Maximu’s ingressa na produção de filme para plástico bolha

Maximu’s Embalagens: produção de plástico bolha

Focada desde 2003 em soluções de acondicionamento para proteção, acolchoamento e movimentação de vários produtos, a Maximu’s Embalagens Especiais, sediada na Grande São Paulo e com filial mineira, decidiu alterar a rota de sua produção de plástico bolha. Até então, a empresa adquiria o filme para produzir essa embalagem protetora. No entanto diante da oferta restrita e dos sacolejos nos preços da película estipulados pelos fornecedores, partiu recentemente para uma verticalização: adquiriu uma extrusora apta a gerar 80 t/mês do filme de polietileno de baixa densidade (PEBD) destinado à fabricação do plástico bolha. O movimento da Maximu’s, agora dispondo de duas vias para obtenção daquele filme, é relevante por refletir uma reação no segmento de menor porte da transformação de plástico a entraves na cadeia de suprimento que tomam corpo na praça desde o início da pandemia. Nesta entrevista de três questões, o diretor Erick de Souza comenta a estratégia da empresa.

erick de souza
Erick de Souza

A capacidade nacional de PEBD está aquém da demanda interna. Diante disso, por que resolveu substituir a compra do filme para produzir plástico bolha pela extrusão da resina?
De fato, a oferta interna de PEBD é insuficiente para cobrir por completo a demanda brasileira, mas a autossuficiência em extrusão vai nos permitir reduzir o prazo de abastecimento do plástico bolha para os clientes. Afinal, seus fornecedores estão trabalhando com um lead time de entregas que não atende a necessidade dos mercados em que atuamos. Sendo assim, abrimos mais uma opção no fornecimento do filme. Isso vai nos permitir negociar resinas no mercado e produzir o filme ou continuar trabalhando com seus fornecedores, se necessário, mitigando os riscos em razão da disponibilidade de matérias-primas.

Por que produzir o filme de PEBD é hoje uma alternativa melhor para a Maximu’s do que comprá-lo de transformadores?
Há mesmo sobra de transformadores nesse mercado, mas são poucos os que conseguem condições técnicas adequadas à fabricação de plástico bolha a preços competitivos. Isso restringe um pouco nossas opções, somado ao fato de todos os transformadores estarem, como disse, com prazos de entrega muito esticados. A autossuficiência na transformação do filme vai mitigar a questão do tempo de resposta no mercado, deixando-nos em condições de atender os clientes melhor e mais rápido. Além disso, vai nos permitir adquirir know how em extrusão e contribuir para endereçar melhor a questão de nossas aparas, hoje vendidas como sucata para recicladoras e que agora poderão voltar ao nosso processo, fechando o círculo da cadeia de produção.

Pelo monitoramento da Maximu’s, quanto aumentou o preço médio de PEBD em 2020?
Não monitorávamos o mercado de resinas em 2020 porque não as consumíamos diretamente. Mas, segundo nossos fornecedores, o aumento no preço de PEBD no ano passado foi da ordem de 90%, enquanto o filme do plástico bolha encareceu 50% para nós no mesmo período.

Deixe um comentário