< PreviousJulho/2018plásticos em revista38ESPECIALformance Vistamaxx. “Para embalagens rígidas, seus principais atributos são a resistência ao impacto, flexibilidade, redução de branqueamento por stress, maciez e a possibilidade de incorpora-ção de cargas” enfileira Newton Atore, engenheiro de vendas do produto para o Brasil. “Para frascos soprados de PEAD, os grades de Vistamaxx podem melhorar a resistência à tensão por fissuramento sem comprometer os requisitos de top load, atributo especialmente útil em formulações com teor de PEAD reciclado, pois altos níveis desse material podem criar desafios para o desempenho do frasco”, argumenta o técnico. Mediante o acréscimo de Vistamaxx 3020FL à formulação, ele especifica, aumenta-se a resistência à tensão por fissuramento, conveniência equilibrada com pequena redução do top load, ensejando o uso de reciclado sem comprometer a per-formance do frasco. Na raia da produção de tampas de desodorante, Vistamaxx também brilha nos bastidores do processo. “Melhora a qualidade da tampa, reduzindo perdas por quebra; aumenta a produtividade na linha injeção, através de melhores pro-priedades de fluxo, e economiza resina admitindo uso de mais carga ou recicla-do na formulação”, coloca o engenheiro. Em relação à performance final, Atore enaltece os préstimos de Vistamaxx para proporcionar tampas muitos flexíveis ou com toque suave (soft touch). Flexibilidade e soft touch são dois pratos fortes acenados para bis-nagas e frascos soprados, como os de desodorantes, pe-las resinas Adflex do conglomerado petroquímico ho-landês Lyondell-Basell. “No âm-bito das tampas de desodorantes, as nossas resinas Adstif favorecem os custos do trans-formador”, distin-gue Ademir Livio, gerente responsá-vel pelo mercado sul-americano. “O aumento de rigidez que proporcionam pode convergir para menor espessura e peso final da embalagem”. •Paradigma ainda imutável: tonalidades claras para desodorantes femininos e escuras para linhas masculinas.Lívio: resinas Adflex proporcionam flexibilidade a bisnagas e soft touch a frascos e tampas. Frascos de desodorantes: aprimoramentos nas propriedades mecânicas e ópticas decisivos para despertar o impulso da compra na prateleira.DESODORANTES/MATERIAISJulho/2018plásticos em revista40SUSTENTABILIDADENos últimos 70 anos, o mercado dos plásticos foi determinado, em essência, pelo crescimento do PIB e substituições de materiais concorrentes. Esta página virou. As mudan-ças vêm empoleiradas nas expectativas de maior tempo de vida e taxas menores de fertilidade, na primazia dada à experiência da posse em lugar da propriedade e no estrelato alcançado pela sustentabilidade; tudo isso convergindo para a tendência de reduzir o consumo de plásticos e de compartilhamento de bens e serviços. Um dos motores dessa guinada, a Geração Y ou Millenials, dos nascidos entre 1980 e 2000, faz a festa de institutos de pesquisa e consultorias, através de estudos pagos a peso de ouro, por setores como a cadeia plástica, ávidos por decifrar suas ideias e hábitos de consumo. Para iluminar uma lanterna na proa dessa corrente e sem re-correr a intérpretes intermediários, Plásticos em Revista apresenta aqui uma integrante da melhor cepa da Geração Y. Aos 21 anos, Amanda Victória Büneker é assistente de marketing, atuante em especial em redação e mídias sociais, da agência de publicidade Big Dream 360º (www.bigdream360.com), sediada na gaúcha Tupandi, a cerca de 90 km de Porto Alegre. Nesta entrevista, ela opina sobre plástico, sustentabilidade e economia circular com todo o personalismo e franqueza que o setor do material anseia por assimilar para não ser desplugado da também chamada geração internet. A catequese didática da população em favor da proteção ambiental acumula mais de 20 anos no Brasil. Por que a maioria das indústrias de produtos finais ainda reluta em desfrutar as vantagens do ecomarketing revelando o emprego do reciclado em seus componentes e embalagens?Em geral, isso se dá por questões de público-alvo, posicionamento de mercado e, por conseguinte, estratégia de marketing. Muitas marcas hoje optam pelo marketing ecológico porque percebem no mercado um nicho de compradores que busca, especificamente, este tipo de consumo. Todavia, essa ainda é uma pequena parcela do público. Para muitos, a economia e qualidade ainda são os fatores de maior importância. Trata-se de pensamento resultante, principalmente, da situação so-ciocultural, política e econômica do mundo. Basta olharmos para questões públicas – a situação econômica ainda é reivindicada pela população muito antes de qualquer questão ambiental.Dessa forma, para o mercado em geral e o marketing/publicidade das empresas, manter as estratégias voltadas ao público de massa (com enfoque em economia e performance), há décadas utilizadas e que ainda mostram resultado, apresentam-se como um caminho muito mais fácil e lu-crativo para o negócio. Mudar a estratégia custa tempo e dinheiro e pode não render o esperado, fora atrelar à marca o compro-misso com uma causa que, muitas vezes, ela não poderá cumprir eticamente a longo prazo ou em todos seus setores. O precário nível de educação que caracteriza a média da população, apesar da adesão maciça às redes sociais, pode levar o consumidor padrão a interpretar a presença divulgada do material reciclado como indicador de um produto de qualida-de inferior, ou então, que deveria custar Em linha diretaUma representante da Geração Y diz o que pensa sobre o plástico na economia circularAMANDA VICTÓRIA BÜNEKERAmanda Victória Büneker: necessário quebrar o paradigma de que a indústria do plástico é insustentável.Julho/2018plásticos em revista41mais barato por utilizar matéria-prima de segunda mão? Realmente, por mais que a questão de sustentabilidade esteja presente nos currí-culos educacionais há algumas décadas, assim como nas mídias, muitas pessoas são o que se considera como analfabeto ecológico. Em outras palavras, grande parcela do público não compreende ou o conceito ou a prática ou ambos de uma vida sustentável. O que inclui a reutilização de matéria-prima e consumo incentivado pelo marketing ecológico.Isso ocorre, pois, mesmo com a educação e informação constituindo bases importantes para qualquer compreensão de mundo, tornam-se também necessárias ações que desenvolvam o senso crítico da sociedade. São a chave para podermos entender questões de âmbito social e ecológico, a exemplo de compreender que as ações estão conectadas em redes e que uma prática possui certas consequências de curto e longo prazo. Contudo, infelizmente, se o acesso ao conhecimento já é precário, imagina a prática de interpretá-lo em toda a sua complexidade. É praticamente nula e prova disso são as próprias redes sociais. Estão disponíveis para grande parcela da sociedade, mas a maioria das pessoas não sabe utilizá-la de forma consciente e crítica; basta vermos a proliferação de fake news (notícias falsas). Em suma, temos diversos usuários de mídias digitais, entretanto, a maioria deles é analfabeta digital.É neste ponto que se encontra o pro-blema. Temos pleno acesso à informação e conhecimento. Contudo, não somos insti-gados e ensinados a desenvolver o senso crítico que nos levará a olhar as situações além do linear e simplório. Por isso, quando uma empresa divulga algo sobre a reutiliza-ção de um material, muitos não compreen-dem a necessidade dessa prática e seu real significado num espectro maior, e, assim, a estratégia de ecomarketing aca-ba não alcançando o impacto esperado. Para alguns falta o conhecimento, mas, principal-mente para a grande maioria, o que é escasso é a interpretação crítica da situação. O único plástico reciclado permitido no Brasil para conta-to direto com alimentos é o PET reciclado pela tecnologia bottle to bottle (BTB). Acontece, po-rém, ser corriqueiro no Brasil que indústrias alimentícias usuárias desse material não divulguem que o fazem porque, a depender do preço e disponibilidade, podem substi-tuí-lo pela resina virgem. Como vê essa praxe do ponto de vista do ecomarketing? Trata-se de greenwashing?Este caso específico não pode ser categorizado como greenwashing, pois o conceito aplica-se a quem utiliza o ecomarketing como promoção, mas não segue suas premissas éticas no dia a dia da empresa. Assim, as empresas, de certa forma, estão corretas ao não construir uma imagem irreal por meio da divulgação de uma prática sustentável que, em algum momento, pode não ser aplicada devido a questões econômicas. Não que a ação em si não seja ques-tionável eticamente, ainda mais em uma era da produção ecologicamente correta, na geração na qual consumidores são incenti-vados a conhecer a origem dos produtos e práticas das marcas que consomem. Mas, por parte da empresa, atrelar à marca a causa de ecologicamente correto pode ser uma ação perigosa caso o negócio não con-siga totalmente se encaixar nas premissas exigidas por esse viés de produção. Consumidora millenial e especialista em comunicação, você apoia o banimento dos produtos descartáveis ou confia no trabalho feito por empresas e governo de conscientização do brasileiro em prol do descarte correto? Por que esta sensibili-zação permanece tão dura de emplacar?O cerne da questão não se trata de banimento, mas de consumo consciente e substituição. Muitos materiais populari-zados no dia a dia comercial, devido à sua praticidade, são, na verdade, desnecessá-rios, não possuem vida útil longa e podem facilmente ser substituídos por opções de cunho sustentável. Nesse caso, o novo pen-samento do consumidor, que aos poucos se reflete no mercado e políticas públicas, é uma soma da conscientização realizada ao longo dos anos.Percebe-se que, mesmo com a possi-bilidade de reutilização e reaproveitamento de materiais como o plástico, em certos casos o uso original já é uma prática insus-tentável. Não que o plástico deva ser banido, mas sim, que seu uso deve tornar-se consciente e não somente o pós-consumo. Vale lembrar que o pensamento com foco em reutilização, instituído no século XX como ecologicamente correto, hoje não mais abrange todos os pontos necessários Descartáveis: consumo consciente é melhor que proibir.Julho/2018plásticos em revista42SUSTENTABILIDADEpara uma sociedade verdadeiramente sustentável.Portanto, sim, eu apoio o uso cons-ciente de materiais descartáveis. Nos casos desnecessários e de impacto agressivo, como canudinhos, sacolas plásticas, ab-sorventes e fraldas, acredito que sua substituição por opções reutilizáveis e biodegradáveis seja uma resposta mais saudável ao meio ambiente. Poderia dar exemplos de estratégias de ecomarketing que a indústria brasileira do plástico poderia adotar para melhorar a imagem institucional do material?A proposta do marketing ambiental parte do marketing de causa, no qual a premissa é atrelar uma causa social à marca com o intuito de transmitir senso crítico, humanidade e responsabilidade social à empresa, características cada vez mais exi-gidas no mercado. Na prática, ecomarketing é tornar do conhecimento do consumidor as ações ecologicamente corretas realizadas pela marca, dando base à ideia de susten-tabilidade e, consequentemente, atrelando as características de marketing de causa citadas acima. Diferentes estratégias podem ser utilizadas juntamente ao ecomarketing para muní-lo de credibilidade, ponto que pode ser classificado como o principal pro-blema da indústria do plástico. É necessário quebrar o paradigma de que a indústria do plástico é insustentável, ou seja, uma vilã do meio ambiente.Visto isso, o mais importante seria in-vestir em ações cuja mensagem central seja a profundidade e transparência de informa-ções, como inbound marketing (marketing de conteúdo). É hora de abandonar a antiga publicidade agressiva, focada na venda, e desenvolver estratégias de informação que acrescentem valor à marca. Outras grandes opções são o storytelling e storydoing – a prática de contar estórias/narrativas que seduzem o público por meio da emoção. Unir outras causas (como saúde e classes sociais) ao tema ambiental também aprofunda e humaniza as estratégias de forma mais consistente. A indústria de higiene & be-leza pessoal é dos pouquíssimos setores no Brasil em que grandes marcas divulgam às claras o uso de material reciclado nas embala-gens. Como avalia a influência real de tal apelo de sustentabilidade para motivar a compra desses produtos pelo consumidor brasileiro? Um conceito encontra-se dentro do outro. Como explicado anteriormente, o marketing de causa oferece uma gama de causas sociais (gênero, LGBT, racial, étnica, saúde, classe econômicas, etc) com a qual a marca pode se envolver com ações e atrelar a sua imagem. Uma delas é a questão ecológica, que pode ser aplicada de diversas formas, muitas delas práticas do marketing ecológico. No geral, a influência final no consumidor e no consumo ainda é de pequena parcela, principalmente se comparada a ações de marketing referentes a outras causas sociais. Mas já é possível identificar um nicho específico que leva a questão ecológica em conta na hora da compra. São provas disso as empresas totalmente voltadas a este ramo (lavagens ecológicas, produtos veganos ou reutilizá-veis etc), o crescimento de conceitos como slow fashion (moda lenta) e o consumo compartilhado.Falo também por vivência própria, já que nos últimos anos venho transfor-mando meu modo de consumo, buscando conhecer as marcas e suas éticas antes da compra, além de incluir produtos reutilizá-veis e veganos em minha rotina, como o coletor menstrual e produtos de marcas de produção consciente e artesanal. Da minha experiência, percebo que não é algo simples mudar a forma de consumo em massa e de alta produção (profundamente incorporada na sociedade). Leva tempo, senso crítico de coisas que muitas vezes não paramos para pensar ou ignoramos, e dinheiro. Esses pontos configuram barreiras para muitos consumidores. Para grande parcela, o consumo de marcas eco-friendly é fora do orçamento (em geral são mais caras), mo-biliza um tempo antes inexistente na rotina (em geral oferecem produtos de menor pra-ticidade ou a transformação de consciência, o que, em si, leva tempo) e um senso crítico que é complexo para a sociedade e o for-mato de mercado que temos hoje. Mas, aos poucos, o mercado está mudando, alinhado com as novas gerações de consumidores. Elas vêm se tornando mais conscientes e exigentes quanto ao papel social das mar-cas. A propósito, ressalto que, nas questões sociais, os consumidores se transformam em ritmo rápido, enquanto o mercado e a comunicação são em, regra mais lentos e resistentes aos ajustes. Portanto, não é o mercado, mas o consumidor quem, em primeiro lugar, incentiva a mudança de comportamento em quase todos os casos.•AMANDA VICTÓRIA BÜNEKERSacola reutilizável: sintonia com a sustentabilidade a partir da educação e conhecimento ecológico. Julho/2018plásticos em revista44TENDÊNCIASAGRONEGÓCIOum silo bolsa esburacado no campo, com grãos vazados da abertura. Plásticos em Revista foi atrás do cerealista para aclarar seu ponto de vista. “Uso silo bolsa há mais de cinco anos como solução provisória de estocagem”, assinalou Werlang, ressaltando total in-teresse em colaborar com o setor plástico em prol da melhora do produto. “Trata-se de uma boa alternativa para se armazenar grãos com rapidez e com viabilidade econômica, pois o transporte no período da safra é muito caro. Desse modo, pos-sibilita ao agricultor uma solução barata para estocar a produção e escoá-la após a etapa final da colheita, com frete mais em conta”. Para o dirigente do grupo Werlang: solução barata e emergencial para estocagem de grãos.Menina dos olhos da plasticultu-ra, o silo bolsa de polietileno (PE) tem chão a vencer para ser louvado da mesma forma do lado de dentro da porteira. Na noite de 28 de junho último, o Jornal da Band (vídeo Band Jornalismo no YouTube) pôs no ar reportagem sobre o mega dé-ficit nacional de armazenagem de grãos, calculado em 63 milhões de toneladas, lacuna encarecedora do frete e ruinosa para a lucratividade dos produtores rurais desprovidos de caras estruturas de metal ou concreto para estocar, secar e limpar o grão. Uma saída aventada na reportagem para o agricultor sem galpão estático ficar menos dependente dos instáveis custos de frete e refém das baixas nos preços in-ternacionais das commodities, por não ter como armazenar no aguardo de cotações melhores, seria o silo bolsa. Entrevistado pela Band, Clóvis Antônio Werlang, diretor presidente do conglomerado agropecuário gaúcho Grupo Werlang, atestou que silo bolsa é solução barata, mas não ideal, por durar pouco, não permitir reúso nem transmitir segurança, pela possibilidade de ser furado por chuva de pedra, galhos e bichos. “É um quebra galho”, ele definiu na gravação, que ilustrou sua fala mostrando sediado em Ibirubá, noroeste gaúcho, armazenamento ideal é com silos com aeração automática e computadorizada, controlável pelo PC ou celular. O sistema consiste em promover, com ventiladores, a passagem de baixa vazão de ar natural ou resfriado através da massa de grãos, para baixar e uniformizar a temperatura do estoque, prevenir a migração de umidade e, a depender das condições climáticas e da vazão de ar, proporcionar sua secagem ou reumedecimento. Retomando o fio do silo bolsa, Werlang o vê como opção emergencial e de duração aceitável, “mais de seis me-ses”, considerando-se um ambiente sem intempéries e risco de queda de galhos, e estando fora do alcance de insetos, roedo-res ou até cavalos e cachorros. “Quem opta por silo bolsa sabe que precisa colocá-lo em lugar de poucas árvores e com pro-teção contra animais”. O cerealista apoia melhorias na qualidade do silo bolsa, a exemplo de maior espessura ou aditivação com repelente de bichos, mas desde que o preço do produto não suba. “Os danos causados no silo bolsa por animais e eventos climáticos são verdadeiros e frequentes”, endossa Irineu Lorini, pesquisador da unidade de soja da Sempre há o que melhorarSilo bolsa depara com imagem de solução provisória no campo SILO BOLSAJulho/2018plásticos em revista45Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária (Embrapa). Conforme observa, o foco da estatal em relação a estudos com o silo bolsa até hoje não cobriu a apontada resistência a desejar, cingindo-se à preser-vação da qualidade do grão ali estocado. Para o analista, o silo bolsa é uma solução emergencial, provisória e descartável. “Tem um único uso e vida útil de até 10 meses sem ser aberto, estocando de 180 a 200 toneladas em cerca de 60 m de compri-mento por 5 a 6 m de largura”. Lorini reconhece os méritos do silo bolsa como recurso contingencial, sem condições de escantear a estocagem usual. A intensidade do seu uso no Brasil também varia ao sabor das condições de mercado, ele comenta. “Por exemplo, na safra passada ele foi muito usado no Paraná e Mato Grosso do Sul”, ele repassa. “Mas a demanda caiu muito na safra seguinte, devido ao rápido escoamento da soja para exportação, para aproveitar o momento de bons preços internacionais, abrindo assim espaço nos galpões estáticos nos dois Estados para o armazenamento a seguir do milho safri-nha”. O cultivo do milho safrinha transcorre em regra de janeiro a abril, após a colheita da chamada soja precoce, no Centro-Oeste, São Paulo e Paraná. “Quando não se tem armazéns suficientes para acolher a safra, o silo bolsa cumpre papel importante para desafogar este recebimento no processo de escoamento, realizado ao longo de alguns meses dos grãos vindos do campo”.Na Argentina, nota o pesquisador, o uiso do silo bolsa é mais constante, tanto pelas peculiaridades do agronegócio vizi-nho como pela sua preferência por investir no armazenamento em plástico do que em galpões de alvenaria ou silos metálicos. “Os padrões de desempenho e espessura são os mesmos aqui e lá”. Lorini também desconhece norma técnica para a qualidade do silo bolsa do Brasil. “Aliás, ele está fora do sistema de certificação de unidades armazenadoras a cargo do Ministério da Agricultura”, observa. “A padronização por normas técnicas constitui prática saudável de mercado e es-tabelece padrões mínimos de desempenho, garantindo a qualidade do silo bolsa para o agricultor”, julga Marcial Cesar Vieira, engenheiro de aplicação do segmento de geossintéticos de filmes agrícolas da Braskem, única produtora de PE no país. Conforme argumenta, silo bolsa é uma alternativa de estocagem de grãos cada vez mais utilizada e servida pela Braskem com grades para todos os requisitos. “Algumas avarias ocorridas no produto podem decorrer de uso indevido ou, em determinados casos, à inobservância de cuidados inerentes à armazenagem, tais como evitar o estiramento no enchimento do silo bolsa além do recomendado pelo fabricante; impedir o derramamento de grãos fora dele, o que pode atrair roedores, e não coloca-lo perto de árvores grandes”, ilustra o técnico.O primeiro passo para lustrar o status do silo bolsa seria conscientizar o meio rural de que sua vida útil, dimensionada em meses pelos entrevistados, pode alcançar de dois a três anos, defende Roberto Castilho, gerente comercial para o Brasil e Argentina da componedora norte-americana A.Schulman. “Basta con-siderarmos a situação na Argentina, onde essa solução de estocagem é adotada com intensidade”, ele coloca. “Mas o agricultor precisa tomar cuidados para não prejudicar a duração do silo bolsa, sua resistência não depende apenas da estrutura e aditivação adequadas”.Desde que o agricultor faça sua parte em prol do uso eficiente do silo bolsa, condiciona Castilho, sua vida útil de dois a três anos é assegurada, no plano geral, por espessura de 200 a 250 micra e pelo emprego, na camada externa, de dióxido de titânio resistente às intempéries acrescido de estabilizador UV, resultando em con-centrados capazes de ampliar a reflexão da luz e de reduzir a temperatura interna. “É o caso dos nossos masters Polybatch 8360 UV e Polywhite 60 PUV. Por sinal, a ótima resistência a pesticidas deste último também pesa para estender a duração do silo bolsa”. A parede interna, completa o especialista, deve ser reservada ao pigmen-to preto livre de enxofre, com partícula de 19 nm e resistente a eventos climáticos, condições que ele assevera cumpridas pelo master Polyblak 1423. No arremate, Castilho engrossa a corrente apoiadora de norma técnica para adubar a imagem do silo bolsa no campo. “Seria uma iniciativa muito positiva da cadeia do produto e, se vingar, gostaríamos de participar”. •Vieira: avarias também decorrem de descuidos do agricultor.Lorini: danos frequentes causados por animais e intempéries.Julho/2018plásticos em revista46Em seu terceiro ano seguido de crise, agravado pelo dólar caro e alta do petróleo e resinas, e sob a incerteza dos rumos do próximo governo, a transformação de plástico mantém, no plano geral, suas intenções de investimentos em hibernação. Mas a tecnologia não para e não há mal que nunca se acabe, de modo que o tempo é sempre bom para semear tendências incontornáveis. Adepta dessa corrente, a Pavan Zanetti enxerga nessa conjuntura de baixa uma pista para voar alto mais à frente estreando na construção de sopradoras 100% elétricas, um segmento em que, mais hora menos hora, a transfor-mação brasileira terá de embarcar para não ficar para trás, deixa claro nesta entrevista Newton Zanetti, diretor dessa indústria nº1 nacional em sopradoras. 1 Tempos atrás, você julgava que, embora meritória, a tecnologia de sopro 100% elétrico resultava em preço da máquina ele-vado em demasia para a realidade do Bra-sil. Qual a motivação para este lançamento numa conjuntura de retração econômica e alta ociosidade na transformação em geral ? Sim, ainda mantenho minha opinião, baseada em custos apurados e nos valores de sopradoras desse tipo já entregues no país. Mas é movimento mundial a migração de transformadores para máquinas híbridas e full electric. Além do mais, de outro ângulo, há sempre a tendência do barateamento dos equipamentos conforme a demanda au-mente. No momento, o custo dessas linhas ainda é alto. Seguindo a lógica de mercado, obviamente teríamos que, cedo ou tarde, en-trar nesse segmento. Em alguns redutos do sopro, o apelo das maquinas elétricas já se verifica com mais intensidade, com consul-tas de preços e tipo de tecnologia utilizada. A possibilidade de economizar energia é outro chamariz, dado o alto custo brasileiro de eletricidade, hoje e nos próximos anos. Por isso tudo, investimos na hibridização de nossa série Bimatic e no lançamento da sopradora full electric.2 Quais as vantagens e diferenciais da sua sopradora elétrica?O equipamento incorpora tecnologia utilizada pela extinta Automa italiana, marca Synthesi, bem testada no mercado mundial e direcionada ao sopro em grande escala, devido à velocidade, produtividade e redução de consumo energético. Vale aqui uma comparação com as nossas sopradoras híbridas. Constituem uma modernização de nossa linha atual, de pouco custo acima das hidráulicas convencionais mas com um ponto a favor: a melhoria na redução de uso da hidráulica em algumas funções de máquina. Pode ser uma redução maior ou menor dos sistemas convencionais hidráulicos. Não existe a possibilidade de as híbridas progredirem para máquinas full electric, que são projetos totalmente cria-dos para esse fim. Sua vantagem sobre as híbridas são uma tecnologia de notoriedade mundial e a diminuição real em torno de 30 a 35% da energia utilizada, devido ao menor consumo e ao sistema de recuperação de eletricidade. Ele aproveita a energia perdida nas frenagens para empregá-la no ciclo da máquina.3 No plano geral do mercado e tecnologia, as sopradoras elétricas tendem ou não a canibalizar as sopradoras híbridas e linhas hidráulicas?A curto prazo não acredito, pelas condições notadas na média dos transfor-madores nacionais. Não falo do ângulo fi-nanceiro, mas da condição de valer a pena o investimento, Na grande maioria dos casos, a máquina elétrica tarda muito a se pagar, o que desestimula grande parte dos potenciais clientes a investir nela. Porém, certos setores que dependem de salas limpas de produção ou alguns players mundiais já colocam como prioritário o investimento em máqui-nas elétricas. Voltando a primeira questão colocada, tal quadro também serve como argumento para a Pavan Zanetti ter entrado nesse segmento. As linhas hidráulicas terão tempo de vida menor e prevejo sua substi-tuição, de início pelas sopradoras hibridas, devido ao preço muito parecido. Mas não creio que desaparecerão a curto prazo.•Tempo de semearPor que a Pavan Zanetti entra com tudo em sopradoras elétricasNEWTON ZANETTINewton Zanetti: migração inescapável para linhas híbridas e elétricas Sopradora elétrica: alta velocidade, produtividade e economia de enerigia. 3 QUESTÕESNext >