O avassalador excedente mundial de PP, agravado pela recente autossuficiência (95%) produtiva da China em homopolímero, acaba de fazer uma vítima da terceira idade. Em release pulverizado em 5 de setembro, a petroquímica holandesa LyondellBasell, pedra de toque mundial em poliolefinas, anuncia o fechamento da arcaica planta de 260.000 t/a no seu complexo em Brindisi, ao sul da Itália. “É a melhor solução, dos pontos de vista sustentável, estratégico e financeiro”, ponderou o vice-presidente sênior de oliolefinas e poliolefinas do grupo, Jim Guilfoyle.
Em Brindisi, o complexo da LyondellBasell rodava com capacidade nominal de 495.000 t/a de PP. O volume era repartido entre uma fábrica (em funcionamento) de 235.000 t/a adepta da tecnologia Spherizone e a recém-desligada unidade de 260.000 t/a licenciada do processo de polimerização em massa Sheripol (o mesmo da planta gaúcha da extinta PPH, na ativa desde 1991 e incorporada à Braskem), gerador de homopolímeros e grades especiais da poliolefina.
Segundo a LyondellBasell, esta unidade Spheripol que partiu em 1982 era, no gênero, a mais antiga do planeta e sua escala, produtividade e custos operacionais perderam a competitividade que faria jus à sua continuidade nesses tempos de superoferta, margens no piso e custos petroquímicos policiados com tornozeleira eletrônica. A propósito, em julho último a LyondellBasell fechou uma planta de masters em Ohio, EUA e transferiu os equipamentos para San Luis Potosi, na região central do México. Em março, comprou a componedora de PP italiana Mepol, com fábricas na Itália e Polônia, e, em abril último, embolsou o controle absoluto da recicladora holandesa de poliolefinas Quality Circular Polymers, com filial na Bélgica.