Nº1 em poliestireno (PS) no Brasil e maior transformador de plástico de Manaus, à frente de unidades de tampas, chapas para termoformagem, estojos de mídia e filmes de polipropileno, a Videolar-Innova entra em 2016 como uma metamorfose ambulante. Além de concentrar em São Paulo a administração e vendas da produção de seus complexos em Triunfo (RS) e na Zona Franca, a empresa estreia na industrialização de poliestireno expandido (EPS), pretende completar o funcionamento de sua atividade de poliproprileno biorientado (BOPP) e incrementa o pré-marketing e trabalhos como o beneficiamento em Manaus do material importado, visando a produção de copolímero de acrilonitrila butadieno estireno (ABS) em seu complexo gaúcho, preenchendo assim a lacuna deixada pelo arquivamento este ano do projeto acalentado por Styrolution e Braskem. Na entrevista a seguir, Flávio Barbosa, vice-presidente financeiro e de operações da Videolar-Innova, explica os novos rumos da companhia.
PR – Desde os anos 90, todos os investimentos na produção nacional de copolímero de acrilonitrila butadieno estireno (ABS) frustraram. Por que o projeto da Videolar-Innova caminha para fugir dessa praxe?
Barbosa – A Innova iniciou em 2008 a revenda de ABS no Brasil, como estratégia de pré-marketing visando uma produção futura em seu complexo em Triunfo (RS). A ideia não era, e assim continua, ativar uma operação de escala global e elevado investimento. Até porque o tamanho do mercado brasileiro não a comporta. Com investimento marginal na adequada modificação das plantas de PS ali existentes, podemos passar a dispor de uma produção interessante para tomar parte das importações, inclusive aquelas em que a própria Videolar-Innova atua comercializando ABS e copolímero de estireno acrilonitrila (SAN) da taiwanesa Formosa Plastics. A partir da produção própria, aliás, esse papel de agente perderá relevância, restringindo-se a alguns grades não inclusos no mix local.
PR – A Videolar-Innova entra em EPS num momento de crise econômica e política engessando a construção civil, o mercado ambicionado para o material firmar-se como isolante térmico no país. Além do mais, câmbio e recessão reduziram bastante as importações de EPS, cujo espaço a empresa pretendia ocupar com sua produção local. Diante disso, ela não tende agora a tirar mercado de seus clientes de estireno que formulam o expandido?
Barbosa – O processo de produção de EPS que a Videolar-Innova está implementando é inédito na região (a partir do polímero e não pela rota tradicional do estireno). Permite a obtenção de alguns tipos do expandido sem similares de EPS locais. Além disso, pesa em prol dessa investida a expectativa de que, mesmo com a contração atual da construção civil, esta aplicação do material deverá deslanchar devido à nossa baixíssima demanda de EPS per capita face a qualquer país comparável com o Brasil. O estireno que fornecemos aos clientes produtores de EPS seguirá destinado a eles, sem prejuízo de oferta, até porque vamos priorizar aplicações que eles não atendem hoje. O foco dessa oferta adicional do produto permanece a substituição de importações.
PR – Qual o impacto da recessão atual no cronograma de partida da sua linha Andritz de BOPP ainda não acionada em Manaus?
Barbosa – O negócio de BOPP possui hoje duas linhas ativadas, cujo nível operacional depende da demanda do mercado. A terceira linha, em função também da demanda abaixo das expectativas, teve sua entrada em funcionamento postergada para início de 2016. •