental e pasta de creme dental. No caso do fio, a competitividade nacional é melhor, há  mais opções e qualidade com custo igual ou abaixo da média internacional. Na esfera do creme dental trata-se de outro tipo de competitividade. O mercado está muito bem abastecido, com fornecedores que possuem qualidade, tecnologia , políticas agressivas de distribuição,  marcas conceituadas e apoio do comercio. Ou seja, temos que respeitar  essa massa crítica de  desenvolvimento e tradição não é um mercado para que tem apenas preço. Quanto à receita da Oral Gift, ela faturou R$ 6.550.584 em 2015 contra  R$ 4.465.189 em 2016 e a meta para 2017 é superar a casa de R$ 7 milhões.

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