Irã contribui para excedente global de poliolefinas

Nova planta estatal de eteno parte em breve com capacidade de 1 milhão de t/a
Planta da Gachsaran Petrochemicals: eteno para o Irã fortalecer integração petróleo/gás com poliolefinas.
Planta da Gachsaran Petrochemicals: eteno para o Irã fortalecer integração petróleo/gás com poliolefinas.

A ausência de novas plantas de poliolefinas partindo até o final do ano na América do Norte não significa, para frustração dos otimistas, que o excedente global dessas resinas atingiu um ponto de inflexão. Afinal, na Ásia os investimentos na cadeia olefínica seguem bombando. Tal como seus precedentes, o governo de XI Jin Ping se esquiva de especificar suas capacidades e o número de indústrias, mas agências internacionais registram que, mesmo com a economia em deflação aferida em julho e num ciclo vicioso em que demanda fraca e preços idem se reforçam mutuamente, mais plantas chinesas de PE e PP estão no pipeline para largada este ano, acentuando a super hiper oferta mundial dessas resinas. No Oriente Médio, por sua vez, registra a agência Mehr News, a estatal iraniana Companhia de Indústrias Petroquímicas do Golfo Persa (PGPIC) já trombeteie a partida em breve da fábrica de eteno de classe mundial de sua controlada Gachsaran Petrochemicals (GP). Com sua construção orçada em US$ 1.43 bilhões, a planta na reta final de sua montagem no sul do país rodará com capacidade instalada de milhão de t/a de eteno, matéria-prima destinada às unidades de poliolefinas na região.

A planta de eteno da GP conta em sua estrutura com 80% dos equipamentos fabricados no Irã e o governo iraniano já assegurou que ela será suprida de 1.25 milhão de t/a de etano por outra planta da GP.O etano será separado e remetido à unidade de eteno por um duto de 90 km iniciado na refinaria de gás Bidboland , na província do Cuzistão e próxima da fronteira com o Iraque. O governo iraniano já apalavrou o abastecimento anual da nova planta de eteno com 12 milhões de m³ de água e 50 megawatts de energia elétrica. Analistas da petroquímica local ouvidos pela agência Mehr News relembram que o projeto dessa unidade remonta a 2004, tendo desabrochado em 2019, movido pela reação do país à sanções comerciais impostas a seu petróleo e gás pelos EUA. Vale lembrar que o Irã figura entre os primeiros produtores mundiais de petróleo e gás natural. Amarrando as pontas, os consultores entrevistados salientam o fato de a unidade de eteno ter vingado mesmo num ambiente turvado pela sanções norte-americanas e o revide do Irã embutiu em grande parte seu foco em expandir seu poderio e autonomia a jusante de sua cadeia petrolífera, até o patamar ocupado por PE e PP. No pano de fundo, o rotundo excedente mundial de poliolefinas depara assim com mais uma pedra no caminho da sonhada redução do extremo desequilíbrio entre a oferta e demanda dos dois polímeros, com consequente reerguimento de sua rentabilidade.

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