O calvário da petroquímica na América Latina

Recuperação das margens depende da redução do excedente global de materiais como resinas
Javier Milei: abertura da economia expõe defasagem de plantas na Argentina.
Javier Milei: abertura da economia expõe defasagem de plantas na Argentina.

A petroquímica argentina está fadada a um enxugamento e a latino-americana deve prosseguir com margens no chão até 2030, quando o excedente global de químicos como resinas commodities começará a suavizar  o desmesurado desequilíbrio entre capacidade ascendente e demanda moderada. Esta visão fatalista foi, conforme noticiou o portal Icis em 18/11, liberada pelo argentino Manoel Diaz, diretor geral da Associação Química e Petroquímica Latino Americana (Alpla) em congresso de sua entidade em Cartagena, na costa da Colômbia. O dirigente acentuou que novas plantas competitivas continuam a brotar na Ásia e América do Norte e que o consumo não vem se recobrando na intensidade esperada para um nivelamento aceitável entre oferta e procura de materiais, caso das resinas commodities.

Na Argentina, pontuou Diaz, a expectativa é de ponto final para mais fábricas (em regra antigas e de baixa escala), à medida em que a indústria local se ajuste às medidas de abertura econômica – aplaudidas pela comunidade financeira internacional – pilotadas pelo governo de Javier Milei. Em outubro último, relata a matéria postada no portal, a Dow anunciou o encerramento da produção local de poliol poliéter, insumo para poliuretano (PU), sob a alegação de rentabilidade insatisfatória devido à superoferta mundial. Pelos mesmos motivos, a empresa Petroquimica Rio Tercero decretou fim de linha para sua unidade de outra matéria-prima para PU, tolueno diisocianato. Para Diaz, a petroquímica argentina inclina-se para a concentração em produtos mais rentáveis.

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