Seja onde for, quando política e bolso do povo se dão as mãos, a sustentabilidade fica falando sozinha. Esta máxima foi confirmada ao final de janeiro, quando o governo de Israel deu o dito por não dito e revogou o imposto sobre plásticos de uso único, em vigor a partir de novembro de 2021, como noticia a agência Reuters.
O tributo foi sancionado como contribuição para combater a poluição marinha causada pelos plásticos incorretamente descartado. A derrubada da taxa tromba de frente com os esforços globais de reduzir, pelas vias legal e/ou econômica, a quantidade consumida de plásticos de uso único. Acontece que os partidos religiosos ultraortodoxos, vitais para a coalizão apoiadora do atual governo do presidente Benjamin Netanyahu, logo se insurgiram contra a medida, vista como injusta e prejudicial para as comunidades enquadradas no eleitorado desses parlamentares.
Por imposição deles, o imposto antiplásticos foi cancelado pelo Ministro das Finanças Bezalel Smotrich que, ao comunicar o fim de linha para a taxa, instou a população a verificar nos canais do varejo se os comerciantes estavam realmente baixando os preços de plásticos de uso único com a saída de cena do imposto. Outro porta-voz do mesmo ministério assinalou que a decapitação do imposto é uma forma de baratear bens de consumo, ajudando assim a vergar a inflação alta.
Como era de se esperar, fontes do Ministério do Meio Ambiente chiaram uma barbaridade contra o corte a seco na carne da taxa e sublinhando que, enquanto o imposto vigorou, as vendas de descartáveis plásticos caíram 40%. Como a natureza, o consumidor pune quando abusam dele.