Há cerca de dois anos a Multi Pack Plas (estande J 198) introduz suas sopradoras elétricas no mercado. Justo quando começa a colher os frutos dessa apresentação, a empresa depara com uma crise generalizada. Ainda assim, o chamariz do custo/benefício, a preocupação com os aumentos da tarifa de eletricidade e o declínio contínuo dos preços da máquina, de modo a duelar com mais vigor contra outras tecnologias de sopro, conservam em fogo alto as expectativas de vendas da Multi Pack Plas, deixa claro nesta entrevista o diretor de propaganda e marketing Fernando Moraes.
PR – Quais os mercados mais receptivos nessa conjuntura a apostar na sopradora 100% elétrica?
Moraes – A máquina estreou soprando recipientes de defensivos agrícolas. Mas hoje em dia, as oportunidades estão quentes em redutos de alimentos como laticínios, a exemplo de iogurtes, mérito de vantagens como a impossibilidade de contaminar a embalagem com óleo na produção. Vale o mesmo para medicamentos, caso de frascos de soro ou xaropes.
PR – A crise energética pinta como argumento de venda para suas sopradoras elétricas?
Moraes – Sem dúvida. Dependendo do produto a ser soprado, a economia em eletricidade proporcionada pela máquina varia entre 35% a 45% em comparação a uma sopradora hidráulica. Hoje em dia, quando falamos em incertezas quanto ao futuro energético do país, já presenciamos neste semestre reajustes da ordem de 50% a 70% na conta de energia dependendo da região. Desse ponto de vista, fica mais fácil fechar a conta do favoritismo para as sopradoras 100% elétricas nas licitações. Outros trunfos das linhas elétricas: a diminuição do ruído e a ausência de óleo. Outro ponto alto é a ausência de risco de contaminação da embalagem no processo, bafejado ainda pela inexistência de descarte do óleo usado, muito oneroso para as empresas, além de constituir uma preocupação ambiental. Muito importante citar também que a necessidade de manutenção das sopradoras elétricas tem se mostrado em torno de 30% menor que a frequência nas sopradoras hidráulicas, vantagem justificada principalmente pela vida mais longa dos sistemas elétricos utilizados.
PR – Apesar dessa vantagem, a sopradora elétrica tem contra si o preço superior ao da sopradora hidráulica e híbrida. Como superar esse entrave em tempos de recessão?
Moraes – Na visão da Multi Pack Plas, sopradoras com a denominação “híbrida” não mais se justificam. Tiveram o seu momento no período marcado pela dificuldade de se obter força de fechamento suficiente nas máquinas. Hoje em dia, com as novas tecnologias europeias, esse problema está completamente superado, resultando na atual falta de compatibilidade da tecnologia híbrida com a questão da economia de energia. De fato, as sopradoras 100% elétricas ainda têm contra si o custo dos componentes que, devido à tecnologia adotada, são obrigatoriamente trazidos da Europa e sobretaxados no Brasil apesar da ausência de similaridade local. Hoje em dia na Europa, grande líder nessa tecnologia, a máquina elétrica, se comparada a uma hidráulica do mesmo porte, tem custo 10% maior. Por aqui, esse custo ainda está na faixa de 35%, porém tendemos a reduzir esse porcentual com o aumento da demanda por sopradoras 100% elétricas.
PR – Qual modelo de sopradora elétrica expõe na Feiplastic?
Moraes – Trata-se da linha Ecoblow 600D, munida de novo sistema de deslocamento. Ele permite o regenerativo da energia de frenagem para realimentação da energia que vai para extrusora (idêntico aos carros de F-1). As inovações estendem-se pelos sistemas de programação, boobing (extrusora que move para cima e para baixo) e calibração.Como todos os avanços incorporados, visam menor custo e produção mais versátil. •